Capítulo 50

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De novo começar sem medo sem rancor

Só você e eu sem mostrar a dorSe soubesse que preciso de vocêE me sinto culpada por querer te esquecer-

Belinda

            Viajei ao México com Pedro para tratar dos assuntos de "Verano de amor" poucos dias após. Tínhamos muito trabalho pela frente e eu me sentia muito responsável por tudo aquilo já que tinha sido a primeira atriz a ser escalada. Começamos com os testes de elenco para o papel de protagonista masculino. Tive que contracenar com pelo menos 20 homens sem estar completamente satisfeita, pelo menos até conhecer Gonzalo Vicando. Eu não me sentia plenamente certa sobre ele, mas o que Damián decidia era lei. Ele seria o nosso protagonista, meu par romântico. Em todo caso ele parecia uma boa pessoa. Tinha aquele tipo de rosto com traços fortes que ficam na cabeça.

— Vamos começar o teste de química. Por favor, em suas marcas. — Falou nosso querido diretor. Me posicionei proximamente a janela. — Ação!

— O que pretende comigo Mauro? — Questionei e ele pretendia me beijar como estava marcado na cena. Dei dos passos atrás não sei por que, tropeçando em um fio de uma câmera e caindo de bunda no chão.

— Dulce Maria, está bem? Dá próxima vez não fuja do Gonzalo. — Disse Pedro e todo o estúdio caiu na gargalhada enquanto eu sentia meu traseiro dolorido e a cara vermelha. Olhei para o lado e vi um homem alto com barba por fazer e cabelo castanho me olhando com a mão no queixo e um sorriso fechado. Assim que terminamos a cena corri a tomar um copo d'água, me sentia exausta.

— Então você é a protagonista? — Ouvi uma voz masculina as minhas costas. — Muito prazer, sou Pablo Lyle, vou atuar com você, pena que não como seu par romântico. — Ele piscou pra mim me deixando sem graça. — Gostaria de sair comigo? — Disse simplesmente. Caramba ele era muito direto. Fiquei em silencio com a boca aberta por um tempo me recobrando

— Que?

— Ué, eu te achei bonita e eu sei que sou bonito, gostaria de s... — Ele era muito convencido e eu sempre odiei caras assim.

— Não, desculpe. Não saio com colegas. — Respondi e que mentira grande saindo diretamente da minha boca. — Mas foi um prazer conhece-lo. — Lhe dei as costas pegando meu copo de água.

— Por enquanto. — Ouvi sua voz se distanciar.

            Eu me sentia feliz por estar no México durante aqueles curtos dias onde eu podia ficar um pouco com minha família, mas a realidade é que eu também me sentia ansiosa pra retornar a tour, talvez por que soubesse o quanto eu iria sentir falta de tudo aquilo. No último dia antes de pegarmos o avião de volta ao trabalho de sempre Pedro me chamou para uma reunião particular a portas fechadas. Não é como se eu houvesse estranhado, nem nada do tipo, mas quando vi o papel contratual na minha frente e as clausulas o nó na garganta veio, mas eu também busquei ignorar isto. Fiquei todo o tempo de viajem olhando para as janelas meio perdida. Eu sei o que eu havia feito e eu sei que não tinha jeito.

             Enfrentei uma multidão de fãs chorosos que questionavam o fim do grupo, e me senti impotente enquanto vencia o hall lotado do hotel. Era sempre uma guerra achar um hotel e conseguir ficar ali de certo modo anonimamente, sem que eles descobrissem nosso paradeiro. Pedi pra alguém levar minhas malas ao quarto e solicitei que o motorista me levasse até o estádio onde ocorreria em algumas horas o show.

             Havia poucas pessoas da produção ali e iria levar mais algumas horas para que o restante do pessoal da produção se reunisse a fim de concluir os pequenos detalhes faltantes, no entanto o palco estava ali, firme e forte. Imagino que eles tenham trabalhado mais pela parte da manhã.

Poderíamos Cair (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora