Christian observava Carolina do outro lado da mesa enquanto jantavam a bordo do jato.
- Quem foi que te machucou? - perguntou.
Ela virou a cabeça, recusando-se a lhe dar confirmação.
- Carolina, olhe para mim. Você foge de compromisso igual o diabo foge da cruz.
- E minha vida te interessa desde quando?
- Desde quando eu quero ser mais do que seu amigo. - ele falou olhando nos olhos dela.
- Eu achei que tínhamos concordado em sermos só amigos.
- E tínhamos, mas depois de ontem, vi que podemos dar certo.
- Ontem foi só duas pessoas solteiras atrás de sexo. - ela recrutou.
- Por trás dessa máscara de indiferença tem uma mulher romântica.
- Como você sabe?
- Simplesmente sei. Você me deve pelo menos uma explicação.
- Christian, eu gosto de você, mas temos que ter um relacionamento estritamente profissional.
- Por que? - ele perguntou. - Por que você quer tanto negar que sentimos atração um pelo outro. O que aconteceu com você?
Ela corou e desviou o olhar.
- Algo que está definitivamente no passado, onde quero que permaneça.
- Tudo bem.
- Nós não temos um relacionamento - apontou Carolina.
- Não - murmurou ele. - Mas espero que um dia você me conte.
Carolina olhou para ele e decidiu desabar.
- Você deve saber que namorei o Matheus há algum tempo atrás, mas o que ninguém sabe é que peguei ele me traindo - ela falou e Christian a observou calado. - Antes dele teve o Miguel, começamos a namorar quando eu tinha 15 anos e ele 17, ele ficou fazendo faculdade no Brasil e eu vim para os EUA. No começo nos falávamos todos os dias, depois cada vez menos, isso durou uns 2 anos, quando voltei para casa nas férias descobrir ele estava me traindo com a minha prima Emily e ela estava grávida, todo mundo sabia menos eu é claro. Eles se casaram, eu fui madrinha do casamento e do bebê. Você pode ver por que eu não quero me envolver com ninguém? Quem me garante que você não vai ser como eles?
- Eu não posso dizer o que irá acontecer, não posso prever o futuro. - ele respondeu. - Por que não vivemos um dia de cada vez?
- Não sei.
Christian sorriu já era um avanço.
- O que acha de jantar comigo, amanhã?
- Você está me convidando?
- Sim.
- Para um encontro?
- Você precisa de tempo para pensar?- ela encarou o olhar provocador dele.
- Não.
- É um ''não vou jantar com você'' ou ''não preciso pensar''?
- Veremos, mas não prometo nada.
Os dois ficaram em silêncio.
- Por que seus pais não contaram sobre o romance entre sua prima e o seu ex-namorado? - perguntou ele quebrando o silêncio.
- Não sei, mas desde quando éramos crianças, quando a Emily fazia alguma coisa errada meus pais sempre faziam vista grossa, tudo o que ela queria eles davam e na maioria das vezes ela queria o que eu tinha. - comentou, dando de ombros.
- Por que eles faziam isso? - perguntou ele indignado. -Não me admira que ela tenha se tornado uma mimada.
- Por que ela perdeu os pais muito cedo. Ela era frágil e eu muito independente, desde pequena a Emily era a filha perfeita, fazia tudo o que minha mãe queria, enquanto eu gostava de aventura, gostava de explorar, de investigar em vez de ficar acomodada.
Ele sorriu.
- Você tem razão, eu não consigo imaginar você sendo frágil. - ele comentou.
Carolina revirou os olhos. Ela ia viver um dia de cada vez sem pressões ou promessas.
*
Carolina estava em sua escritório pensando se foi certo dar uma chance para Christian, quando Helena entrou sem ser anunciada.
- Que horas você chegou? - ela perguntou se sentando.
- Era de madrugada, você já estava dormindo.
- Como foi a viagem?
- Foi bem, conversamos com o Ethan e Nora e eles pareceram gostar de Christian.
- E o que mais?
- O que você espera ouvir? - Carolina perguntou.
- Não sei, talvez algum detalhe caliente. - respondeu dando de ombros.
- Você quer que eu admita que eu dormir com ele de novo?
- Sinceramente? Sim.
- Tudo bem, eu dormir com ele admito. E eu gostei.
Helena sorriu.
- Eu sabia.
- Então por que perguntou?
- Por que eu queria que você admitisse.
- E você está saindo com alguém? - perguntou Carolina tentando mudar de assunto.
- Não, terminei com o Tarso ontem. - Helena respondeu como se não fosse nada.
- E como você está?
- Estou bem, mas os remédios me deixam sonolenta.
- A próxima consulta é quando? - perguntou verificando seu calendário.
- Próxima sexta.
Carolina balançou a cabeça anotando o compromisso na agenda.
- Carolina?
- Hum?
- E você e Christian?
- Estou dando uma chance para ele.
- Uma chance verdadeira ou você só falou isso para tirá-lo do seu pé?
- Eu sinceramente não sei.
- Dê uma chance para ele, diferente dos seus outros namorados, eu gosto dele.
- Vou pensar.
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