13

69 26 12
                                    

Fiquei alguns minutos a ouvir as perguntas felizes que a minha mãe fazia sobre Bryson, mas como era óbvio eu não respondia a todas, principalmente pela pessoa que ele aparenta ser.
A minha mãe tem uma mente completamente diferente da do meu pai e, por isso eu sei que ela não iria reagir da mesma forma dela.
Mesmo ao ver o estilo de Bryson e todas as tatuagens dele, eu poderia apostar que ela não iria julgá-lo, ela é assim, prefere sempre conhecer as pessoas interiormente antes de as julgar.

Estava a conversar com a minha mãe sentadas alegremente na ponta da cama quando ambas ouvimos uma pequena pedra bater na janela do meu quarto. Olhei para a minha mãe com um sorriso enorme. Ele pôs-se em pé com um riso baixo, puxando-me pelos braços para que fosse até à janela.

Aproximo-me da janela, abro-a e coloco a cabeça de fora, olhando para baixo, vendo Bryson, com a cabeça erguida sorrindo.

—Podes descer? — Perguntou baixo, com as mãos em forma de tubo em frente da sua boca.

—Não sei — Respondi com um sorriso — Eu acho que a minha mãe ainda está no corredor — Brinquei com ele que não fazia a mínima ideia que ela estava mesmo ao meu lado.

—É esse? — Pergunta a minha Mãe com um riso reconfortante e meteu a cabeça fora da janela no segundo a seguir, somente para ver Bryson — Olá Querido!

—Hum... — Murmurou Bryson com um sorriso confuso, até ganhar coragem para mover a sua mão acima da sua cabeça, em forma de cumprimento.

Saí do quarto e fui descendo as escadas de minha casa junto com a minha mãe que recheava-me de avisos mas, a sua voz calma e amigável tornavam tudo mais fácil, dando-me sempre vontade de continuar a ouvi-la falar.

—Tem cuidado filha, está de noite e sabes que esta cidade está cheia de loucos!

—Eu sei mãe, não precisas te preocupar.

—Eu sei que na tua idade não vestir o casaco em épocas de frio como esta é visto com uma forma de exibição, mas veste o teu!

—Eu nunca iria passar frio para chamar a atenção de um homem — Ri, mostrando o meu poder feminino.

—Se tiveres sorte e arranjares o homem certo... Não vais precisar de casaco para te aquecer — Riu alto a minha mãe, com uma mão no meu ombro — Ah, e caso as coisas começarem a aquecer entre vocês, não faças nada que não te sintas à vontade para fazer.

-Eu sei mãe! - Ri impressionada com o ponto de vista dela - E isso não é algo para te preocupares, porque as coisas definitivamente não vão aquecer.

—Por enquanto — Disse uma última piada, mas de seguida ficou em silêncio até ao final das escadas, mas não conseguiu suportar o riso que continha — Mas se aquecer não te esqueças da proteção!

—Mãe! — Ri alto com um sorriso.

Quando estávamos perto da porta e eu já estava mais que pronta para sair ela olhou para mim e sorriu honestamente, passando as mãos nos meus braços, ajeitando-me de forma a que eu ficasse perfeita para sair.

—Obrigado por confiares em mim Natalie...

—Eu é que te tenho a agradecer mãe. Isto tudo não seria possível se não fosse por ti — Sorri junto, tocando nas mãos dela que estavam pousadas delicadamente nos meus ombros.

—Um último aviso — Fala um pouco mais preocupada — Não te esqueças que o teu pai volta para casa esta noite, não te atrases, por favor.

—Eu sei mãe — Sorri e abracei-a com força — Já me garanti que tudo vai correr bem.

Despeço-me da minha mãe com um sorriso sincero e abro a porta, vendo Bryson, esperando por mim com as mãos nos bolsos e um jeito desarrumado, provavelmente agora a minha mãe já não vai acreditar na história do clube de leitura.

HarmfulOnde histórias criam vida. Descubra agora