- Você falou com Carolina? -Perguntei a Felipe, que neste momento estava olhando para o sanduíche como se estivesse com pena de devora-lo.
- Falei. -Ele disse ainda olhando para o sanduíche.
Me sentei na mesa em que ele estava no refeitório. Peguei minha maçã e dei uma mordida.
- E ela disse o motivo de agir como uma doida?
- Disse. -Ele respondeu desanimado.
- E você tá esperando um convite pra me dizer? -Perguntei impaciente.
- Pergunta a ela.
- Ah, qual foi!
- Ela é a sua melhor amiga, não é mesmo?
- Se você não percebeu, ela brigou comigo e eu não sei o motivo.
- Não vou me meter nesse rolo de vocês. -Ele se levantou. - Com licença. -Disse saindo.
Revirei os olhos sem entender o que havia acabado de acontecer. Uma hora ele corre atrás de mim como uma criança corre atrás de doce, em outra ele foge como o diabo fingindo da cruz. Novamente: o que diabos está acontecendo?
Pedro havia me dado uma carona até em casa. Quando cheguei, meu pai veio cheio de perguntas sobre a minha briga com Carolina. O que parece que o rádio corredor estava funcionando perfeitamente bem.
- Quem te disse sobre isso? -Cruzei os braços.
- A Luísa me ligou dizendo que a Carolina chegou em casa chorando dizendo que vocês tinham brigado.
- Ela que brigou comigo! -Esperneei.
- Olha, vocês são melhores amigas desde que se entendem por gente. O que está acontecendo precisa se resolver.
- Mas não está acontecendo nada! Ela que chegou com cinco pedras na mão tacando em mim. Apenas me defendi.
- Meu casamento é em dez dias. Quero que vocês se resolvam até lá. Isso é uma ordem.
Chega a ser cômico. Carolina arma o barraco e eu que pago por tudo. Eu não daria o braço a torcer.
***
- Amiga, você me perdoa? Por favor!
Sim. Ali estava Carolina implorando o perdão. Eu sabia que ela sentiria falta, modéstia parte. Ela contou que a tpm tinha vindo forte esse mês, como eu imaginava. Mas isso não dava o direito dela armar aquele circo todo.
- Tudo aquilo que você me falou... é verdade?
- Claro que não! Eu amo você.
- Mas isso não significa nada.
- Confesso que as vezes o seu deboche me irrita um pouco e...
- É defeito de fábrica. -Interrompi.
- Tá! E toda esse seu rancor com o meu irmão é meio chato sabe? Eu fico em cima do muro, sem saber a quem defendo. Eu amo os dois e não gosto de ver vocês nessa guerra toda.
- Mas eu dei uma trégua.
- Trégua onde as ofensas continuam?
- É meu jeito, não posso fazer nada! -Me defendi, se levantando da cama.
- Ele tá se esforçando, se esforça também.
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Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)
أدب المراهقينMágoas de infância de Beatriz podem voltar dolorosamente quando Felipe retorna ao Rio de Janeiro. Beatriz é obrigada a lidar com sua "raiva" pelo menino, mas as coisas podem mudar quando descobrem uma notícia nada agradável. Será que toda essa raiva...