75 - Lacunas

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O silêncio reinou no quarto após o pronunciamento dele, mas logo alguns soluços invadiram o ouvidos dele e a dor ao sentir ela tremendo em seus braços era muito maior que se tivesse vários tiros

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O silêncio reinou no quarto após o pronunciamento dele, mas logo alguns soluços invadiram o ouvidos dele e a dor ao sentir ela tremendo em seus braços era muito maior que se tivesse vários tiros.

Alfonso: Annie, por favor, não chore – a trazendo ainda mais para perto.

Anahí: está me abandonando de novo – deixando as lágrimas caírem, a dor da perca era muito forte e os dez anos solitários voltaram à cabeça dela como um tapa na cara.

Alfonso: não torne as coisas mais difíceis – a encarando pela primeira vez com o rosto vermelho pelo choro e molhado pelas lágrimas – não vê o quanto é perigoso está ao meu lado? Nunca irei me perdoar se algo acontecer a você ou ao David.

Anahí: nós somos uma família – se soltando dele e se sentando na cama de costas para ele – se você não estivesse lá hoje, nem sei o que teria acontecido ao David, e ainda assim quer nos distanciar? – negando com a cabeça e limpando o rosto com força.

Alfonso: vocês passaram dez anos sem mim, e estiveram em segurança por todo esse tempo, sete meses ao meu lado e olha só o que aconteceu? – se sentando na cama, David que estava dormindo acordara, mas se manteve no mesmo lugar escutando a conversa dos pais.

Anahí: foram dez anos esperando por notícias suas mesmo sem querer admitir para mim mesma, dez anos o David perguntando quem era o pai, dez anos de sofrimento por sua ausência e agora você está querendo nos afastar novamente – enxugando com as mãos as lágrimas que temiam em cair.

Alfonso: não vê que a Megan quer destruir a nossa família? E tudo por minha causa – ela o encarou como um animal ferido.

Anahí: a Megan não vai mais destruir a nossa família, por que você já fez isso – se levantando, pegando um roupão do hospital e saindo para o corredor o deixando sentado na cama com as mãos cobrindo o rosto, precisava chorar ou acabaria enlouquecendo, quando um soluço baixinho o tira do seu transe.

Alfonso: David? – caminhando até ele o encontrando chorando – a perna está doendo? – ele negou com a cabeça

David: vai abandonar a gente – deixando as lágrimas caírem descontroladamente – se estiver longe eles vão matar a gente – Alfonso o abraçou o deixando chorar ainda mais.

Alfonso: vocês precisam entender que é por causa da minha presença que vocês estão em perigo – segurando a cabeça dele contra o peito – e ninguém vai matar vocês, não irei permitir.

David: com você longe somos alvos fáceis – chorando ainda mais.

Alfonso: eu prometo que vocês estarão seguros, irei vigiar vocês o tempo todo – David assentiu mesmo sabendo que não iria ser a mesma coisa, mas estava cansado e acabou dormindo nos braços do pai, que o arrumou na cama.

Marichelo: Anahí o que houve? – a encontrando sentada num banco no corredor próximo ao quarto de Enrique, vestida com o roupão do hospital chorando em plenos pulmões – foi com o David? – se sentando ao lado dela e a abraçando pelos ombros, mas Anahí se limitou a negar com a cabeça – então me conta pelo amor de Deus o que houve?

Anahí: ele vai me abandonar de novo mãe – soluçando e voltando a chorar descontroladamente.

Marichelo: ele só quer proteger vocês e está de cabeça quente, espere até amanhã para ele pensar melhor, sem o calor dos acontecimentos sim? – enxugando as lágrimas dela, que assentiu e permaneceu abraçada a mãe por mais alguns minutos.

Voltara ao quarto de David e observou que Alfonso já estava deitado e David estava dormindo, não se deu ao trabalho de verificar se Alfonso estava dormindo e se deitou na cama com David o trazendo para próximo do seu corpo.

Anahí: agora seremos só nós dois novamente – arrumando o cabelo do filho o beijando na testa, tentara dormir mas a cada movimento de David e de Alfonso assustara, durante a madrugada uma enfermeira veio verificar como David estava, e ela acompanhou todo o procedimento enquanto Alfonso dormia na cama ao lado ou pelo menos é o que ela pensara.

Quando o dia amanheceu foi o único momento em que conseguira pegar no sono agarrada ao David, Alfonso levantou, vestiu a calça e foi para lanchonete do hospital precisava fazer alguns telefonemas e tomar um café preto, encontrando com Marichelo que estava tomando um cappuccino com torradas.

Alfonso: bom dia – se sentando ao lado dela no balcão que o fuzilou com o olhar, ele tomou um gole do café e percebeu o olhar dela – o que houve?

Marichelo: sabe ás vezes acredito que o Enrique está certo, você não merece a nossa filha – ele franziu o cenho sem entender o porquê daquilo à uma hora daquela.

Alfonso: não entendo, porque está me dizendo isso agora? – tomando outro gole do café a observando morder a torrada.

Marichelo: é a segunda vez que ela precisa de você e você não está, uma hora ela vai cansar de amar você – tomando um gole do cappuccino – o amor quando não é cuidado ele morre, o David te adora mas imagine como estará a cabeça dele sabendo que o pai não quer ficar por perto.

Alfonso: estou fazendo isso pela segurança deles – ela negou com a cabeça rindo fraco.

Marichelo: uma família só é forte junta, separada qualquer coisa os derruba, e pode se preparar que quando isso acontecer o Enrique estará soltando fogos de artifício por ter se livrado de você – se levantando do balcão e o deixando sozinho.

Anahí acordou horas depois com algumas batidinhas na porta, e logo a figura de Jaime apareceu preocupado, com Maite logo atrás.

Anahí: o que estão fazendo aqui? – coçando os olhos, focalizando a imagem dos dois dentro do quarto.

Jaime: seu namoradinho fez o favor de me ligar durante a madrugada para vim dirigindo até aqui com a maluca da irmã dele tendo um ataque psicótico – rindo torto e Maite o encarou perplexa.

Maite: é melhor calar esta maldita boca se não quiser perder o emprego – o encarando irritada – e o David? – se aproximando mais da cama.

Anahí: fraturou a perna direita, mas já está bem só terá que usar esta bota por algumas semanas – cobrindo melhor o filho.

Maite: agora você é quem não está nada bem – se calando ao ver Alfonso entrar no quarto murmurando um bom dia e se sentando na cama ao lado da de David – o que aconteceu com vocês dois? – falando um pouco alto demais tentando se localizar na situação.

Alfonso: dá para falar baixo? Meu filho está dormindo e estamos num hospital se não percebeu – Maite encarou dele para Anahí e negou com a cabeça franzindo o cenho.

Maite: que merda você fez Alfonso? – cruzando os braços.

Jaime: sei lá o que for, eu vim como advogado e quero logo saber o houve para fazer o meu trabalho – Alfonso abriu a boca para passar o caso a Jaime, mas Maite o interrompeu o puxando para dentro do banheiro e trancando a porta.

Maite: você sabe que não sou muito fã da Anahí, mas o que você fez com ela? – ele abaixou a cabeça negando.

Alfonso: eu terminei com ela – Maite abriu a boca em O incrédula.

Maite: você é mais idiota do que eu pensava e ainda é burro! – o empurrando contra a parede do banheiro – a vontade que tenho é de te matar, está entregando tudo a Megan – se afastando dele negando com a cabeça.

Alfonso: é o único jeito dela me deixar em paz, deixar a minha família em paz – Maite negou com a cabeça e pegou o celular discando rapidamente um número.

Maite: alô – esperou um pouco – papai, acho bom o senhor vim a New Jersey o Alfonso está precisando levar um soco na cara.


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