Floresta sombria

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Olhei a minha volta, colinas, florestas, montanhas e pedras dominavam a vista. Um pequeno caminho de pedras seguia para dentro de uma floresta não muito longe, as montanhas ao longe pareciam nos encarar. O vento pareceu ficar mais frio. Senti um arrepio em minha espinha. Eu tinha saído do castelo de Kamura...

Olhei para trás, em direção ao castelo, era imenso. As torres se erguiam majestosamente, a maioria das janelas estavam fechadas, a porta de entrada era grande e bonita, podia se ver o rio partindo para a floresta a direita da enorme construção. As gárgulas sobrevoavam os telhados e ficavam estáticas sobre eles.

Kamura tinha parado, encarando a sua frente, estático. O seu cavalo bateu o casco no chão e bufou. Todos estavam em silencio, esperando pela ordem. Kamorra estava ao seu lado, farejando o ar. Encarei Root, ele estava com o cenho franzido, observando o horizonte cheio de montanhas.

Respirei fundo e senti um impulso dentro de mim. Não posso desperdiçar essa chance. Fitei a estradinha que ia até a floresta, ela levava para algum lugar. Algum lugar longe daqui. Longe disso tudo. Soltei o ar com força, fechei os olhos e pensei: Corre.

Tempestade deu uma carreira, que quase me fez cair no chão. Segurei firme em suas crinas. Passei por todos e comecei a correr pela estradinha. Ouvi gritos, mas os ignorei. Eu vou fugir agora! Vou achar Emma, preciso acabar com essa guerra.

Eu estava tão entusiasmada que nem percebi o que realmente estava acontecendo. Tempestade empinou e relinchou alto, cai rolando no chão gramado. Dei um grito de dor. Fiquei sem ar e minha visão embaçou. Meus braços latejavam e senti alguns arranhões em meu corpo.

Vi Tempestade correr em círculos e relinchar perto de mim, fiquei assustada e me afastei um pouco, com medo dela pisar em mim. A égua começou a dar coices e depois saiu correndo, indo em direção ao castelo.

Os raios de Sol que vieram em meu rosto foram impedidos por algo, olhei para o céu e vi... Um anjo? Não podia ser. Tinha... Tinha... Tinha seis asas! Era uma silhueta masculina, com três pares de asas batendo em suas costas. Ele veio voando em minha direção lentamente. Suas asas produziam ventanias sobre mim. Comecei a me afastar, completamente confusa e dolorida.

Ele pousou a poucos metros de distância de mim. Se levantou lentamente, ainda com suas asas abertas. A sombra impedia que eu visse seu rosto, mas eu percebi que estava me encarando. Ele se aproximou em passos lentos, o vento batia em seus cabelos. Quando a criatura se aproximou, pude ver seu rosto. Ele tinha olhos grandes e azuis como o céu, seu nariz era fino com um maxilar anguloso. Seu cabelo é liso e negro, indo até seus ombros, de sua cabeça saia um par de chifres que faziam uma volta, como os de um carneiro.

Ele estendeu uma de suas mãos, em seus dedos tinham garras afiadas. Seu braço é forte e veias salientes o percorre. Pisquei várias vezes e segurei sua mão, ele me ajudou a levantar. Soltei um gemido de dor. Ele se curvou um pouco e beijou minha mão.

- Desculpe se a assustei. – disse. Sua voz era grave. Senti um arrepio quando ele falou.

- É.... É.... – Gaguejei. Ele deu um pequeno sorriso.

- Sky? – Pergunta uma voz familiar atrás de mim. Vejo que é Root. O cara alado faz uma pequena referência. Dou um passo para trás.

- Você é o demônio Primogênito do ar? – pergunto.

- Sim, sou eu. – respondeu Sky.

- O que quer aqui? – Perguntou Kamura, ele me encarou de canto de olho com ódio.

O reino de AurionOnde histórias criam vida. Descubra agora