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No caminho para a escola, tentei ingorar todas as mensagens que eu recebia de Bryson.
Não queria imaginar ter de encará-lo, sem o meu psicológico recair.

Cheguei ao portão da escola sem sequer conferir se a sua moto estava lá, mas, imprudentemente, ouvi a sua voz chamar por mim.

-Natalie?

Olhei para trás mas segui caminho.

-Natalie? O que se passa?

-Deixa-me em paz Bryson... - Pedi.

-Fala comigo - Insistiu.

-Eu já pedi para me saíres da frente.

-O que foi que eu fiz? - Insistiu Bryson com uma preocupação ainda mais intensificada que as outras duas vezes.

-Esse é o problema Bryson! Tu não fizeste nada!

-Juro que não estou a perceber o porquê desta conversa...

-Há quanto tempo é que tu estavas à espera para me contar o que acontecer em Bravedale? - Tentei perguntar sem explodir, mas desta vez os sentimentos foram mais fortes e tomaram controlo total.

Vi Bryson prender o respirar num som abafado, começando a ficar sem expressão facial, tomando uma cor propriamente vermelha.
Todos que estavam no portão, pararam tudo que estavam a fazer assim que me ouviram e foi aí que eu reparei que talvez eu não tivesse falado propriamente baixo.
Sentia os olhares deles perfurarem-me, como se quisessem saber muito mais.

-Toda a gente me contou que tu eras uma má pessoa... - Comecei a discursar, com a minha voz que ficava fraca à medida que eu ia falando, sendo que olhar para a cara dele não estava a tornar as coisas mais fáceis decidi fechar os olhos e tentar eliminá-lo do meu foco - Eu negava... Pior, eu confiei em ti, confiei ao ponto de conseguir dizer aos outros o quão estavam enganados, que tu eras muito mais do que aquilo que eles pensavam...

-Natalie... - Disse Bryson, tentando aproximar-se de mim.

-Mas depois de tantas coisas que eu vi, já não sei ao certo como tu és! - Abri os olhos, mirando-o nos olhos - É como se eu te visse sendo uma pessoa completamente diferente aquilo que tu realmente és!

-Amor, tu conheces-me, e sabes que eu não sou assim...

-Eu também pensava o mesmo... Até ver um vídeo teu a perfurar o rosto de um adolescente com um garfo de cozinha!

Todos ao nosso redor abriram a boca de surpresa, levando as suas mãos para disfarçar, enquanto começavam a comentar baixo com a pessoa que estava ao lado.
Senti-me horrível... Era como se eu estivesse a humilhar Bryson, e isso partia-me o coração.
Queria abraçá-lo e pedir desculpa pelos meus atos, mas sentia-me tão traída ao ponto do sono abraço não significar nada.

-Quem...Quem te contou?

-O meu pai descobriu, e para meu bem usou isso contra ti... - Disse, de uma forma tão triste que me partiu o coração sem sequer ouvir a minha voz - Aliás, ele descobriu tudo! As notas baixas! As Faltas! Tudo que eu fiz contigo! Ah... Mas sabes o que é mais engraçado? Ele soube coisas que eu não contei a ninguém! Coisas que só tu sabias!

-Natalie por favor, Diz-me quem foi falar com ele?

-Foi... -Não queria dizer o resto da frase, mas a raiva que eu sentia pela Isa depois de tudo que ela fez era tão grande que saiu quase espontâneamente - Foi a Isa.

Bryson começou a trincar o lábio com força, sendo invadido pela raiva, apertando assim as suas mãos com demasiada força.

-A Isa... - Disse furioso.

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