Capítulo 34

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2007 (Tour Celestial)- Em algum lugar da América Latina.

          Nos reuníamos em uma sala, todos do grupo, da banda e da produção a fim de arrumar alguns problemas que pudesse estar ocorrendo e eles sempre existiam, como alguém não estar fazendo a coreografia corretamente, ou estar entrando errado no momento da musica, trocar partes das musicas e cantar o que é do outro, enfim, coisas normais. Aos que acreditam, não somos perfeitos.

— Bom, eu acho que Anahí está entrando um pouco errado em " ser o parecer". — Falou Bicho, o nosso maravilhoso baterista. De ritmo tudo ele entendia.

— Eu sei, às vezes me ocorre, também estou com problemas pra atingir algumas notas, como já estou cansada quando chega esta musica simplesmente não vai no "nunca me suceda". — Anahí fez os movimentos da nota com a mão e sorriu.

— Nossa patinha também tem problemas com o " muera en el intento" (morra tentando). — Comentou Christopher com uma risada e lhe fiz uma careta desgostosa, odiava quando me chamava de patinha. Foi apenas o único comentário que fez em toda reunião.

          Passamos a hora seguinte fazendo nossas próprias coisas já que tudo estava acertado e após nos reunimos para ir às vãs para o concerto da noite. Christopher estava atrasado, ele não era destas coisas, Anahí era.

— Bom alguém podia chamar Ucker, pois se Pedro se entera de algo sobrará pra ele. — Diz Poncho no hall do hotel. — Se eu não estivesse com preguiça de subir até iria.

— Bom, acho que a Dulce vai lá, não é Dulce? — Christian me fita com olhos pequenos e ameaçadores. Ótimo.

— Não é que conseguiu que ela fosse mesmo Christian? — Escutei a voz de Maite ao longe. Tinha medo que ele contasse a todos o que tinha visto aquele dia.

— Bom, lá vai correr atrás do Ucker. Ela não quer que Poncho vá junto? Assim tem os dois ao lado. — Anahí ri alto. Não tínhamos voltados a nos falar e estávamos assim há um mês, um longo mês na verdade recheado de suas indiretas. Não sabia lidar com isto, assim que estar longe dos dois Ucker e Poncho era o melhor a se fazer.

— Por que não vai junto Any, se te interessa tanto. — Começa Herrera em uma de suas discussões intermináveis com a garota loira.

           Bato na porta de Christopher umas boas vezes e já penso que fugiu por aí em uma de suas aventuras absurdas, ou que está aprontando algo com alguma garota no quarto. Bom, a ultima opção me embrulha o estomago. Giro a maçaneta e se encontra aberto, adentro a passos curtos e o vejo deitado dormindo em sua cama. Eu deveria supor que o encontraria dormindo. Sento na beirada da cama e balanço o seu ombro, mas ele não acorda. Minha mão fica gelada automaticamente e o balanço com mais força levando então as mãos ao seu rosto. Está queimando em febre. Penso em correr para buscar ajuda, mas sua mão atinge a minha e respiro um pouco mais aliviada.

— Dulce, é você? Senti seu perfume. — Murmura com os olhos fechado e volto a tocar sua bochecha.

— Sou eu mi gitano (cigano). O que está sentindo? Me diz.

— Não sei. Estou bem. Preciso ir para o show. — Ele levanta um pouco na cama, mas toco seus ombros impedindo-o.

— Está loco? Não vai a lugar algum neste estado. Vou chamar alguém para te ver agora e você ficará quietinho aqui.

— Não Dulce, você sabe que eu preciso ir.

— Não, se eu te deixar ir sua mãe Ale vai me matar se souber.

— Ruiva, eu não posso deixar os fãs você sabe disso.

— Fica quietinho. — Dou um beijinho e saio voltando com um médico. A essa altura Pedro Damián aparece na porta e eu nem sequer posso ficar mais tempo para saber como ele está e tenho que ir para o show com meu coração na mão. Todo o tempo do concerto me parece um verdadeiro inferno enquanto não tenho noticias suas e tudo o que desejo é que por fim aquilo se acabe.

Poderíamos Cair (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora