Poderíamos Cair (Vondy)

Capítulo 35

2007 (Fim da Tour Celestial) -México

           Férias era exatamente o que eu precisava. Eu e minha família viajamos para Cancun e lá passei dias maravilhosos de pura alegria e saudade. Sentir o sol na minha pele, a areia logo abaixo em meus pés e escutar a melodia do mar me acalmava, me dizia, calma, assim é a vida, apenas aproveite. A verdade é que me encontrava exausta com tantas viagens pra cima e pra baixo, não há corpo ou mente que aguente isto.

— Tenho que lhes confessar algo. — Começou Claudia minha irmã do meio para mim e para Blanca enquanto estávamos de baixo do guarda sol esperando um por do sol glorioso para encerrar o dia com chave de ouro.

— Fale logo que já estamos preocupadas. — Bronqueou Blanca.

— Estou apaixonada.

— Ahhh. — Foi o coro e logo soaram as palmas.

— De novo Claudia? — Meu pai surgiu atrás de nós antes de ir para a água.

— Que grande novidade querida irmã. — Blanca deu uns tapinhas com uma risada aguda.

— Por que são assim? Sempre fazendo piadas de mim. Não há como falar sério com vcs. — Cruzou os braços e depois de um tempo em silencio ela voltou a sorrir gesticulando com os braços. Claudia é linda, leve e absolutamente feliz. Também é a mais alta de nós e tem o rosto mais delicado. De um gênio muito calmo, não se irrita com nada. Sempre invejei este lado dela. — Ele é lindo, alto, com o cabelo escuro. Tem um sorriso assim que dá vontade de mordê-lo e... E vamos nos casar e em Roma, que é onde vamos viver. — Concluiu quase batendo as mãos feliz da vida enquanto apenas tínhamos a boca aberta.

— Já pediu ao nosso pai? — Questionei estupefata. Que ideia era esta de ir pra longe de nós? Mamãe iria surtar. Apesar de tudo sempre fomos uma família muito unida.

— Não, mas meu noivo vai fazê-lo daqui uns dias quando regressarmos a Cidade do México

— Deus santo, está louca. — Blanca levantou-se de súbito. De fato Blanca tinha a personalidade mais forte entre nós.

— Ai Blanca, não fale assim comigo.

— Bom acho que aqui temos as três irmã Espinosa Saviñón. A que se apaixona sempre... — Apontei pra Claudia. — A que nunca se apaixonada... — Apontei para Blanca e sua cara brava.

— E a que às vezes se apaixona. — Completou minha irmã do meio me olhando. — Está apaixonada, não está?

— Eu? Claro que não. — Arregalei os olhos.

— Não acredito, também está apaixonada. — Minha irmã mais velha revirou os olhos.

— Não.

— Sim está. — Claudia riu e pulou sobre mim me fazendo cócegas e me enchendo de beijos e Blanca vencida deixou escapar um sorriso e se juntou a bagunça na areia.

— Para que tanta felicidade? Aconteceu algo? — Minha mãe que andava atrás de um refrigerante se materializou a nossa frente com sua latinha de coca cola. As duas criaturas travessas quase se precipitaram a falar coisas quando tapei a boca delas rapidamente.

— Estão passadinhas da cabeça mãe. — Falei e elas desataram a dar risada enquanto minha mãe apenas nos olhava com sua clássica cara de: Eu sei que vocês estão aprontando.

— Já sei quem é Dul. Ele tem aquela cara de bebê que nunca desaparece como Leonardo de Caprio. — A garota mais alta me cutucou.

— Se cale.