No corredor, ouvimos choros de bebês e vibramos. Depois de uns minutos, meu pai saiu do quarto, saltitando se felicidade.
- Eles nasceram! É um casal.
Entramos no quarto e minha madrasta segurava os dois bebês, um enrolado em manta azul e outro em uma rosa. Me aproximei junto com Carolina e observei os novos membros da família.
- Querem segurar? -Minha madrasta sorriu.
Assenti e peguei o menino. Suas bochechas eram gordas e rosadas, sua cabeça tinha poucos fios de cabelo.
- Olá, irmãozinho. Você foi tão esperado! -Sussurrei e alisei sua pequena mãozinha. Felipe se aproximou e colocou a mão em minha cintura, olhando para o mais novo irmão.
- O garotão aqui já tem nome? -Perguntou.
- Miguel. -Meu pai respondeu.
- E essa bonequinha aqui? -Carolina perguntou, enquanto babava pela menina junto com Mariana.
Meu pai olhou para minha madrasta, que assentiu e sorriu.
- Helena. -Disse e olhou pra mim e Mariana, que acendeu um brilho nos olhos.
- Como o nome da mamãe! -Ela disse, esbanjando alegria.
- Como o nome da mamãe! -Meu pai concordou e a beijou.
Olhei para meu pai e sorri. Em um pequeno gesto, eles haviam completado a felicidade do meu dia.
- Isso significa muito pra mim. -Foi tudo que consegui dizer. Eu estava emocionada.
Felipe beijou minha testa e pegou Miguel de meus braços. Sem jeito, ele alinhou o menino nos braços com minha ajuda.
- Você não sabe segurar uma criança? Por Deus, Felipe!
- O que você acha? Eu não sou pai, não tenho jeito pra isso.
- Por pouco. -Carolina murmurou alto, atraindo todos os olhares do quarto para ela.
- O que você disse ai? -Felipe perguntou para irmã, que negou com um sorriso nervoso.
Lhe lancei um olhar nada sutil e ela deu de ombros.
Fui até ela e lhe dei um leve beliscão, pegando Helena de seus braços. Fiquei encantada com aquele pequeno pacote em meus braços.
- Se eu estivesse em Londres, estaria perdendo esse momento maravilhoso. Desistir foi a melhor coisa que fiz. Em vários aspectos. -Sorri e olhei para Felipe, que piscou para mim.
- O mundo agradece.
***
- Não entendi aquilo que a Carolina falou. -Felipe disse desconfiado, entrando no meu quarto e se sentando na cama.
- Nem eu. -Desviei o olhar.
- Bia, conheço as duas e sei muito bem quando vocês estão mentido e guardando segredos. -Se deitou na cama.
- Não é nada, eu já disse. -Falei nervosa.
- Tudo bem, depois pergunto pra ela. -Ameaçou.
- Tá, tá! -Bufei. - Dias depois do meu aniversário, eu procurei ela pois estava a flor da pele. Eu estava atrasada havia duas semanas. Não sabia pra quem recorrer!
Ele me encarou por uns segundos, processando até finalmente entender o que eu havia falado. Se levantou da cama e se posicionou na minha frente.
- Você estava grávida? -Franziu a testa, surpreso.
- Não, graças a Deus! Os exames deram negativos.
- E você não pensou em me contar? -Se alterou.
- Não! Eu já estava nervosa, não sabia o que fazer. E como os resultados foram negativos, não achei necessidade de te falar.
- Não achou necessidade? -Passou a mão no rosto. - Caramba, Bia! Sou seu namorado, eu devia saber disso. E se desse positivo, o que você ia fazer? -Perguntou e dei de ombros. - Sua sorte é que estou feliz hoje. -Se aproximou e colocou as mãos no meu pescoço. - Por favor, não me esconda as coisas. Eu te amo e me preocupo com você.
- Desculpas. -O abracei. - Eu fiquei com medo, sei lá. -Resmunguei.
Ele sorriu e deu um beijo na minha testa.
- Da próxima vez que você desconfiar de gravidez, eu quero ser o primeiro a saber. -Disse com um sorriso bobo.
- Da próxima vez? -Gargalhei.
- Sim senhora. Mas espero que na próxima vez, nós já estejamos casados.
- Casados? Então você quer casar?
- Claro. Quero formar uma família com você, ter filhos... apenas dois.
- Tudo bem, senhor pai de família. Ainda tenho apenas dezoito anos, estamos novos de mais pra isso.
- E pra termos um compromisso?
- Nós temos um compromisso. Ou você quer oficializar isso?
Ele me encarou e enfiou a mão no bolso de trás da calça, tirando uma caixinha. A abriu e lá havia dois anéis prata.
- Você descobriu, não foi?
- Você contou pra Carolina, é claro que eu descobriria!
Ele revirou os olhos e retirou o menor anel, o colocando lentamente no meu dedo da mão direita. Depois, retirei o outro e coloquei em seu dedo. Sorrimos um para o outro e nos beijamos.
Eu estava tão feliz. Um pequeno gesto vindo de Felipe para mim significava muito.
- Eu te amo. -Lhe dei um selinho e colei minha testa na sua.
- Eu te amo.
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Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)
Teen FictionMágoas de infância de Beatriz podem voltar dolorosamente quando Felipe retorna ao Rio de Janeiro. Beatriz é obrigada a lidar com sua "raiva" pelo menino, mas as coisas podem mudar quando descobrem uma notícia nada agradável. Será que toda essa raiva...