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A minha animação não foi das melhores ao receber aquela visita, olhei para a banca repentinamente e desejei ter tido mais louça suja para lavar e não ter que me dirigir á porta.

Sequei de novo as mãos e fui ter com elas, dando um sorriso levemente forçado, pois era o mínimo que eu podia fazer. Ser educada.

—Natty! Estás tão grande! — Sorriu a Tia Suzie para mim, usando o tom mais alto da sua voz irritante e perfurante. Se eu tivesse que dar-lhe um trabalho seria como atriz de sitcom, talvez houvesse aquém que gostasse dela.

—Olá! — Respondi com o mínimo de afeição que consegui enquanto a via entrar pela minha casa, observando todos os cantos da mesma, procurando por defeitos em qualquer lugar, rastreava pelo mínima imperfeição que deve para começar de 15 minutos onde ela iria estar constantemente a rebaixar a minha mãe. 

E para não falar da alcunha ''Natty'', o nome que toda a minha família decidiu chamar-me quando eu era criança devido ás minha dificuldades em pronunciar ''Talie'', usavam-no a toda a hora, para qualquer situação. Já fazia anos que não ouvia ninguém chamar-me dessa forma, não até agora. A minha Tia Suzie não iria perder uma oportunidade de me relembrar o quão inútil eu era em criança ao ponto de nem saber dizer o meu próprio nome. Ela adora fazer isto, recolher informações das pessoas para depois conseguir usar isso contra elas, somente por puro prazer.

Eu odiava-o e ela sabia, parece que é mais um ponto no seu placar de líderes da falsidade da família Patel.
Mas eu não me importo, agradeço a Nostalgia.

—Estás muito linda Jessica! — Afirmou a minha mãe, com a boca aberta, surpreendida.

—Obrigada Tia Kris! — Respondeu a mesma dando um beijo no rosto da minha mãe, colocando fios do seu cabelo atrás da orelha somente para conseguir olhando para mim de lado. Ela sabia que a presença dela ia incomodar-me, e não havia mais nada neste mundo que lhe desse mais prazer do que isso.

Jessica Patel, uma Satanás, saída do inferno!

Não havia palavras que conseguissem descrevem o quanto ele me irritava, com o seu sorriso obviamente fingido, tentando sempre parecer simpática e amiga de toda a gente sempre que fechava os seus olhos ao sorrir, mas lo no fundo só está a ser o seu legado de falsidade vindo da sua mãe.

Mas lá no fundo eu sabia que nem eu própria conseguia julgá-la por ter e conseguir tudo aquilo que quer. É Bonita! Social! Vem de uma ótima família e um Bom Currículo.

Já fazia bastante tempo desde a última vez que a vi e para ser sincera não esperava encontrar mais , pelo menos não tão cedo, mas mesmo depois de tanto tempo continua com a sua aparência incrivelmente bela.

O seu cabelo era grande num tom castanho muito claro, suave e com pequenas ondas a meio do cabelo as mesmas que lhe dava a sensação de que ele tinha ganhado vida!
Passou a mão em alguns fios de cabelo e passou-o lentamente para as suas costas, ajeitando assim a sua t-shirt cor de rosa, tão claro que quase se tornava branco, de seguida ergueu o seu peito para cima numa posição confiante que me deixou ver o estampado da camisola, um pequeno pato de borracha amarelo, aqueles que usamos no banho quando somos crianças. Sorri e achei levemente fofo, leve-mente.

Ela voltou a sorrir, dando relevância aos seus olhos que já se encontravam quase tapados com a franja do seu penteado, mas, o sua íris avelã tinha uma cor tão viva que não me deixava perder nenhum pormenor.

Olhou para mim, e mandou-me um sorriso provocante com os seus lábios de densidade normal, porém penetrantes... provavelmente ela já estava apontando todas as suas ideias para me destruir.

Como sempre.

—O Henry não está em casa? — Perguntou a minha tia, olhando em redor, curiosa.

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