Capítulo 39

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CAPÍTULO NOVO PRA COMEMORAR O 1K!!!

- Não me faz subir nessa moto, Felipe! Vamos de carro.

- Relaxa, princesa. -Falou passando um pano na moto. Ele decidiu se presentear com uma moto. Ela era realmente linda e o seu novo xodó. Eu já estava ficando com ciúmes. - É seu aniversário, não vou deixar acontecer nada com você, prometo. -Estendeu a mão.

- Só se você ir devagar.

Ele apenas piscou e me esticou o capacete. Bufei e subi na moto, me segurando em sua cintura. Ele deu partida e seu perfume se espalhou. Meus cabelos dançavam com o vento. Ele acelerou a moto fora do limite permitido.

- Não reclama! -Advertiu alto.

Permaneci o resto do trajeto em silêncio. Dava gritos abafados a cada virada que a moto fazia. Decidi fechar os olhos e apenas sentir o vento quente da manhã. Quando novamente abri os olhos, ele estacionava em frente ao grande parque ecológico da Boa Vista.

- Quem foi o maluco que te deu autorização pra dirigir? -Falei retirando o capacete.

- Você que é medrosa demais. Eu dirigi muito bem.

- Você passava todos os sinais vermelhos. -Horrorizei-me.

- Estamos vivos, ninguém nos pegou. -Piscou.

Entramos no parque e crianças de todos os lados gritavam de felicidade, uns choravam, outros brincavam. Me sentei no grande gramado verde e juntei as pernas, observando Felipe jogando bola com um menininho. Além de todas as qualidades, era um bom jogador e se dava bem com crianças.

Ele se despediu do garotinho e se deitou na grama, me puxando para mais perto de si, envolvendo o braço em minha cintura. Apoiei minha cabeça em seu peito, ouvindo as rápidas batidas de seu coração. Sua mão fazia leves cafunés em meu cabelo.

Levantei meu rosto e comecei a olha-lo. Seus olhos estavam fechados por conta dos raios de sol. Senti uma grande agonia. Me apertei mais em seu abraço, suspirando seu perfume e continuando a olha-lo.

- Você está me encarando. -Falou ainda de olhos fechados.

- Estou te observando.

- É estranho.

- É romântico.

Ele riu e me puxou para mais perto, dando beijos em meu pescoço e rosto até chegar nos meus lábios. Seus beijos sempre me impressionavam, mesmo depois de tantos.
Nosso beijo finalizou depois de dois selinhos e voltei a colocar a cabeça em seu peito. Dessa vez, seu coração já estava desacelerado. Fiz leves carinhos em sua barriga por cima da blusa, enquanto ele acariciava minha bochecha.

- Sabe o que eu queria fazer agora?

- Diga.

- Te carregar em meus ombros e te levar pra um lugar deserto. Te prender lá. Sem pais, sem Londres. Só nós dois.

- Então faça. -Provoquei.

Levanto a cabeça e o olho, um sorriso em seus lábios e um olhar esperançoso surgem.

- Eu estou brincando! -Tratei logo de dizsr e o seu sorriso se desmanchou, fazendo meu coração se partir em mil pedaços.

- Merda.

Ficamos ali por algumas horas. Ele recebeu uma mensagem no celular e sorriu. Se levantou as pressas e disse que era hora de irmos. Quando chegamos, já era noite. As luzes de dentro de casa estavam apagadas. Um perfeito silêncio.

- Nossos pais saíram? -Perguntei e Felipe apenas deu de ombro.

Caminhei até a porta e procurei as chaves na minha bolsa, quando Felipe tratou logo de colocar as deles na porta e apenas sorri debochada. Quando dei um passo para dentro, procurei o interruptor e o apertei. Me virei e tomei um susto com a multidão aglomerada na minha sala.

- SURPRESA! -Gritaram e começaram a cantar parabéns.

Coloquei a mão no coração e comecei a rir. Olhei para Felipe que ria de um jeito culpado e cúmplice.

- Vocês não prestam!

***

Entrei no quarto de Carolina sem ao menos bater. Ela estava deitada lendo um livro. Me joguei ao seu lado, cruzando as mãos na barriga.

- Carolina, eu acho que fiz merda.

- Por Deus, Bia! O que você fez dessa vez?

- Eu estou duas semanas atrasada. -Falei fazendo cara de culpada.

Ela abriu a boca e não conseguiu emitir nenhum som. Se levantou em um pulo e pousou as mãos na cintura, me olhando com reprovação.

- Proteção existe, garota. Você tá maluca? -Disse passando a mão na testa. Me levantei e fiquei de joelhos na cama, tentei protestar mas ela me interrompeu. - Bia, existem remédios também. Cara, teu pai vai te matar.

- Mas eu nem sei se eu estou mesmo. -Juntei as mãos em gesto de petição. - Me ajuda, por favor.

-O que você quer que eu faça? Arranque o feto?

- Eu nem sei se estou mesmo, Car.

- Você ficou enjoada esses dias? -Perguntou e eu apenas neguei com a cabeça. - Aumento dos seios? -Olhei para baixo e apenas neguei, frustrada. - Náusea, vômito? -Nego novamente. - Cansaço e muito sono?

- Isso eu tenho todos os dias desde que nasci.

- E desejos?

- Jura?

- Só pra prevenir vou na farmácia comprar uns testes. Mas você é uma vacilona mesmo, em?

Ela saiu e fiquei deitada em sua cama, fitando o teto. Minhas mãos estavam como gelo. Minhas pernas tremiam. Ela logo voltou com uma sacola enfiada na calça com a blusa cobrindo. Apenas ri e corri para o banheiro. Exagerada do seu jeito de sempre, ela havia comprado cinco testes. Fiz todos e os coloquei em fileira em cima da sua cômoda.

- Três minutos até sair o resultado. -Roi as unhas e fui para a janela de seu quarto. A noite já estava chegando e meu nervosismo aumentando.

Eu não posso estar grávida.

Eu não posso estar grávida

Eu não posso estar grávida.

Eu repetia aquelas palavras como um mantra. Em voz alta, elas pareciam mais assustadoras. Coloquei a mão na barriga, a acariciando e pedindo aos céus que eu só estivesse alisando vermes e não um bebê.

- Bia... -Carolina me chamou. Sua cara era de pavor. Ela olhava os testes e depois olhava para mim, engolindo em seco.

Senti meu rosto perder a cor, como se todo o meu sangue tivesse evaporado. Fechei os olhos e uma lágrima ousou escorrer.

Cheguei mais perto e peguei os testes.

Negativo.

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora