Capítulo 17

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- Acorda! -Escutei um sussurro próximo aos meus ouvidos.

- Hm? -Murmurei.

- Bia, acorda.

Me virei e dei de cara com Felipe, me levantei em um susto, atordoada.

- Desculpa. -Falei sem pensar.

- O que aconteceu? A gente...

- NÃO! -O interrompi. - Claro que não. Você tava bêbado, fiquei aqui conversando com voz e sem querer peguei no sono.

Ele suspirou aliviado. Se deitou colocando a mão no coração e passando a outra no rosto.

- Graças a Deus.

- Seria tão ruim assim dormir comigo? -Perguntei em tom de deboche, calçando minha sapatilha.

- Não é isso, é só que sei lá... -Respondeu confuso.

- Relaxa, to brincando. -Desconversei. - Você se lembra de alguma coisa de ontem?

- Mais ou menos, alguns relances. -Ele pensou. - Me lembro do banho, hm, esperando você chegar... -Continuou pensando como uma criança. - Acho que só.

Comecei a gargalhar e ele me olhou assustado.

- Você não se lembra? Você deu o maior show! -Comecei a engana-lo.

- Show? Do que você tá falando? -Perguntou nervoso.

- Você foi pra rua e começou a cantar música de sofrência. Carolina gravou e jogou no facebook.

- Você tá de graça né? Não acredito nisso. -Levantou apavorado, me fazendo rir mais alto e entregando jogo. - Não faz isso, não tem graça! -Disse suspirando.

- Você tinha que ver sua cara, foi hilária! Desculpa mas não resisti.

- Vai ter troco.

- Tchauzinho. -Me despedi saindo do quarto.

Parei em frente a porta, ainda a fechando com a mão na fechadura e tirei o celular do bolso para ver as horas. Carolina surgiu como sombra na minha frente segurando um copo d' água. Ela me olhava surpresa ou até assustada.

- Que foi, cara pálida?

- Porque você está saindo do quarto do meu irmão as sete e meia da manhã, com os cabelos bagunçados, com cara de sono?

- Que? -Perguntei meio atordoada.

Ela abriu a boca de uma forma surpresa e ai sim eu entendi ao que ela se referia.

- Por Deus, não! Não, não, não! Você tá pensando que eu dormi com seu irmão? NÃO!

- Você acabou de sair do quarto dele. -Falou de uma forma não convencida.

- Ai meu Deus! -Passei as mãos nos meus cabelos os jogando para trás, nervosa. - Ontem quando cheguei ele tava bêbado, eu o ajudei e sem querer peguei no sono e só acordei agora, não foi proposital de maneira nenhuma.

- Sei... -Ela me olhou desconfiada e caminhou de volta para seu quarto e eu pro meu.

Depois de um banho, sentei na cama e me recordei da noite anterior. Ri ao lembrar da conversa e da nossa brincadeira. Escovei meus cabelos e desci para tomar café.

Meu pai e minha madrasta estavam sentados na mesa. Depositei um beijo na bochecha de cada um e peguei meu café.

- Que horas você chegou ontem? -Meu pai perguntou.

- Não lembro, acho que umas onze, por ai.

- E foi bom? -Minha nova madrasta perguntou curiosa.

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora