P.S. Eu Não Ligo Pra Você

Capítulo 33

*Tracy

Estava me dirigindo ao meu carro com a cabeça estourando. Aquela Priscila realmente me paga, nem mais em paz posso ficar! Avisto um carro preto com telas tão escuras que nem se dava para ver quem estava dentro. Começo a andar um pouco mais rápido. Percebo que eles me seguiam, então finalmente quando chego ao meu carro vejo que havia dois homens dos dois lados. Um pega um lenço e tapa a minha boca enquanto o outro me segurava para não cair.

Aos poucos um sono intenso toma conta de mim... Como naquela noite com o Arthur...

* * *

Abro meus olhos aos poucos e vejo que não estava em minha casa. Não estava nem ao menos deitada em uma cama. Estava amarrada em uma cadeira com cordas super resistentes. Olho em minha volta e nada que eu pudesse achar familiar. Minha boca estava grudada com fita crepe então nem adiantava gritar, aos poucos fui ouvindo passos.

A porta se abriu e de lá apareceu um homem musculoso, um dos mesmos que estava lá na hora do sequestro. Ele me encarava com um sorriso malvado no rosto, como se a qualquer momento fosse me matar.

-Oi gatinha... Sabia que você é famosa por aqui? Todo mundo te conhece e te pesquisava há meses.-ele diz vindo até mim.

Meu coração palpitava em um ritmo acelerado demais para mim e eu suava um pouco.

-Nossa mas o que disseram é verdade... Você é a maior gostosa.-ele pousa sua mão sobre minha coxa.

Suas mãos eram fortes e aos poucos foram descendo um pouco mais parando sobre minha intimidade. Percebo que estava sem calcinha e que ódio! Ele fazia movimentos circulares e rápidos. Lágrimas caíam naturalmente de meus olhos. Que raiva, nesse dias eu ando muito sensível!

-Aaaah -ele põe o dedo na boca.-Só imagino como você deve ser na cama.

Ele ia tirar minha blusa mas a porta se abriu e de lá apareceu mais um rapaz, dessa vez menos musculoso mas muito bonito.

-A patroa tá te chamando. Deixa que eu fico com a menina.-ele diz.

O homem dá um beijo em minha bochecha e eu fecho os olhos de desgosto. Ele se retira e o outro se senta em uma cadeira próxima a minha.

-Você deve estar assustada. Fique calma, não temos costume de matar ninguém, até porque, não cabe a nós tirar a vida de ninguém. -ele fala tranquilo.

Não sei como, mas algo dentro de mim se alivia, como se eu realmente fosse acreditar nele. Ele tira a fita da minha boca e o agradeço, aquilo já me sufocava.

-Por que você está sendo gentil comigo? Vocês ainda me sequestraram.-pergunto sem entender nada.
-Tracy... Tracy é o seu nome certo?-aceno com a cabeça.- Bom, a intenção da patroa é atrair umas pessoas e dinheiro, eu só faço isso porque não tenho escolha. Meu irmão também foi sequestrado e eles me prometeram que o devolveriam se eu os ajudasse por 2 anos.
-Então você trabalha aqui há dois anos?
-Quase. Apenas há 8 meses, foi quando começaram a me contar sobre você.

Nossa, nem estou assustada com essas histórias. Onde você foi se meter, Tracy?

-É... E quem é essa "patroa"?

Ele olha em volta e não encontra ninguém, como se o nome dela fosse uma cifra da morte.

-O nome dela é Cristina, mas a chamam de naja por ser discreta e venenosa. Ela é maligna.

Meu mundo cai, eu não acredito. Não pode ser a mesma Cristina, não a mesma Cris... A que eu colocava minha mão no fogo.

- Qual o seu nome?-pergunto.
-Steve.
-Steve, eu sei que logo vão sentir minha falta... Você não quer fugir comigo?
-Não, eu não posso. Não sei onde está meu irmão.
-Qual o nome do seu irmão?

Nesse mundo momento a porta se abre e levamos um susto. Steve me olha com um olhar triste e dá um tapa na minha cara. Não doeu muito mas ainda doeu. Sabia porque tinha feito aquilo e o entendo, se não fizesse aquilo desconfiariam da gente, e lá iria meu plano de sair daqui.