Capítulo 5

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Quando me despertei de meus pensamentos, percebi que Felipe e Carolina estavam vindo até o lugar em que estávamos e meu coração por um segundo parou.

-Eita, porra. —A voz de Pedro foi ouvida em alto e bom som.

-Eita, boca suja. —Luana o repreendeu. 

-Desculpa ai, é o nervosismo.

Quando vi que eles já estavam perto demais, eu não tive outra escolha a não ser retirar meu celular da mochila e fingir uma ligação. Soltei meus cabelos que antes estavam presos em um rabo de cavalo mal feito e virei de costas.

-Ah, oi pai, tudo. Não precisa. —Fiquei um tempo muda, insinuando que meu pai falava do outro lado da linha e tentando escutar o que eles lá atrás falavam, apenas escutei eles se cumprimentando. -Ata, pai. Não tudo bem. —Novamente parei de falar pra tentar escutar alguma coisa e estava um silêncio, logo pensei que eles já haviam ido. "Desliguei" o celular e quando me virei dei de cara com Felipe. Merda. Ele me olhava de cima a baixo e eu não sabia qual era a minha reação facial no momento.

-Oi, Bia. —Ele disse levantando a mão em aceno.

Dei um sorriso forçado sem mostrar os dentes e levei um cutucão de Pedro que estava adorando a situação. 

Felipe se virou para o resto e começou a falar.

-Senti falta de vocês, aquele colégio militar parecia uma ditadura. 

E você podia morrer lá. 

-A gente também sentiu falta de você. Quando você foi embora esse colégio meio que murchou, sério. Mas já que você voltou a festa vai começar. —Vinicius exclamou fazendo todos rirem, menos eu. 

-Cara, aqui entrou cada mulher que eu vou te contar, que mulheres. —Daniel disse com uma cara de safado e logo recebeu um tapa de Luana.

-Bem feito. —Eu disse com satisfação.

-E vocês dois ai? Não tem nada pra me contar não? —Felipe perguntou apontando para Luana e Daniel. 

-Estamos namorando a uns três meses, mas pelo visto, o Daniel tá doido pra ser só três meses mesmo né? —Luana falou com um tom de raiva e Daniel tentou beijar a namorada, mas logo recebeu um empurrão.

-DR... —Cantarolei e apoiei meu braço no ombro de Pedro que logo colocou a mão em minha cintura.

-Ah não, caô. Vocês dois estão namorando? Sério? —Felipe se referiu a mim e a Pedro.

No mesmo instante eu tive vontade de dá o maior soco do mundo naquele imbecil.

-Não, mas se estivéssemos, o que você tem a ver com isso? —Bufei

-Ih, continua a mesma estressada de sempre... —Felipe disse e revirou os olhos.

-E você o mesmo babaca, né Felipe?

Ele não teve tempo de responder, logo fomos interrompidos pelo toque do sinal. Nos encaminhamos até a sala, fui na frente pois não aguentava mais ficar perto de Felipe e nem de ouvir a galera babando o ovo dele. Ao chegar na sala, foi mais puxação de saco tanto da parte do professor Ricardo de física, quanto dos alunos. Felipe se sentou na cadeira ao meu lado e eu bufei. Quando Pedro percebeu que eu estava arrumando meu material para poder sair dali, ele me cutucou e disse para eu ficar, pois Ricardo iria reclamar. Revirei os olhos e segui seu conselho. Depois da aula de Ricardo, era aula de biologia, a aula foi visual e tranquila. Durante esse tempo, eu olhava de rabo de olho para Felipe, que por incrível que pareça estava quieto, prestando atenção na aula e anotando coisas em seu caderno. Eu realmente estava em um universo paralelo.

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora