O PRÍNCIPE QUE VIROU SAPO

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Quais são as chances de um fotógrafo seguir cada passo do seu marido, até conseguir

clicá-lo em cenas calientes com uma stripper na beira de uma piscina? Se você não o tiver

contratado, nenhuma. Fotógrafos são pessoas ocupadas, não ficam por aí perseguindo um joãoninguém,

com todo o respeito que seu marido merece. Portanto, amiga, fique fria. Você não vai

passar pelo que a princesa Stephanie de Mônaco está passando.

Durante um tempo a princesa viveu numa boa com seu ex-guarda-costas e os dois filhos

do casal, sem deixar o mundo real atrapalhar seu conto de fadas. Até que um maldito fotógrafo

pôs tudo a perder. Estampou nas revistas do mundo inteiro as fotos de Daniel Ducruet

engalfinhado com uma sirigaita de fio dental e não lhe deixou outra alternativa a não ser

expulsar o príncipe do castelo.

Não que Ducruet seja um santo. Mesmo que tenha sido vítima de uma armação – a

stripper conseguiu promover-se bastante com o escândalo –, ele foi, no mínimo, descuidado.

O que eu me pergunto é: seja ele um cafajeste ou não, será que Stephanie queria mesmo o

divórcio ou agiu pressionada pela opinião pública? Se não tivesse havido testemunhas

oculares, é bem provável que Stephanie tivesse puxado o marido para um canto, exigido

explicações, feito algumas ameaças e, depois de ouvir juras de amor eterno e dezenas de issonunca-

mais-vai-acontecer, perdoasse o safado. Papai Rainier não ficaria sabendo, nem eu,

nem você. Seria mais uma crise conjugal, como acontece com os simples mortais. Mas por

causa de um fotógrafo que estava no local certo na hora errada, Stephanie entrou para o clube

das descasadas.

Admitamos: infidelidades casuais não justificam a separação de duas pessoas que se

amam. Geram mágoa, discussões, podem fragilizar a relação, mas para dissolvê-la é preciso

que sejam freqüentes e com a mesma fulana. Isso não é um sinal verde, rapazes. Vale tanto

para vocês quanto para nós.

Não é impossível um casal manter-se fiel durante 50 anos, monogâmicos até em

pensamento. É possível e é bonito, mas só Deus sabe como é difícil. O mais provável é que

um belo dia, numa dessas crises dos 7 anos, um dos dois, ou ambos, caiam em tentação. Não é

um exemplo de comportamento, mas também não é o fim do mundo. Dizem que revitaliza

relações mornas. Mas para isso há uma condição: que a pulada de cerca seja feita sem

testemunhas, sem fotógrafos, sem telefonemas anônimos, sem que o cônjuge sequer desconfie

de onde você está. Ser fiel é ser discreto. Não pode contar nem para o melhor amigo, que

outro amigo ele tem, como nos ensinou Mario Quintana.

É por isso que milhares de homens e mulheres fingem não saber das escapadas do

amorzão, e rezam para que também ninguém descubra: se os outros souberem, vão exigir

providências, quando na verdade tudo o que se quer é ficar em casa curtindo a dor-decotovelo

em paz. A modelo Eli-zabeth Hurley resistiu heroicamente quando seu noivo, o ator

Hugh Grant, foi flagrado dentro de um carro com Divine Brown. Elizabeth não é princesa,

ninguém espera dela reações protocolares. Sendo assim, não permitiu que uma zinha qualquer

destruísse seu romance. Já Stephanie não pôde se trancar no quarto e deixar a poeira baixar.

Não pôde ir para a televisão dizer: "Olha, o Daniel pisou na bola mas ele é boa gente, bom

pai, que culpa tenho eu de gostar desse galinha?". Stephanie tem súditos que a consideram um

exemplo, e por isso deve ser elegante e forte diante de qualquer situação. Com sua vida íntima

exposta nas capas dos jornais, Stephanie não deixou o coração falar mais alto: simplesmente

fez o que se esperava dela. O que me faz pensar que ser plebéia tem lá suas compensações.

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