Capítulo 2

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Felipe era o irmão mais velho de Carolina, bom, um ano mais velho. Com os seus 18 anos, o garoto já pintou e bordou. O babaca também é o motivo de eu nunca ter gostado de ninguém depois que gostei dele. Bom, exceções. Eu, ele e Carolina crescemos juntos, só que ficamos mas próximos depois que minha morreu e Luísa, a mãe deles, ajudava meu pai com Mariana que era uma recém nascida, afinal, os pais de Carolina e Felipe eram melhores amigos de meus pais. Com nossa inocência,  sempre achávamos que Luísa e meu pai teriam um romance, apesar de certas investidas de meu pai, a loira sempre dizia não. Voltando a Felipe, eu tive uma paixonite por ele quando tinha 13 anos e ele 14 e foi com ele que dei meu primeiro beijo e a partir daí meu ódio pelo garoto começou. Depois de uma semana do meu primeiro beijo com Felipe ter acontecido, a madrinha dele que mora em Belo Horizonte o tinha convidado para morar com ela e estudar em um colégio militar de lá que estava oferecendo bolsas escolares. Tia Luísa não perdeu a oportunidade e o mandou pra lá contra a vontade dele. E cá pra nós, foi um alívio. Por mais "bonitinho" que ele fosse, a palavra ATENTADO sobre saia na vida dele. Ele era realmente o demônio disfarçado. Pelo motivo do colégio ser de seu avô, ele tinha "privilégios" e nunca levou uma suspensão, apesar de merecer muito, mas sempre levava uma advertência para casa, mas não resolvia muito. E quando ele foi para BH, o nosso colégio parecia o verdadeiro céu. Até agora.

-Quer dizer que o Felipe vai voltar? —Falei com a voz trêmula. 

-Ai amiga, sei que meu irmão é um babaca, mas ele mudou, tá? O tempo que ele passou no colégio militar meio que mudou ele. E ele quer terminar o terceiro ano aqui com a gente, já que a nossa turma é a mesma desde que ele foi embora. 

-E quando ele volta? 

-Hoje a noite. —Carolina disse toda feliz.

-Hoje a noite? —Suei frio

-Amiga, relaxa. O Felipe não vai mais te infernizar. Ele tem 18 anos, ele amadureceu. Percebi isso nas vezes que eu o visitava.

-Você que tá dizendo. Mas isso não muda o fato do seu irmãozinho continuar sendo um babaca e eu continuar odiando ele.

-Sai dessa, Beatriz. Pra que tanta mágoa de uma coisa de anos atrás?

-Ai Ca, não quero falar disso.

Nem tínhamos percebido, mas já estávamos em frente ao colégio e só de lembrar que eu veria Felipe novamente, minha barriga se retorcia. Entrei no colégio junto com Carolina e seu avô Germano, o dono e diretor do colégio, nos recebeu com aquele sorriso enorme, como sempre.

-Vovô —Carolina correu em direção ao seu avô para abraça-lo.

-Minha netinha. —Disse Sr. Germano todo contente ao ver a neta e a abraçou. 

-Tem espaço pra mais uma dentro desse abraço? —Eu disse fazendo cara de cachorro abandonado.

-Pra você sempre tem. —Disse Sr. Germano abrindo os braços para eu entrar naquele abraço.

Depois do abraço, Sr. Germano disse que precisava entrar, pois tinha que preparar as coisas para o primeiro dia de aula e as devidas apresentações. De repente, ouvi Pedro gritar:

-Ora, ora se não são as meninas mais gatas do colégio.

-Ora, ora se não é o garoto mais chato do colégio.  —Bufei.

-Ah, mas isso não me impede de ser seu melhor amigo, não é? —Dito isso, Pedro me puxou para um abraço me fazendo inalar aquele cheiro insuportável de seu perfume.

Eu não o via desde meu aniversário em janeiro, por isso devo confessar que estava com saudades daquele mala. Logo avistamos Vinicius, Luana e Daniel vindo em nossa direção. Eu também não os via desde o meu aniversário, por isso corremos pra nos abraçar. Luana e Daniel namoravam a uns três meses e eram um grude insuportável, mas Carolina e Vinicius que namoravam há um ano, conseguiam superar os dois pelo simples fato de: "Oi, momolado", "Oi momolada". E foi exatamente o que aconteceu:

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora