Harmful

8

Ter ou não ter medo de Bryson Hill?
O que há de tão misterioso naquele rapaz?

Todos tem um lado obscuro, que escondem muito bem e se o mesmo for discreto nunca ninguém o vai descobrir. Mas eu sinto-me tão dominada pela escuridão que só quero saber mais. Dependendo de tudo.

Desde o momento em que o vi, reparei que algo não batia certo, mas... Foi essa mesma intuição que me fez e faz querer aproximar-me mais dele, mesmo sabendo que não posso. 
Sou inexplicável.

Movi a cabeça para o lado, depois para os livros, questionando-me várias vezes sobre as minhas responsabilidades. Fechei o livro e tirei debaixo do mesmo uma camada de Testes e Exames, todos com notas extremamente altas, a maioria acompanhada com frases gentis dos professores a dar os parabéns pela nota alta. Dei um pequeno sorriso, fiquei contente por saber que tinha sido eu a conquistar aquele objetivo. E se escola fosse realmente o mais importante para mim? E se o meu pai estivesse mesmo certo quanto á minha educação?
Talvez fosse mesmo nisso que eu devesse me focar e não num rapaz que inexplicavelmente levou-me para um bairro, sabe-se lá bem com qual das intenções. Provavelmente eu devesse ignorar que isso aconteceu, e não deixar a minha vida estável ir por água abaixo.

Felizmente, o meu pai estava fora da cidade e isso dava tempo o suficiente para pensar sobre o assunto.

Olhei para Bryson uma última vez até que repentinamente o olhar dele vem ao meu encontro, sem olhar para outras direções, focou-se em mim logo de ínicio. Pela minha falta de cuidado, ele reparou que eu estava fixada nele todo aquele tempo.

Levei em consideração tudo que tinha acabado de pensar sobre ele e sem hesitar em ficar mais uns segundos para uns olhares a mais, levantei-me da cadeira pois precisa despachar-me para a próxima aula.

Mas mesmo com o meu foco virado para outras coisas, senti que ele ainda olhava para mim seguidamente e quando ergui o meu olhar discretamente, não estava errada, Bryson olhava cada vez mais profundamente para mim e deu um enorme sorriso levantando, como de costume, apenas a parte direita do seu lábio.

Fiquei em pé, com a mão na cadeira, olhando para ele não cumprindo a minha própria regra de não ficar para mais, mas ele não parava de me olhar, com a ponta da sua língua a ser pressionada levemente pelos seus lábios, em forma de mordida.

Fiquei com as mesmas borboletas na barriga que senti quando ele agarrou a saca de plástico do voluntariado com as suas mãos fortes.

A minha cabeça só pensava: Bryson o ''criminoso''.
Mas o meu coração gritava: Bryson, o Homem atraente com quem vi o pôr do sol na noite passada...

Saí da cafetaria, de costas para a porta, olhando sempre para Bryson. Ele quase não fechava os seus olhos, mas eu também não desistia.

Desta vez, quem vai lançar o sorriso sedutor serei eu!