P.S. Eu Não Ligo Pra Você

Capítulo 7

*Tracy

Fico em choque ao ouvir aquelas palavras da minha mãe, ela não é fácil de enganar. O Lucas sai de seu esconderijo e volta a me beijar. Interrompo o beijo.

-O que foi gatinha?-ele pergunta.
-Lucas, o clima acabou. Não viu que minha mãe descobriu?-pergunto como se fosse óbvio, ah talvez seja, porque era mesmo.
-Mas ela disse para voltarmos aos nossos afazeres.-ele disse cheirando meu pescoço.
-Não.-o afasto.- Hoje não, estou me entregando fácil demais, ainda falta um pouco de jogo.

Ele me olha na cara ainda se perguntando se era mesmo sério.

-Você tá de brincadeira não é?-ele pergunta.-Tracy, sinceramente, mais tarde eu vou ter que ir para um hospício de tanta tesão que você me causa.
-Sinto muito Lucas -dou um sorriso.- mas no momento, você tende a esperar.

Ele rola os olhos e me puxa para mais um beijo selvagem.

-Amanhã eu te vejo gostoso.-o provoco.
-Vadia. Você um dia me deixa louco.

Dou um sorriso vitorioso e ele se desaparece na noite escura e perfeita. Fecho as janelas e toco onde ele me beijou. Aqueles beijos também me enlouqueciam. Deito em minha cama e acabo por dormir.

* * *

Acordo rapidamente e me levanto. Pego uma mini saia e uma regata. Visto tudo e desço animada. Encontro absolutamente ninguém no andar de baixo. Subo novamente e abro a porta do quarto dos meus pais, vejo eles dormindo e suas roupas jogadas no chão. Evito uma gargalhada e fecho a porta. Desço e preparo alguma coisa para comer. Depois do café, vou até meu carro quando vejo o Lucas saindo de casa. Ele vem até mim e eu corro até meu carro, mas não entro a tempo.

-Ai, o que foi Lucas?-pergunto impaciente.
-Você ainda me deve aquela noite.
-Ai Lucas, me deixa quieta, quando eu quiser eu vou atrás de você, mas no momento, eu não tô afim de ir pra cama contigo.
-Mas eu quero.
-Mas eu não.-digo entrando no carro.

Ele entra no dele e corro com o carro a toda a velocidade. Viro em um atalho e consigo depistá-lo. Estaciono em uma rua e vou andando por um beco até a escola que fica só alguns metros. Uma panelinha de 5 garotos aparecem do nada.

-E aê gatinha! Você é gostosa não é?-um deles fala.
-Ela é perfeita.-outro diz.

Eles se aproximam e eu recuo tentando entrar no carro, porém um deles impede.

-Onde a gatinha pensa que vai?-outro diz.
-Pra escola.-respondo como se fosse óbvio.
-Nada disso.-o mesmo que me chamou de gostosa responde.
-Você fica aqui. -outro termina.

Eles vêm pra cima de mim tentando me agarrar mas eu dou um chute no amiguinho de baixo de um e também, um murro na barriga de outro. Tudo em vão pois um me pega por trás e me encurrala em uma parede. Ele começa a me beijar à força e eu tento virar a cara, mas ele é muito forte e segura a minha cabeça o que me machuca.

-Se afasta dela ou eu acabo contigo.-uma voz conhecida aparece.

O garoto para e se vira o que me dá a visão para ver de quem era a voz.

-Lucas?-fico paralisada.

Ele não tem tempo para responder pois começam a bater nele. Um deles vem até mim e abaixa minha mini saia. Ele começa a tirar a minha calcinha mas eu dou um murro na sua cara levanto minha saia e começo a bater nele com uma madeira. Ele fica inconsciente. Vejo esmurrarem o Lucas e pego garrafas de vodka. Chego de fininho e bato com força as garrafas nas cabeças de cada um.

O Lucas faz um esforço para se levantar e o último garoto me encara com os olhos ardendo de nervoso. Ele me empurra no chão e começa a me bater. Vejo o Lucas se levantar e atirar uma garrafa na cabeça do último deles. Ele me ajuda a me levantar e corremos até o carro. Entro no meu carro e o coloco para dentro. Dirijo a toda velocidade até a casa. O ajudo a sair do carro e o coloco no sofá da minha casa.

-Não precisa faltar por mim.-ele diz.
-Preciso sim, e obrigada... Foi por minha causa que você está assim, todo machucado.

Ele sorri e eu pego a maleta de primeiros socorros. Pego uma pano e molho-o com água. Volto e passo nas feridas.

-Ai!-ele berra.
-Calma. Vai passar, e é para o seu bem.-digo acalmando-o.

Termino e coloco uns curativos.

-Pronto.-digo sorrindo.
-Obrigado. Só falta uma coisa.
-O quê?
-Isso.

Ele me puxa para um beijo longo e demorado me afasto ainda sorrindo.

-Vou cuidar dos meus hematomas e já volto.

Vou até o banheiro e me olho no espelho. Nem tenho tantos hematomas e tudo graças ao Lucas. A cada dia que se passa, mais esse garoto me impressiona.