Capítulo 3

3.3K 183 24
                                    

-Vamos Bia, por favorzinho. —suplicou.

-Eu já disse que não, Carolina. —sussurei.

-Mas por quê? 

-Quer mesmo que eu responda?

-Quero!

-Vai ficar querendo. Você é muito sonsa mesmo, né? Olha, estamos no meio da aula e você fica fazendo convite besta. Se o Esdras pega a gente conversando, você sabe o que vai acontecer.

Esdras era o professor de história. Nosso último tempo seria com ele. O cara voltou mais chato que antes e ainda veio com papo de que tá na igreja (Deus tenha piedade de si mesmo). Os garotos ainda estavam em êxtase pela professora nova de geografia, que por acaso se chama Renata. Ela é um doce e os garotos estão caidinhos por ela, quero dizer, pela bunda dela.

-Você vai sim, por favor.

-Veremos, Carolina, veremos.

-Querem dividir o assunto com a turma, senhoritas Carolina Fernandes Maia e Beatriz Albuquerque Castro? 

Maldito.

-Bom, talvez.  —Carolina disse com tom de dúvida e eu me virei para trás para olha-lá e lhe lancei um olhar repreensivo.

-Talvez? Quanta ousadia, conte-nos. —Esdras disse aumentando o tom de voz.

-Estou convidando a Bia para a festa de boas vindas do meu irmão. Ele volta de Belo Horizonte hoje, aliás, geral tá convidado, inclusive você, Esdras.

Nesse momento o rosto de Esdras congelou. Ele que era moreno, ficou branco. Convenhamos , Felipe fez a vida do cara um inferno. Aqui vai uma lista: 

1-Quando estávamos no sexto ano, disse para a nossa antiga professora de ciências, que Esdras gostava dela. Imagine a treta.

2-Colocou barata morta no café do cara.

3-Ligou para ele e disse que ele estava rico, que havia acabado de ganhar um milhão de reais. Bom, essa ideia foi minha, o Esdras que me desculpe, mas não aguentei.

-Sim, professor. Mas relaxa, meu irmão não é mais o capeta de antes. Amanhã ele volta a estudar aqui e você vai vê com seus próprios olhos.

"AMANHÃ ELE VOLTA A ESTUDAR AQUI" Mas que diabos???????? eu sabia que ele voltaria hoje, mas não sabia que ele voltaria a estudar aqui AMANHÃ.

Pense em um palavrão muito feio. Pensou? Estou repetindo ele mil vezes.

-Como assim amanhã ele volta a estudar aqui?  —Me virei para trás com uma cara de assustada.

-Ué, achei que eu tinha te falado.

-Não, você disse que ele voltaria a estudar aqui novamente, mas não disse ele voltaria amanhã. 

-Pois é, segura a marimba, monamur.

-Meme de Inês Brasil agora não.

Me virei pra frente, ainda tentando digerir aquelas palavras que eu acabado de escutar.

***

TERÇA-FEIRA

Quando deu 6:40 da manhã, eu já estava pronta, eu havia colocado uma calça jeans escura, uma blusa rosa clara e um all star branco, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, passei um rímel, lápis e base. Não fui a festa de boas vindas de Felipe, óbvio. Só tive a certeza que ele chegou quando Carolina me mandou diversas mensagens de texto e de voz, histérica. Não era pra menos, ela só o via uma vez no ano. Os dois tinha uma relação muito amigável, ele sempre a defendia, cuidava dela, uma relação linda. Mandei uma mensagem para Carolina perguntando se ela me encontraria no caminho. Depois de 10 minutos ela me respondeu, pedindo desculpas e dizendo que não, pois iria de carro com Felipe e perguntou se eu queria uma carona, obviamente eu disse que não. Desci e ainda era dez pras sete, dei um beijo rápido em meu pai que já estava sentado tomando café e recebi outro beijo de volta. Ele me olhava como se eu fosse uma alienígena o que era muito estranho. 

Mudados pelo Destino (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora