Capítulo 37

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- Feliz Natal! -Todos nós levantamos as taças e nos abraçamos.

- Não é justo, vocês estão tomando vinho e eu suco de uva, isso não é legal. -Mariana reclamou.

Me ajoelhei ao seu lado e acariciei seus cabelos.

- Daqui a oito anos você pode pensar em tomar vinho. -Balancei a taça na sua frente. - Enquanto isso não acontece, se contente com o seu suquinho de uva. E feliz natal. -Depositei um beijo em sua bochecha e ela fez cara feia.

- Podemos comer agora? -Felipe passou a mão na barriga, se sentando em volta a mesa.

Nos sentamos e comecei a analisar toda a comilança que estava disponível. Época de fim de ano era definitivamente a melhor época do ano.

- Que tal fazermos uma oração? -Minha vó sugeriu.

- Pode ser depois que eu comer? Tenho que comer por mais duas bocas. -Minha madrasta acariciou a barriga.

Minha madrasta descobriu que estava grávida de gêmeos. Foi quase uma bomba de hiroshima lançada para ela e meu pai. "Cinco filhos? O que a gente vai fazer?" era a única frase que sabiam falar. Os poucos cabelos brancos do meu pai se multiplicaram por cem depois de descobrir. Ele estava feliz, porém, preocupado.

Depois de orarmos, mãos começaram a atacar a comida.

- Nossa penúltima reunião de família junto com a Bia... -Carolina fez beicinho.

- Não quero nem imaginar.-Meu pai lamentou e apertou minha mão. - Vou sentir tanto a sua falta.

Lágrimas ameaçaram escorrer.

- É pouco tempo! -Falei.

- Já fico meses sem te ver, agora vai ser anos! -Minha vó enfatizou.

- Ai gente, vocês não estão facilitando minha vida. Eu também vou sentir muita falta de vocês. -Falei com voz de choro.

- Gente, é natal, vamos deixar a tristeza de lado. -Felipe falou com desconforto.

Continuamos sentados jogando conversa fora. Felipe se levantou, me puxando para o jardim. Deitamos abraçados no chão. A noite estava linda. Estrelas enfeitavam o céu.

- Gosto tanto de ficar abraçada com você. -Afundei meu rosto em seu pescoço e o beijei.

- Menos de um mês pra você ir embora. -Murmurou. - Vou sentir falta disso.

- Vocês não precisam me lembrar isso de cinco em cinto minutos. -Sussurrei.

- Eu me lembro disso todos os dias quando te vejo. -Entrelaçou sua mão na minha.

- Pra te falar a verdade, eu nem quero ir.

- Então fica.

- Não posso! -Me levantei. - Não posso decepcionar meu pai desse jeito.

- Você conseguiu uma boa pontuação no Enem ano passado, você pode fazer na UFRJ.

- Não é tão simples. Sabe quantas pessoas esperam por uma chance como essa? Não posso desperdiçar assim. -Respirei fundo. - Não quero mais falar sobre isso.

- Você que sabe. Depois quando estiver lá, não vem dizer que tá arrependida.

- Mas que droga, Felipe! Você tem mesmo que estragar as coisas? -Me levantei a passei a mão no vestido e ele se levantou também. - Não quero brigar com você... não agora.

- Eu também não, desculpa. -Disse beijando minha testa e me puxando para um abraço.

***

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora