Capítulo 16

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Carolina passou a manhã escrevendo notas e revisando arquivos, até que sentiu seu cérebro completamente frito. Um som irritante ecoou. Christian olhou para cima e levantou a sobrancelha, ela correu e atendeu seu celular.

- Alô?

- Ora,ora a Sra. Vice-presidente resolveu atender aos pobres. - disse a voz de um homem. Carolina abriu um sorriso.

- Meu tempo é muito ocupado. Mas me fala, como vai o André? - ela perguntou pelo sobrinho, André era um garoto de um ano e meio que foi abandonado na porta de seu irmão Gabriel à alguns meses e nesse meio tempo Gabriel vem tentando adotá-lo.

- Muito bem, ele tem perguntado muito pelo tia Carol.

- Eu também estou com saudades dele e o processo de adoção? - ela perguntou animada.

- A audiência foi ontem e eu consegui a guarda definitiva dele. - a voz de Gabriel estava em êxtase.

- Sério?

- Sério, eu estou muito feliz.

- Parabéns, quando vocês vem me visitar? - perguntou saudosa.

- Em breve, e você quando vai contar para a rainha Carina que você é vice-presidente da KI e não uma estagiária como ela pensa? - ele perguntou.

- Quem sabe em breve, você sabe que eles não se importam pela minha carreira.

- Eles se importam, só estão decepcionados ainda. - ele disse e logo mudou de assunto. - Você está sabendo a novidade da Milly?

- Não, o que é? - Carolina perguntou curiosa, Milly ou Emily era prima deles, ela havia se casado aos 17 anos grávida com o até então namorado de Carolina. Emily e Helena haviam sido criadas junto com Carolina e Gabriel, desde que os pais das duas morreram num trágico acidente de carro. Carina e Gustavo Fernandes resolveram adotar a sua pequena sobrinha e a filha de seus melhores amigos.

- Ela está grávida - disse Gabriel. - Mamãe ficou enchendo meus ouvidos ontem, ela está tão contente que vai ganhar outro neto e ficou me perguntando quando eu vou ter mais filhos, ela ama o André, mas quer mais netos, ela também ficou falando um bom tempo que estava na hora de você e Helena criarem juízo e darem netos para ela mimar.

- Não tão cedo - ela riu. - Que bom que ela ligou para você e não para mim.

- Ela disse que te ligou, mas Helena atendeu e disse que você não estava em casa.

- Eu estou em Seattle, fazendo uma viagem de negócios com meu novo chefe. - explicou.

- Ele é solteiro? Tem filhos? - ele perguntou em tom sério.

- Gabriel! - Carolina o repreendeu.

- O que foi? Eu só estou fazendo o papel de um bom irmão.

- Sei! - falou sarcástica.

- Preparem a sala de cirurgia - ele falou para alguém do seu lado. - Eu vou ter que desligar, Carolina.

- Tudo bem, tchau.

- Tchau, eu te amo.

- Eu também me amo.

Carolina desligou ouvindo as risadas do seu irmão. E olhou para Christian.

- Tudo bem? - ele perguntou de um jeito estranho.

- Claro - ela respondeu e voltou a analisar os arquivos.

*

Carolina voltou para seu quarto depois de horas de trabalho, ela sabia que aquela reunião em forma de jantar com Ethan Clay era muito importante, decidiu antes de se arrumar ligar para Helena para ver se ela estava se sentindo melhor. Sua preocupação foi recebida com uma série de palavrões por acordá-la de um cochilo.

Com um suspiro começou a fazer sua maquiagem e seus cabelos.

Com os cabelos e maquiagem prontos, ela passou um hidratante sobre a pele, vestiu uma lingerie e abriu a porta do armário, depois de analisar todas as opções de roupas que trouxera para os dois dias em Seattle acabou decidindo por um vestido azul de seda com um decote pronunciado que deixava suas costas à mostra, praticamente até abaixo da cintura e a saia esvoaçante.

Quando saiu do quarto Christian estava de terno sem a gravata olhando pela janela, quando percebeu Carolina na entrada da sala, ele não fez nenhum esforço para disfarçar a olhada que lhe deu de cima abaixo.

- Você está linda. - disse a olhando com desejo.

- Obrigada, acho que eu devia usar um casaco.

- E por que você iria querer se cobrir?

- É que eu estou com frio. - respondeu ela como se fosse óbvio.

- Você não precisa de um casaco, quando tem um belo acompanhante para esquentá-la - Christian disse baixinho.

- Eu acho que não vamos caber nós três no elevador - ela disse séria.

- Nós três? - perguntou ele confuso.

- Sim, eu, você e seu ego mostro - ela falou e caminhou em direção ao elevador.

*

Christian ficou observando aquela mulher sensual e elegante. Como ele iria conseguir manter as mãos afastadas dela?

Ele apertou o botão para chamar o elevador e se aproximou dela.

- Você com certeza sabe como estragar um grande momento.

- E eu estou mentindo? - ela perguntou entrando no elevador.

Ele preferiu não responder e se colocou ao lado dela. Trinta minutos mais tarde os dois entraram em um dos restaurantes mais exclusivo de Seattle. Foram recebidos pelo maitrê e direcionados a uma mesa com um casal de idade.

- Carolina - cumprimentou o homem mais velho.

- Ethan, Nora, é um prazer vê-los novamente, este é Christian Kingsley - falou Carolina indicando Christian.

- Sr. Kingsley, por favor vamos nos sentar - falou Ethan puxando a cadeira para sua esposa Nora.

O jantar transcorreu muito bem, Christian se mostrou bem humorado e inteligente, Ethan e Nora pareceram gostar dele.

De volta ao hotel, quando as portas do elevador se fecharam Christian cobriu a boca de Carolina com a sua instantaneamente , beijando-a.

Abrindo seus lábios, ela permitiu que a língua dele explorasse a sua boca. Um misto de calor e arrepios varreu a sua pele enquanto ele deslizava as mãos pelas costas de seu vestido.

Ele aprofundou o beijo e a puxou mais para perto e murmurou o nome dela contra os seus lábios.

Ela deu um passo para trás, recuperando o fôlego.

- Christian, eu...

Ele havia lutado contra a sua excitação desde o momento em que ela havia aparecido com aquele vestido ousado.

- Depende apenas de você - acrescentou ele, aproximando-se de seu ouvido para sussurrar as palavras e mordiscar o lóbulo de sua orelha. - Você me quer?

Ele a beijou novamente, tentando manter o beijo leve e tranquilo, mas a intensidade e o ardor acabaram vencendo a batalha.

As portas do elevador se abriram. Eles seguiram pelo corredor até a suíte, em silêncio. O cômodo estava às escuras.

Eles permaneceram de pé em meio às sombras, a poucos centímetros de distância.

- Boa Noite. - Ela ficou na ponta dos pés, o beijou no rosto e então se afastou.

Christian a viu desaparecer para dentro de seu quarto, e ouviu no silêncio, a sua porta se fechar. Com um leve suspiro, ele balançou a cabeça.

Ela havia dito não. Novamente!

Adorável AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora