Capítulo 33

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Abri os olhos e tudo ainda estava escuro. Eu estava nos braços de Felipe e ele me abraçava. Seu peito era como um travesseiro para minha cabeça. Olhei para o pequeno relógio na sua cabeceira e ainda marcava quatro e meia da manhã. Tirei a cabeça de seu peito e devagar tirei seus braços do meu corpo para não acorda-lo. Ele se mexeu um pouco. Me levantei calmamente.

- Onde você vai? -Ele resmungou. - Fica aqui, por favor.

- Vou ao banheiro, eu já volto. Não sinta saudades. -Falei baixo.

Fui ao meu destino rapidamente e percebi que estava usando a blusa de Felipe. Maior que eu, no caso. Puxei um pedaço da blusa para sentir seu perfume. Suspirei apaixonada.

Eu estava apaixonada e não tinha dúvidas disso.

Voltei para a cama e ele me abraçou como antes. Em seus braços, pensei em todos os momentos bons que ele já havia me proporcionado. Sorri instantaneamente.

Meu sorriso se desfez quando a palavra "Londres" surgiu em minha cabeça. Tive vontade de chorar. Eu não queria deixa-lo.

Não queria ir embora e deixar todos que eu amava.

Senti meus olhos marejarem e consegui conter as lágrimas.

Então peguei no sono com toda a armagura.

***

A escola estava promovendo uma feira beneficente para ajudar uma instituição para crianças com câncer. A rua do colégio estava fechada para o evento. Fiquei responsável da barraca de brincadeiras, junto com Car e Luana. Os meninos jogavam bola no meio da rua sem nenhuma preocupação. Eu já estava bufando com aquela situação.

- É sério que eles vão ficar jogando bola enquanto a gente faz o trabalho duro? -Carolina falou entregando uma bola para um menino.

- Se eles podem jogar, eu também posso. -Coloquei as fichas no balcão improvisado e fui até eles.

- Bia, não! -Luana murmurou.

- Tem espaço pra mais um no time? -Coloquei as mãos na cintura. - Também quero jogar!

- E por acaso você sabe jogar? Tá afim de quebrar uma unha? -Bruno, um garoto da nossa turma falou em tom de deboche.

- Melhor que você. Eu te garanto.

Quem escutou, começou a vaia-lo.

- Só tem jogador faltando no time dos sem camisa. -Felipe limpou o suor. - E você não vai ficar nesse time, então...

Até suado meu namorado ficava gostoso.

- Não tem problema, eu fico no time dos sem camisas. -Todos arregalaram os olhos e Felipe me olhou sério.

Ameacei retirar a blusa, colocando as mãos para puxá-la, e Felipe em questão de segundos surgiu ao meu lado segurando meus punhos, me olhando assustado. Eu estava com um top por baixo, minha blusa era larga e bem aberta nas laterais, não me importaria de tirá-la.

- Você tá de brincadeira, não é? -Ele me olhou jogando a bola no chão, a segurando com o pé.

- Não. -Franzi o cenho. - Eu estou falando sério, se vocês podem jogar, eu também posso. Não quero ficar naquela barraca enquanto vocês se divertem.

Ele me olhou sério e um sorriso surgiu em seus lábios, fazendo cara de quem tinha entendido o recado. Deu um assobio para chamar a atenção dos meninos.

- Pessoal, acho que a gente tem que voltar a ficar nas barracas. As meninas estão sozinhas e precisam de ajuda. -Ele piscou pra mim.

Murmúrios e lamentações ecoaram. Os meninos se dirigiram para as barracas, outros se sentaram na calçada afim de descansarem.

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora