Proposta, Água e um Sentimento

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Senti o vento em meu rosto, não sabia se estava acordada ou dormindo. Minha cabeça latejava. Eu podia sentir meu coração bater e escutar a minha respiração. Eu não escutava a voz de ninguém, apenas alguns pássaros cantando. Meus olhos estavam fechados e demorou um pouco para que eu conseguisse abri-los.

Pisquei várias vezes até minha visão se acostumar com a luz. Vi galhos e folhas, juntos, pareciam ter sido colocados ali, feitos por alguém. Eu estava em uma espécie de cabana. Aos poucos me sentei, sentido uma baita dor de cabeça. Olhei em volta, folhas e galhos erguidos como uma casinha. O meu "travesseiro" era um amontoado de capim.

Na minha frente, várias trepadeiras caiam como uma cortina na entrada da cabana. Será que estou sonhando? Engatinhei até a cortina de plantas e as afastei um pouco, observando o lugar do lado de fora.

Root foi o primeiro a se levantar ao me ver. Eles estavam em um círculo, calados e exaustos.

- O que você acha que estava fazendo?! – Perguntou Root. – Você poderia ter morrido!

- Só agora que você vem falar comigo? – pergunto com a voz meio rouca. Ele revira os olhos e se abaixa, ficando na minha frente. Ele estava com a forma normal, a do Zoiúdo, com seus cabelos verdes e couro de cobra. Root levou sua mão até meu rosto.

- Você é louca. – Disse ele. – Uma louca que salvou nossas vidas.

- Nem mesma eu sabia o que estava fazendo, foi como um.... Extinto. Nunca pensei que faria algo tão louco e inteligente ao mesmo tempo na minha vida.

Dei um pequeno sorriso e senti meu estomago roncar. A fome veio com tudo. Olhei por cima do ombro e vi Phoenix, Titânio, Caren, Madlin e Kamorra me encarando, todos com suas formas humanoides. Eles pareciam preocupados.

- Onde está Kamura? – perguntei.

- Fazendo coisas de urso. – Respondeu Root. Dei uma risada, minha barriga doeu. – Brincadeira. Ele foi buscar água.

Sai da cabana e fiquei de pé com a ajuda de Root. Minhas pernas latejaram. Observei o local em que estava.

Os cavalos estavam dormindo perto de algumas pedras. A floresta em que estávamos era feita de enormes pinheiros, com troncos cheios de musgos. Eu estava descalça e senti a grama macia em meus pés. Borboletas amarelas voavam de um lado para o outro, pousando em flores que nasciam em pequenos arbustos, nos troncos e nas pedras.

Olhei para o círculo e Phoenix tinha se levantando lentamente, abrindo os braços, sorri e o abracei.

- Por quanto tempo eu dormi? – perguntei.

- Umas quatro horas. – Respondeu ele. – Foi uma boa soneca.

- Vocês estão bem? – perguntei.

- Tirando alguns arranhões, cortes e mordidas, é, acho que estamos bem. – Disse Kamorra. – Você fumou alguma coisa Aislin? Sei lá, quando você começou a correr e jogar pedras nos Hondlums achei que tinha saído do controle.

- Não eu... Eu não fumei nada. – Disse com um sorriso torto. Meu estomago doía. – Eu preciso comer alguma coisa.

Caren me entregou um espetinho com pedaços de carne. O cheiro estava ótimo. Comecei a comer rapidamente. Era suculento e tinha um gosto único!

- Calma aê, você vai vomitar. – Disse Titânio com um sorriso no rosto. Todos estavam com um sorrisinho no rosto. Os encarei duvidosa e depois olhei para o espetinho.

O reino de AurionOnde histórias criam vida. Descubra agora