Uma tentativa, uma falha

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Comecei a mexer a água com meus pés, ela estava fria e me acalmava um pouco, já estava com raiva de tudo, eu tenho que arranjar uma forma de ir embora, mas eu quero ajudar todos que estão naquelas masmorras. Quero ajudar Thomas. E tem o fato de que eu quero saber as respostas, odeio essa minha curiosidade!

Vi um rosto embaixo de meus pés e ergui minhas pernas rapidamente, era a Dama da Água. Ela colocou sua cabeça para fora da água e me encarou, seus olhos me fitaram, ela era bem bonita e sorriu para mim.

Respirei fundo.

- Você me assustou. – Falei. Ela encolheu um pouco os ombros. – Você me entende?

A Dama piscou várias vezes, pelo visto não entendeu o que eu disse. Ela mergulhou e depois de alguns minutos me entregou uma pedrinha rosa brilhante. Olhei o pequeno objeto um pouco molhado e agradeci, me levantando.

- Você sabe onde está Kamura? – perguntei, eu mesma vou atrás de minhas respostas, mesmo que ele diga aquelas coisas horríveis. A Dama franziu o cenho. – Kamura. – Imitei um urso.

A criatura sorriu e apontou para o jardim. Agradeci mais um vez e fui até o jardim, passei por várias plantas que eu não conhecia. Tinha uma pequena trilha de pedras que me guiava, ela se dividia em três na frente. Vi vários vasos com plantinhas coloridas. Olhei para os três caminhos, o jardim era imenso, pensei que provavelmente iria encontrar Philip, assim como no sonho, mas nada aconteceu. Na estradinha do meio, tinham algumas árvores pequenas com os troncos cheios de trepadeiras e, ao longe, vi ele.

Kamura estava em cima de uma pequena ponte que passava por uma lagoa, ele olhava para a água corrente. O Sol vazia com que seus cabelos ficassem mais claros, o bracelete de ouro em seu bíceps brilhava. Comecei a ir em sua direção em silencio.

Ao chegar no começo da ponte, percebi que ele me viu de canto de olho, porém voltou a encarar a água. Me aproximei mais um pouco.

- O que você quer? – Ele perguntou sem olhar para mim.

- É... Respostas. – Falei.

- Nossa, que novidade! – ele disse com sarcasmo. Revirei os olhos e cruzei os braços.

- O que você está fazendo? – perguntei.

Ele me encarou.

- Você não tem medo de me perturbar? –Perguntou, erguendo uma sobrancelha.

- Não. Você não me mata mesmo. – Dei de ombros. – Podia acabar com isso tudo me matando, não acha? Seria mais fácil para mim e para você, afinal, não teria mais ninguém para te encher o saco e eu não iria mais ficar sofrendo.

- Faz sentido.

- Vai me matar?

- Não.

- Por quê?

- Porque eu não quero. – Kamura disse encarando a água novamente. Bufei e me apoiei no corrimão de madeira da ponte.

- Tem que ter uma resposta mais específica, não acha? Se você não quer me matar, por que me prende aqui?

- Porque eu quero.

- Por que só responde assim?

- Porque eu quero. – Kamura respondeu novamente a mesma coisa. Que irritante!

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