Capítulo 30

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           Tinha passado das 10 horas da noite quando Christian e Maite bateram na minha porta, parecendo muito arrumados. Eu vestia apenas um pijama largo e sem graça.

— Nós vamos a uma festa na casa de um apresentador famoso, sabe aquele do bigodinho que nós não gostamos?

— Sei. Mas por que vão, se não gostam?

— Por que é o único jeito dos seguranças nos deixarem sair. Claro. — Concluiu Maite batendo o salto alto no chão.

— Vai ou não Dulce? — Questionou Christian agitado.

— Não, desta vez não, não quero atrapalhar vocês. — Respondi fechando a porta e me dirigindo a minha cama quando ouço novas batidas. O que eles queriam de novo? Não adianta insistir. Pensei levando a mão a maçaneta.

— Poncho, o que faz aqui? — Questionei afinal ele vestia pijama e tinha nas mãos um balde de pipoca e dvds.

— Ué, pensei que você não iria querer sair então quis te fazer companhia. Também não quero ir com eles.

— Então seja bem vindo a minha grande muralha. — Ri.

          Sem perceber acabei me aproximando de Poncho e não digo que sentia por ele o mesmo que sentia anos atrás, nada poderia ser daquela forma, a verdade é que eu apenas antes me sentia sozinha, e no final foi bom estar contando com mais alguém. Meu relacionamento com Memo terminou depois de algum tipo de briga por telefone nosso e desta vez não foi como se eu me sentisse triste, já não era assim, pois no final a realidade é que nunca tínhamos voltado de fato. Nos arrumávamos nos bastidores de um programa, estávamos prontos para subir ao palco apenas esperando a chamada.

— Eu sempre me sinto nervosa antes destas coisas, não é como se eu pudesse me acostumar a isso. — Digo olhando pra Poncho que deposita sua mão em minha cintura com um sorriso para depois me puxar para seus braços em um abraço apertando.

— Ardilla, você nunca muda. — Ele diz apertando minhas bochechas e me fazendo rir. Ouço alguém limpar a garganta e olho para o lado vendo Christopher, mas ele apenas olhava pra frente embora parecesse quieto e taciturno demais pro meu gosto.

          Cantamos duas canções, demos uma entrevista, tiramos fotos com alguns fã clubes, a maioria das pessoas que já conhecíamos, nossas figurinhas carimbadas. Como sempre tinha um punhado de garotas como mariposas em volta dos meninos, mas eu também não podia dizer nada, pois muitas também me cercavam e alguns garotos. Uma garotinha mirradinha segurava um cartaz vondy com algum tipo de montagem nossa em cenas um tanto quanto quentes demais. Corei me limitando a apenas não olhar direito. De fato elas não sabem o que estão fazendo. Do outro lado Chistopher conversava animadamente com uma garota vestindo uma blusa escrita "barken sempre". Ótimo! Não sei se era um claro sinal de, "Dulce escuta estou com Anahí", ou um "estou dando em cima dela". Nenhuma opção era interessante.

— Dulce. — Poncho brota do meu lado e eu apenas quase me jogo em frente ao cartaz vondy com os braços espalhafatosos. — Você está bem? — Ele me olha com uma cara estranha.

— Maravilhosamente bem. — Sorri e vou até ele lhe tapando os olhos como se fizesse uma brincadeira e o girando até deixa-lo meio tonto e paro ele para a direção oposta da menina vondy. Estas garotas sempre me deram dor de cabeça. Ouço gritinhos histéricos.

— Dulce e Poncho, lindos. Estão juntos de novo? — Uma garota questiona quase com lágrimas nos olhos puxando o meu braço.

— Estamos. — Poncho brinca colocando o braço ao redor do meu ombro para o completo desespero da garota.

— Chega garotas, terminou o momento, eles precisam retornar ao hotel. — Diz alguém da produção enquanto nos movemos pra longe. Uckermann segura a mão de Anahí logo atrás de nós.

Poderíamos Cair (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora