Capítulo 28

2.3K 145 9
                                    

Frestas de sol invadiram o quarto. Me remexi com preguiça de levantar e passei a mão ao meu lado, ainda de olhos fechados. Estava vazio. Me sentei na cama, me cobrindo com o lençol. No espaço vazio, tinha um bilhete e uma rosa ao lado, em cima do travesseiro amassado.

"Tive que sair antes que todos acordassem. Me desculpe, mas não tenho dinheiro suficiente pra subornar a todos. Nos vemos depois. Ps: a noite foi maravilhosa."

Dobrei o bilhete e o guardei no criado mudo ao lado, junto com a rosa. Tomei um banho e enquanto a água quente escorria pelo meu corpo, fechei os olhos e recordei a noite passada.

Em um mundo antigo de Beatriz, dormir com Felipe era como se fosse um pesadelo. Até agora. -Pensei-

Abri a porta e Maria passava segurando uma vassoura.

- Bom dia. -Falei animada.

Ela se aproximou.

- Da próxima vez, pede pro seu namoradinho fazer menos barulho quando sair do seu quarto.

Arregalei os olhos sem crer no que tinha acabado de ouvir.

- Ele não é meu namoradinho. -Gaguejei, quase parando.

- Não interessa, Beatriz. Se seu pai descobre... -Advertiu.

- Só se você abrir a boquinha, Maria.

- Você sabe que eu sou um túmulo.

A abracei e depositei um beijo em sua bochecha.

- Eu sei.

- Qual aquele nome que vocês falam quando gosta de um casal? Aquele nome estranho.

- Shippar.

Ela fez uma cara estranha.

- Legal. Eu shippo vocês.

Saiu com sua vassoura em direção ao banheiro.

Eu também shippo.

Cheguei para tomar café e lá estava ele com seus belos cabelos bagunçados. Senti minhas pernas bambearem.

- Bom dia, família linda. -Depositei um beijo no rosto de meu pai e minha madrasta.

Carolina parou de cortar seu pão e cerrou os olhos.

- Tá toda feliz. O que aconteceu?

- Nada. A vida é bela, simplesmente. -Lhe lancei um beijo e sentei ao seu lado, em frente a Felipe.

- Você não me engana, amiguinha. Eu conheço essa cara. Faço ela as vezes. -Apontou a faca.

Meu pai e sua mãe a olharam sem entender e ela balançou a cabeça negativamente. Felipe colocou a mão na boca, para conter a risada. Enfiei um pedaço de queijo na boca, para conter a minha também.

Carolina me encarava como se estivesse tentando ler minha mente. Ela desviava o olhar para o irmão que estava com um pequeno sorriso no rosto, e depois olhava para mim novamente.

Virei meu rosto pra ela e arqueei as sobrancelhas, tentando entender a situação. Ela continuou cerrando os olhos.

Felipe limpou a garganta e começou a encarar a irmã, frazindo a testa.

- Bia, isso é um chupão no seu pescoço? -Tia Luísa perguntou, apontando o dedo.

Gelei e joguei os cabelos de lado.

- Não, eu machuquei.

A respondi e ela fez pouco caso.

- EU NÃO ACREDITO! -Ela gritou, com uma cara de surpresa e colocou a mão na boca. - Eu sabia! -Começou a gargalhar.

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora