O Jantar

202 21 31
                                        

- Kamura tem namorada...? – Sussurrei para Kamorra, que acabara de se aproximar.

- Para falar a verdade -, começou ela – A rainha até que gosta do Kamura, mas ele só pega ela mesmo. Meio que brincando com seu coração.

- Sério?

- Seríssimo. – Ela sorriu.

- Eu não acredito nisso. – disse Root.

- Por que não? – disse Titânio – É bem a cara do Kamura brincar com corações. Acho que é a coisa que ele mais gosta de fazer.

- Depois de matar. – Completou Phoenix.

- Mas... pra que isso? – Pergunto.

- Sei lá, provavelmente para fazer uma coleção de corações partidos. – Root encolheu os ombros.

- Como alguém pode gostar dele?

- Kamura é bonito. – comentou Caren. Titânio a encarou de canto de olho. – Que foi? Eu não estou mentindo. Ele é bonito.

- Certo. – Comentei. – Mas quem é que fica com alguém só pela aparência?

- Eu – Kamorra ergueu a mão.

Arregalei os olhos.

- Que horror! – Disse Phoenix. – Eu sou bonito e você não fica comigo.

Nem é convencido.

- Eu fico com quem eu quiser. – retrucou Kamorra.

Root soltou uma risada.

- Gente, eu estou falando de personalidade. – continuei.

- Ai também não dá. – disse Titânio – Todo mundo aqui presente é imundo por dentro.

- Tudo bem.... Mas e o Root? – perguntei.

- Eu não sou imundo! – retrucou Phoenix.

- Root também não é um santo. – Comentou Madlin.

- A única ingênua aqui é você, Aislin. – Kamorra me fitou.

- É... Não. – encolhi meus ombros.

- Aislin, você é virgem. – Disse ela, segurando meus ombros.

Todos caíram na risada. Senti minhas bochechas ficarem vermelhas.

- Não...é... C- c- como você sabe disso?!

- Tá na cara. – comentou ela. Mordo meus lábios, com raiva e vergonha ao mesmo tempo.

- Eu não tenho culpa se fiquei minha vida toda presa em um castelo, sem poder sair dos muros que me cercavam. – retruquei.

- Tadinha... – Disse Madlin. – Tão inocente.

- Parem com isso. – pedi com um pequeno sorriso.

- Pois é, se ela ainda é virgem é porque ainda não chegou sua hora. – Falou Root.

- Mas vai chegar. – disse Kamorra, ela tinha um sorriso travesso estampado no rosto – E vai doer...

- Tá! Que conversa escrota. – Disse Caren – Vamos mudar de assunto?

- Tipo; porque vocês não calam a boca? – Ouvi a voz de Kamura. Séria e firme.

Nos encaramos por um tempo e logo depois olhamos para ele, que nos fitava ferozmente, com os olhos brilhando feito labaredas. Senti um arrepio percorrer minha espinha.

- Você escutou o que a gente estava falando? – Perguntei.

- Sim. – ele respondeu, cruzando os braços.

O reino de AurionOnde histórias criam vida. Descubra agora