Capitulo 6

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Eu estava na aula de matemática quando de repente vi algo voar em minha mesa. Era um bilhete. Quem manda bilhete quando se tem celular?

Quero falar com você depois na hora do recreio, se der. A sós, por favor, quero evitar o falatório do pessoal.  Felipe.

O que esse menino quer falar comigo? E a sós? Assunto em comum com ele eu não tinha. Pensei em várias hipóteses, a primeira era ele querer me matar. Juro que não confio nesse menino. Quando a aula de matemática acabou, o professor de filosofia entrou na sala. Aquela aula definitivamente me dava sono, mas tive que aguentar até as dez e consegui. Quando o sinal para o recreio tocou, eu tentei ao máximo não olhar nem ficar perto de Felipe. Sentei na mesa junto com as meninas e Felipe veio se sentar conosco, eu estava conversando com Luana na tentativa dele não me chamar para a tal conversa, achei que ele não seria tão mal educado a ponto de atrapalhar minha conversa. Quando o recreio acabou, logo corri para a sala e o professor de sociologia já estava lá, um ponto para mim já que Felipe não teria coragem de me atrapalhar. Pedro começou a fazer perguntas estranhas sobre o assunto com o professor e eu ficava com cara de: quê? O inspetor interrompeu nossa aula dizendo que o professor de inglês havia faltado e por isso seríamos liberados ás onze. Agradeci a Deus por isso e já estava imaginando meu belo corpo na minha bela cama. Mandei uma mensagem para meu pai que estava em casa e ele disse que viria me buscar.

Quando eu estava no jardim do colégio, vi meu pai buzinar do lado de fora. Caminhei em direção ao portão e levei um susto quando vi Felipe brotar em minha frente.

-Você leu meu bilhete? -Perguntou ofegante.

-Li.

-E porque você não veio falar comigo como pedi?

-Primeiro, não temos assunto a discutir. Segundo, eu não quis. Terceiro, você não manda em mim. Quarto, se o assunto fosse realmente importante, você viria até a mim e não mandaria eu ir até você. Agora tchau, meu pai está me esperando. -Falei sem paciência e sai andando.

-Ué, eu to aqui não tô? Eu vim falar com você. Qual foi, Bia.

-Tenha um ótimo dia, Felipe.

Entrei no carro do meu pai com raiva e ele nem ousou perguntar o que havia acontecido já que presenciou toda cena no mudo. Ele me chamou para almoçar em um restaurante em Botafogo e aceitei. Eu havia pedido churrasquinho e a comida estava maravilhosa. Ao chegar em casa, fui direto pro meu quarto com dor de cabeça. Tomei um remédio, tomei banho, deitei e peguei no sono. Acordei com uma mão em meus cabelos. Era Maria.

-Hm... -Murmurei. -São que horas?

-Cinco e meia.

-Sério? Peguei no sono sem querer. Minha cabeça está explodindo.

Maria colocou a mão em minha testa e pescoço.

-Bia, você tá queimando de febre. Você está resfriada? -Perguntou preocupada.

-Não. O meu corpo está doendo. -Eu disse e me joguei na cama novamente.

-Vou pegar um termômetro pra medir sua temperatura e o dipirona pra você tomar.

-Dipirona não. Dipirona é muito ruim, diz que é comprimido, por favor. -Implorei.

-Não, é líquido e você vai tomar. Líquido age mais rápido.

-Fingi um choro fazendo Maria rir, ela saiu do meu quarto indo buscar o maldito remédio. Meu pai apareceu um minuto depois com cara de preocupado.

-Filha, você tá bem? Maria disse que você está se sentindo mal.

-Tô com muita dor de cabeça e no corpo. Maria disse que eu estava com febre. -Meu pai também colocou a mão em meu pescoço.

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora