Poderíamos Cair (Vondy)

Capítulo 7

        Às vezes me pergunto, se tudo o que vivemos foi apenas uma fantasia, um delírio bobo do momento, ou se foi tão real quanto o vazio que sinto queimando dentro de mim. Sei que está com ela, sei também que ela te faz feliz, mas gostaria de saber o que fui para você. Christopher, você pode se lembrar da promessa? Por que simplesmente estou pensando muito nela ultimamente.

2006- Em algum lugar na América do Sul. Tour Generación RBD

— Ucker, poderíamos cair, é perigoso. — Disse a ele enquanto estávamos na laje de uma casa alta de dois andares. Ele tentava me convencer a subir no parapeito com ele. Era noite e eu olhava para o céu escuro pontilhado com estrelas brilhantes. A lua parecia sorrir para nós, mas até ela sabia que aquilo era uma má ideia. Eu tinha medo de altura e a verdade é que ambos deveríamos estar dormindo como os outros e não ali. De fato havia sido uma péssima ideia da produção alugar uma casa em vez de nos colocar como sempre nos hotéis. Nós hotéis pelo menos tínhamos mais supervisão.

— Não seja boba Dul, vem aqui, eu não vou deixar que você caia. Não confia em mim? — O vi pisar um pouco em falso. Meu coração saltou enquanto ia até ele.

— Droga, olha o que está fazendo comigo.

— Está realmente preocupada comigo? Por quê? — Questionou.

— Por que... Ora Christopher, porque você é irresponsável, imaturo...

— Resumindo eu não presto, é por isso que se preocupa? — Ele parecia estar se divertindo muito com tudo o que apenas me deixava mais e mais brava. — Vem cá, não confia em mim?

— Não, é claro que não confio. Desça daí já, pois está me deixando preocupada. Não me faça sofrer. — Pedi e ele me olhou com seus grandes olhos castanhos e sorriu docemente.

— Okay, então me ajude. Me dê a sua mão. — Pediu e eu apenas segurei rapidamente a mão dele quando ele me estendeu, mas simplesmente escapou e o vi cair em câmera lenta de costas. Meus olhos se encheram de lágrimas. Não poderia ser.

— Christopher. — Gritei angustiada sentindo o ar correr de meus pulmões. Debrucei-me no parapeito quando escutei o barulho de água. Lá embaixo ele mergulhava em uma água límpida na piscina da casa. Senti a raiva querer transbordar.

— Seu... Seu... Eu pensei que você... Meu Deus Christopher. Como você pôde? — Berrei, mas ele apenas sorriu arrancando a camisa branca molhada e jogando longe mostrando seu peitoral. Por que ele tinha que fazer isto? Ele parecia incrivelmente bem daquele jeito, e isto era o máximo que poderia dizer. Éramos como irmãos, então sem pensamentos impróprios, trabalhávamos junto em uma novela "Rebelde" e fazíamos parte de um grupo musical denominado "RBD", não podíamos ser menos que profissionais um com o outro.

— Dulce, não grita, está louca? Vai acordar a todos. Agora vem cá. Anda logo.

— Está louco?

— Pula aqui!

— Já disse que não.

— Dul, só uma vez tente superar os seus medos, eu estou fazendo isto por você. Você precisa ser livre, e não conseguirá se não se libertar de tudo o que te cerca. Você é incrível e forte e eu acredito que... Que pode tudo o que quiser. Por favor, acredite em mim uma vez na vida, eu nunca... Nunca deixarei nenhum mal te acontecer. Estou aqui pra cuidar de ti, sou sua babá, olhe pra mim. — Riu me fazendo rir junto com ele. Como ele poderia ser tão bobo. Tentei tomar coragem e retirei meu sapato subindo no parapeito. Comecei a arfar.

— Eu sei que pode. Seja um pássaro. — Sugeriu e respirando fundo eu pulei mergulhando na piscina. Água se espalhou para todos os lados e eu quase bati no fundo da piscina quando ele me puxou para cima rapidamente. Ele sempre me fazia fazer as coisas mais estúpidas como se elas tivessem muita lógica.

— Está feliz agora? — Questionei-o, mas ele parecia sério olhando para algo, assim segui seu olhar até cair em meu peito. Droga, eu havia esquecido que estava de blusa branca e que tudo parecia transparente demais e grudado ao meu corpo. Levei meus braços a frente claramente constrangida, mas ele apenas riu e jogou água na minha cara. Fiz o mesmo gesto e estávamos apenas espirrando água para todos os cantos. Christopher se aproximou de mim levando as mãos até as minhas costas me envolvendo, me abraçando e apenas riamos.

— Você é muito corajosa, e um páreo difícil na lendária guerra na piscina. — Ele tinha o rosto leve, e uma expressão tranquila. Sua mão deslizou até meu cabelo como se eu fosse sua. Senti um tremor se apossar de mim, pois eu não poderia evitar o quanto ele estava incrivelmente maravilhoso e o quanto eu gostaria de mordê-lo todo. Droga, eu não deveria pensar este tipo de coisa. Olhei para os seus lábios tão convidativos, me esperando. Não seria o primeiro beijo se eu fizesse, mas seria o primeiro pra valer, sem atuações e personagens, mas ainda assim éramos amigos e eu não seria a primeira a estragar tudo.

— Christopher! — Murmurei com os olhos fechados esperando o derradeiro fim, mas ele se afastou e jogou água em mim novamente.

— Você é tão infantil. — O vi fazendo algum movimento estranho na água. — O que está fazendo?

— Tirando minha roupa. Você não vai fazer?

— Está louco? Por que eu faria isto?

— Para ser livre. — Falou com uma cara terrível, com suas lindas covinhas marcadas e seu calção já estava longe na borda da piscina. Eu não conseguia nem pensar sobre o fato de que ele estava nu e muito próximo de mim. Aquilo era insanidade.

— Você Christopher... Você. — Comecei a perder o ar e pulei para fora da piscina.

— Por que está indo? Dulce, volta aqui. — Ouvi sua gargalhada de longe. Como ele era idiota.

Girls Like You

Run, whirlwind run
Further and further away
Into the sun
In, 20 minutes
Everyone will remember you when you're gone
And your heart, is a stone
Buried underneath your pretty clothes
Don't you know people write songs about girls like you?

Garotas Como Você

Corra, corra como ventania corre
Cada vez mais longe
Em direção ao sol
Porque, em 20 minutos
Todos só lembrarão de como você partiu
E o seu coração, ele é uma pedra
Enterrado debaixo dessas suas roupas bonitinhas
Você não sabia que as pessoas escrevem músicas sobre garotas como você?