P.S. Eu Não Ligo Pra Você

Capítulo 31

*Tracy

Meu mundo acabou. Como eu vou contar aos meus pais? COMO? Se apenas de eu ter sido traída no passado, imagina contar estar grávida de um estuprador! Passo a mão sobre a minha barriga, aquele feto vai acabar com a minha reputação. Deito em minha cama até que sou surpreendida com duas mensagens. Uma da Cris e uma da Priscila... Abro primeiro a da minha aliada.

Mensagem On:

-Oi Tracy! Então, eu estava pensando... o que você acha de conhecer a minha casa?

-Ah, pode ser. Eu ia adorar, mesmo, depois de tanta notícia ruim que eu recebi...

-Como assim? Que seja! Você me conta quando chegar aqui. Ah, e se possível, não conta nada pra ninguém ok?

Estranhei um pouco, ainda assim, eu morro de medo de ir na casa de estranhos, mesmo que esse estranho seja a Cris.

-Ah tudo bem. Agora eu tenho mesmo que ir.

-Ok, beijos.

-Beijos.

Mensagem off

Ia ligar para o Lucas, eu sei que ele ia guardar o meu segredo e ainda sim estaria protegida, porém algo me diz que eu deveria ver a mensagem da Priscila.

Mensagem On:

-Tracy, eu sei que você me odeia mas eu preciso que você leve á sério essa mensagem.

-Tracy, hoje eu estava passando pela sua rua e vi um carro estacionado e havia uma mulher tirando fotos suas, já que no momento você estava olhando pela janela... Tracy, eu sei que você vai ignorar mas eu me preocupo sim com você por que no fundo... Eu ainda queria ser a sua confidente.

-Se cuida.

Mensagem off

Aff, quanta baboseira. Se eu estava na janela obviamente eu teria visto aquela mulher e além disso, a Priscila me odeia, ela jamais se preocuparia comigo. Isso com toda certeza é uma trollagem e o meu ódio só aumentou. Bato com força no travesseiro como se isso fosse resolver todos os meus problemas.

Me deito e fecho os olhos caindo em um sono profundo...

* * *

Abro os olhos quase que imediatamente. Tinha tido um pesadelo horrível no qual a Priscila dizia que uma mulher ia me sequestrar e sequestrar todos que amo e tals. Que idiotice! Me levanto, coloco meu roupão aveludado e abro a porta do meu quarto quando eu vejo rastros de sangue por todo o corredor.

Fico desesperada e sigo o sangue derramado. Na porta do banheiro havia marcas de mãos e a porta estava entre aberta. Empurro um pouco mais a porta e vejo a Priscila e o Carlos mortos e havia sangue por toda a parte. Uma parte de mim disse que foi melhor assim mas ainda sim eu me sentia culpada por sentir isso.

Sigo mais rastros e dentro do quarto de meus pais estavam os mesmos decapitados e suas cabeças estavam presas no teto com seus olhos perfurados e seus corpos totalmente mutilados. Lágrimas escorrem pelas minhas bochechas instantaneamente e a solidão tomava conta de mim. Saio correndo de lá.

Desço as escadas e mais pessoas conhecidas estavam espalhadas pela casa, com uma morte pior que a outra. Ferramentas medievais como uma flor que era inserida nas genitais, um cerrote que lhe partia ao meio entre outros, eram usadas e estavam encharcadas de sangue. Porém, havia um corpo que me chamou a atenção na cozinha. Corro para lá.

Era o Lucas, nem preciso dizer que comecei a chorar por que a dor que eu sentia... Era terrível, pior que qualquer outra coisa no mundo, pior até mesmo que todas as dores passadas juntas. Perdi todos que amava, meu pai, minha mãe, meus tios, primos, primas, amigas... Meu amor... Pensar isso ainda era difícil, mas sabia que a vida não valeria mais a pena.

Uma luz branca surge e...

Abro os olhos assustada com a vida. Ainda bem que não passava de apenas mais um pesadelo, mas ainda sim me dói a alma pelas cenas testemunhadas.