Atração Perfeita

Capítulo 4

ISABELLY

Aqui está tão escuro! Parece que estou em um labirinto. Estou assustada e chorando sem saber onde ir, sem saber onde possa ter uma saída. É como se eu fosse uma criança novamente, me sinto desprotegida, insegura e com muito medo... Sinto meu corpo pesado . Eu preciso do colo da minha mãe, eu preciso para parar de chorar, para adormecer, com ela me sinto segura, alisando meus cabelos e me dizendo que tudo ficará bem até pegar no sono. Mas... Eu já estou dormindo. Porque nada disso faz sentido?

Eu estou tentando levantar e não consigo me mexer. Estou com uma leve camada de suor sob minha pele. Tento abrir os olhos, mais eles estão pesados demais, tento novamente e vejo uma sombra sentada ao meu lado e escuto uma música muito baixa, misturada com um chorinho de neném, de quem será essa sombra? Ela está se aproximando e estou com muito medo, onde estou? Eu tento gritar, tento perguntar mais não sai som nenhum audível de meus lábios secos. Quando a sombra toca meu rosto eu me levanto com um susto.

— O que está acontecendo? Aonde estou? — Quando consigo focar meu olhar tem um cara me olhando com uma carranca meio atordoada, meio assustado, e no momento não sei definir o que é. Será que gritei enquanto eu dormia? Será que falei alguma coisa que o assustou? Malditos pesadelos!

Quando será que vou me livrar deles? Ele continua sentado ao meu lado em uma cama que não conheço e em um lugar onde não lembro de ter chegado, será que aconteceu alguma coisa entre eu e ele? Eu não me lembro! Santo Deus, o que eu fiz que não me recordo? Antes que eu possa perguntar, ele começa a falar:

— Sério que você não lembra? Eu sou o Julian do bar Johnny's... De ontem a noite, você lembra agora? — Aí Meu Deus! Agora vem tudo a minha cabeça, junto com uma puta dor... bem quase tudo, só não sei como cheguei aqui. Eu contei minha vida quase toda, para esse cara, ele é o que elogiou meus Louboutin como posso ter esquecido? Eu o beijei também.

Alívio tomou conta de mim. Claro que nós não transamos, ele é gay! Com esse pensamento vem também a lembrança da surpresa que minha querida irmã me fez, e minha cabeça começa a latejar mais forte, acho que pela mistura da decepção, raiva e a tequila. Mais vou fingir que não me lembro dele e sair como se nada tivesse acontecido, talvez assim eu não sinta tanta vergonha por ter chorado em seu braços ontem a noite. Então digo com uma voz figinda:

— Eu e você.... É nós... Fizemos alguma coisa?— Ele repentinamente fica um pouco ruborizado, que fofo, ele realmente só pode ser gay! Foco Isabelly, foco. Ele permanece me olhando e negando com a cabeça, ele realmente acreditou que não me lembro dele, e com o olhar triste ele responde:

— Não! Eu não faria isso com você Isabelly. Eu só... Eu... — Eu o interrompo

— Meu Deus! Então porque você não me levou para minha casa, se você não queria fazer nada comigo? O que há de errado? Eu não sou bonita o bastante é isso? — Faço cara de choro desistindo de bancar a esquecida e partindo para gozação, só pelo prazer em ver seu desconforto! Eu sei é maldade, mas não consigo deixar passa! Consigo ver a confusão em seu rosto, ele abre a boca para falar mais então fecha novamente como se procurasse as palavras certas. A frustração está estampada em seu rosto, o que faz tudo ficar ainda mais engraçado, então desisto do teatro, desisto de fingir que não lembro dele. Eu não aguento e começo a rir e ele finalmente percebe que eu estou brincando, sua expressão se suaviza e ele suspira aliviado então começo a tagarelar:

— Eu estou te zoando Julian, você acha que eu ia me esquecer de você? Eu fiz você me beijar e depois te arrastei para o bar e te contei a minha vida quase toda eu sei, eu sei, eu falo de mais não consigo ficar calada. Minha mãe costumava me chamar de boneca Emília. Ela era uma boneca que tomou uma pílula e ganhou vida e não conseguia ficar calada! Esta vendo já tagarelando de novo! Foi mal garoto da cerveja, eu simplesmente não consigo! — Dou de ombros e ele sorri, não sei se ele esta rindo por eu falar demais ou porque caiu na minha brincadeira. Depois de algum tempo ele coloca a mão na nuca e diz: