Carolina dormiu a maior parte da viagem. Christian ficou no Rio enquanto ela foi para São Paulo.
A viagem do Rio de Janeiro para São Paulo foi agradável.
A casa de seus pais se situava em um dos bairros chiques da zona leste. A casa de dois andares era branca com venezianas pretas, o pátio estava cheio de brinquedos espalhados.
Carolina desligou o carro e antes que pudesse abrir a porta ouviu sua mãe gritar.
- Carolina! Meu bebê chegou! Gustavo pegue as malas - Carina ordenou.
Segundos depois seu pai desceu as escadas.
- Ela está tão contente por você estar aqui - ele beijou a cabeça da filha e a puxou para um abraço apertado - Talvez eu deva te falar que ela está aprontando alguma.
- O que ela vai fazer? - ela perguntou com os olhos arregalados.
- Não posso te dizer - ele pegou as malas e as levou para dentro da casa. Carolina suspirou e o seguiu.
- Meu bebê! Eu estava com saudades - Carina a abraçou quase a sufocando.
- Mãe! Eu não estou conseguindo respirar.
- Desculpe - ela afrouxou um pouco o abraço - Cadê a Helena? Por que ela não veio também?
- Ela está muito ocupada com alguns contratos.
Carina ficou triste, ela gostava de ter todos os seus filhos debaixo de suas asas.
Seu quarto ficava no fim do corredor do segundo andar. As paredes continuavam roxas, assim com as cortinas e a colcha da cama. Seu quarto estava igual a quando ela era adolescente. Ela sorriu quando lembrou da luta que teve anos atrás, por que Carina tinha pensado que parecia um quarto de punk, quando lhe contou que cores queria no seu quarto. Ainda bem que Emily e Helena gostavam de rosa.
Carolina saiu do quarto e foi a cozinha.
- Sente-se, vou preparar algo para você comer - Carina deslizou um sanduíche com um copo de suco para sua frente e se sentou à mesa, sorrindo de orelha a orelha.
- Então, como vai seu emprego de estagiária?
- Já que você tocou no assunto, eu não sou uma estagiária...
- Você foi promovida? - Carina parecia radiante.
- Sim... a uns dois anos e meio atrás - ela murmurou a última parte.
- O que você disse querida? Não importa! Convidei algumas pessoas para jantarem aqui em casa.
Carolina revirou os olhos, sua mãe era muito volúvel.
- O que você está tramando?
- Nada meu amor, absolutamente nada - ela respondeu inocentemente, ou seja, Carina estava tramando alguma coisa e ela tinha certeza que não iria gostar. - A Milly já deve está chegando de ir buscar o Afonso, o Miguel já deve ter acabado seu plantão.
Quando Carina falou neles, Carolina esperava sentir algum sentimento negativo, mas tudo o que sentiu foi saudade.
- Por que você não vai descansar, enquanto preparo o jantar? - Carina sugeriu.
Ela resolveu aceitar a sugestão e voltou para o quarto, mas antes de deitar verificou suas mensagens e então pode dormir em paz.
Carolina acordou mais tarde com o tilintar de pratos no andar de baixo. Olhou rapidamente para o relógio e ficou surpresa ao constatar que tinha dormido por várias horas.
Ela tomou um banho rapidamente, escolheu um vestido casual e elegante. Quando finalmente desceu as escadas, encontrou Emilly com uma barriga de cinco meses e Miguel sentados no sofá abraçados e conversando com Gustavo que estava sentado de frente para eles. Do lado de seu pai estava Afonso, com sete anos e meio, ele estava lindo e muito comportado.
- Boa noite - ela disse sorrindo.
- Carolina! - Emily se levantou e a abraçou , sem hesitação ela respondeu ao abraço. Carolina cumprimentou Miguel e depois abraçou Afonso.
- Então, onde está mamãe? - ela perguntou ao se sentar ao lado de seu afilhado.
- Caprichando no jantar, ela realmente que impressionar os convidados - Emily respondeu distraída passando a mão pela barriga.
- Que convidados?
- Não sabemos - respondeu Miguel.
Gustavo se mexeu desconfortável, antes que ela tivesse a chance de abrir a boca, a campainha tocou. Ele se levantou e atravessou o corredor. Carolina podia ouvi-lo rindo quando cumprimentou seus convidados na sala.
- Tatiana, Alberto seja bem vindos.
- Você se lembra dos meus filhos Pedro e Paulo? - a voz de uma mulher soou.
- Claro. Venham conhecer minha filha Carolina.
Gustavo voltou e atrás dele vinham uma casal da idade dele e dois jovens.
- Acho que vocês se lembram da minha filha Emily, seu marido Miguel e seu filho Afonso. E esta é minha outra filha Carolina.
- Claro! Como vão? - Tatiana cumprimentou a todos. Os dois homem analisaram Carolina.
Logo Carina apareceu e arrastou Tatiana para a cozinha. De vez em quando, eles escutavam algumas risadinhas vindas da cozinha.
O jantar estava delicioso, Carolina tinha recusado o vinho, ela tinha que pensar primeiro no seu bebê. A refeição transcorreu normalmente, a não ser por algumas insinuações vindas de Carina e Tatiana, que a deixa desconfortável.
- Sabe querida, você devia jantar com um dos meninos amanhã - Carina disse como quem não queria nada.
As pessoas ao redor da mesa ficaram em silêncio esperando uma resposta. Carolina foi salva pelo seu celular tocando.
- Eu preciso atender - ela fez menção de se levantar.
- Atenda aqui querida - disse Gustavo.
Suspirando, Carolina pegou o celular.
- Alô?
- Carolina, temos um problema - Zoe disse apressadamente.
- Que problema? - Carolina estava lutando para controlar sua irritação.
- Lembra daqueles empresários chineses?
- Aqueles que eu passei meses bajulando? Sim.
- Pois bem, eles querem desistir da venda.
- Como assim?
- Não sei, eles mandaram o representante avisar que estavam repensando se queria fechar negócio conosco.
- Cadê a Jessica? - ela perguntou.
- De férias.
- Zoe, me escute bem, você vai ligar para o representante dos chineses e perguntar o motivo do cancelamento. E lembre-se seu emprego depende disso.
- Mas meu pai...
- Zoe, eu acho que você ainda não entendeu, não me interessa saber quem é o seu pai, para mim você é somente mais uma de minhas funcionárias.
- Eu entendi.
- Maravilha, faça o que eu mandei, enquanto eu ligo para seu irmão.
Carolina desligou, era só o que faltava, complicações a essa altura do campeonato.
- Tudo bem, querida? - Carina perguntou.
- Sim, foi um prazer conhecer a todos, mas vou ter que me retirar. Com licença.
Ela se levantou e saiu da sala de jantar, subiu as escadas e se trancou no seu quarto.
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