Capítulo 21

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Paramos em frente a grande porta de madeira do apartamento. Carolina esticou o dedo e apertou a campainha. Uma moça ruiva, vestida de branco nos atendeu. Tinha aproximadamente uns trinta anos. Fixei em seus belos cabelos ruivos e cacheados. Abriu um sorriso quando viu Felipe.

- Você veio. -Disse nos dando passagem.

- Sim, eu precisava. Ana, essa é a Carolina, minha irmã. -Apontou para a figura loira ao seu lado, que sorriu. - E essa é a Beatriz, filha do meu padrasto e nossa amiga.

Sorri para a bela moça que me olhava de um jeito como se tivesse resposta para todos os meus problemas.

- Cadê meu pai? Eu quero vê-lo. -Minha melhor amiga perguntou em um tom desesperado.

- Ele está dentro do quarto. -A dona dos cabelos ruivos se aproximou de Carolina tocando em seus braços. - Fique calma, você precisa ter forças.

Ela saiu em correndo para o quarto, cruzando a porta e parando na entrada. Levou a mão na boca e percebi que ela chorava.

Abaixei a cabeça, triste com a situação e não poder ter uma varinha para resolver tudo aquilo. Eu queria tirar a dor de meus amigos. Eu também sentia aquela dor por vê-los sofrendo e não poder mover uma palha.

Felipe correu em direção a irmã e colocou a mão em seus ombros. Observei tudo do lado de fora do quarto.

Ela chorava e seu irmão tentava consola-lá. Ele a envolveu em seus braços e me olhou, pedindo socorro com seus olhos.

Fui em direção ao quarto e puxei Carolina para meus braços.

- Ele vai morrer, Bia. Meu pai vai morrer, eu não quero ter que vê-lo desse jeito.

A apertei mais forte e lágrimas começaram a rolar em meu rosto.

- Você precisa se despedir. É difícil mas é preciso.

- Eu não quero que meu pai morra.

- Eu também não quero que ele morra. Mas não podemos fazer nada. - Felipe tentou consolar a irmã.

- Car-Carolina? -A voz fraca de Roberto ecoou no quarto.

Minha amiga se virou em um segundo e não soube o que responder. Apenas caminhou e se sentou ao seu lado na cama. Ele estava com alguns aparelhos no corpo, agulhas no braço.

Eles começaram a conversar e ela não conseguia segurar suas lágrimas. Sai do quarto e fiquei encostada na porta.

- Eu sabia que ela não ia aguentar.

- Ela já perdeu ele uma vez, praticamente.

Conversamos um pouco até que Car chamou o irmão. Ele entrou e ficaram lá por uns vinte minutos.

Fiquei rondando na sala, observando a decoração. Ana, a possuidora dos belos cabelos ruivos apareceu segurando uma bandeja.

- Aceita um café? -Perguntou colocando a bandeja na mesa.

- Não, obrigada. -Respondi sorrindo.

- Beatriz, não é?

Assenti. Ela olhou para a porta do quarto com medo de que saísse alguém de lá e se aproximou de mim.

- Algum problema? -Perguntei espantada.

- O Felipe falou muito bem de você pra mim, bem mesmo.

- De mim? O que ele falou?

Ela deu um sorriso misterioso e disse que ele desabafou pra ela coisas relacionadas a ele. Recuei a acreditar naquelas palavras. Ele nunca foi de desabafar sobre sua vida nem com seus amigos, principalmente com a enfermeira de seu pai. Perguntei o que ele tinha falado, e ela respondeu que tudo se voltava a mim.

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora