Capítulo 12

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- Você falou com Carolina? -Perguntei a Felipe, que neste momento estava olhando para o sanduíche como se estivesse com pena de devora-lo.

- Falei. -Ele disse ainda olhando para o sanduíche.

Me sentei na mesa em que ele estava no refeitório. Peguei minha maçã e dei uma mordida.

- E ela disse o motivo de agir como uma doida?

- Disse. -Ele respondeu desanimado.

- E você tá esperando um convite pra me dizer? -Perguntei impaciente.

- Pergunta a ela.

- Ah, qual foi!

- Ela é a sua melhor amiga, não é mesmo?

- Se você não percebeu, ela brigou comigo e eu não sei o motivo.

- Não vou me meter nesse rolo de vocês. -Ele se levantou. - Com licença. -Disse saindo.

Revirei os olhos sem entender o que havia acabado de acontecer. Uma hora ele corre atrás de mim como uma criança corre atrás de doce, em outra ele foge como o diabo fingindo da cruz. Novamente: o que diabos está acontecendo?

Pedro havia me dado uma carona até em casa. Quando cheguei, meu pai veio cheio de perguntas sobre a minha briga com Carolina. O que parece que o rádio corredor estava funcionando perfeitamente bem.

- Quem te disse sobre isso? -Cruzei os braços.

- A Luísa me ligou dizendo que a Carolina chegou em casa chorando dizendo que vocês tinham brigado.

- Ela que brigou comigo! -Esperneei.

- Olha, vocês são melhores amigas desde que se entendem por gente. O que está acontecendo precisa se resolver.

- Mas não está acontecendo nada! Ela que chegou com cinco pedras na mão tacando em mim. Apenas me defendi.

- Meu casamento é em dez dias. Quero que vocês se resolvam até lá. Isso é uma ordem.

Chega a ser cômico. Carolina arma o barraco e eu que pago por tudo. Eu não daria o braço a torcer.

***

- Amiga, você me perdoa? Por favor!

Sim. Ali estava Carolina implorando o perdão. Eu sabia que ela sentiria falta, modéstia parte. Ela contou que a tpm tinha vindo forte esse mês, como eu imaginava. Mas isso não dava o direito dela armar aquele circo todo.

- Tudo aquilo que você me falou... é verdade?

- Claro que não! Eu amo você.

- Mas isso não significa nada.

- Confesso que as vezes o seu deboche me irrita um pouco e...

- É defeito de fábrica. -Interrompi.

- Tá! E toda esse seu rancor com o meu irmão é meio chato sabe? Eu fico em cima do muro, sem saber a quem defendo. Eu amo os dois e não gosto de ver vocês nessa guerra toda.

- Mas eu dei uma trégua.

- Trégua onde as ofensas continuam?

- É meu jeito, não posso fazer nada! -Me defendi, se levantando da cama.

- Ele tá se esforçando, se esforça também.

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora