Capítulo 16

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ISABELLY

O problema não foi todo o caminho que percorremos para chegar em casa, mas sim ter chegando em meu apartamento e enfrentar dois pares de olhos me encarando como se eu tivesse acabado de cometer um crime.

Não posso me importar menos com o que meus amigos possam estar pensando de mim nesse momento. Meus pensamentos estão regados de incerteza, confusão e puro tesão. Julian me contou que Robert Evans é seu pai! É como se a ficha da gravidade dessa revelação ainda não tivesse caído totalmente. Passamos todo o caminho em silêncio, sem música, somente o barulho agudo do vento entrando pelas janelas de sua Land Rouver nos agraciando. Quando ele encostou no meio-fio do meu prédio ele se inclinou pra me beijar, eu aceitei com certa reluntância porque eu sabia que se aquele beijo se aprofundar-se mais um pouco eu acabaria montada em seu colo e isso é a única coisa que posso desejar. Nosso breve momento naquela escada foi de tirar o fôlego. Minha pele já se arrepia com antecipação dessa lembrança. E continuo úmida. Até que fujo da sala aonde Clark e Marien estão sentados assistindo algum episódio de Orphan Black. Na verdade Marien fica comendo toda pipoca enquanto Clark baba pela perfeita interpretação da atriz principal que faz mais papéis que eu possa contar nessa série.

Assim que estou em meu quarto deixo meu vestido deslizar para fora de meu corpo até que está no chão, retiro meus sapatos e logo as finas meias-calças. Amarro meus fios em um coque frouxo enquanto a banheira está enchendo. Paro de frente do amplo espelho de meu closet que está levemente aberto. E me olho por inteira. Meus quadris estão com pequenas marcas vermelhas, nada que muito sensível. Mas em minha pele clara aparenta ser mais grave do que realmente é... Passeio mais meu olhar e vejo sua marca em meu pescoço e me relembro como o seu olhar ficou vidrado nesse específico ponto, eu sei que ele não queria me machucar, mas quando estamos sentido a pele um do outro, o resto não importa é como se nós nos perdêssemos somente naquele momento.

Possa se dizer que isso é novo pra mim. Não é um sentimento, mas algo que preciso me controlar para não me aprofundar. Julian é perigoso pra qualquer coração e o meu não está aberto à receber nada parecido com isso...

'Isso' que pra mim ainda não tem uma definição clara, sabe se lá o que é isso que temos quando estamos juntos.

Quando vi algo parecido com pavor em seus olhos ao perceber que havia me penetrado sem mesmo se preocupar em obter um camisinha, possa se dizer que foi 'Atencioso', porque ele não estava preocupado com ele... Mas comigo. E ter lhe falado uma mentira não era meu plano. Mas o que eu podia falar?
'A Julian não se preocupe eu não preciso usar porra de pílulas'.
Mas sobre fazer exames, isso é verdade. Eu nunca precisei me preocupar com esse lado, porque a última vez que transei sem camisinha eu tinha 17 anos e o destino se encaminhou de me lembrar que eu era uma adolescente burra. Mas o meu passado só pertence unicamente a mim. E não é porque Julian me contou o seu obscuro motivo de vir para NY, que eu tenho que revelar meu fodido passado.

Tomo meu banho relaxante, com espumas ao meu redor, encosto minha cabeça na lateral gelada enquanto fecho meus olhos. Amanhã teremos que fingir que tudo o que discutimos e fizemos, nunca aconteceu.

É frustrante estar nesse envolvente jogo com Julian. O problema é que também é deliciosamente excitante.

***

Me apronto uma hora antes do costume, hoje preciso mostrar meu profissionalismo com toda boa vontade que o senhor John depositou na Evans Models. Mas tenho que tomar pelo menos duas xícaras de café puro pra me abster de toda essa ansiedade. Sei que Julian aceitará prontamente a essa proposta. E espero que demore pelo menos mais uns dois dias para nos reunimos em Chicago porque assim me prepararei para ter que enfrentar uma estadia em outra cidade sem nada que possa nos impedir de ceder a sede que temos de sexo.

Atração PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora