• Capítulo 26 •

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Após  passar praticamente essa manhã  inteira no parque, resolvo que está  mais que na hora de voltar, mas Nicolas chega e se senta ao meu lado deixando um silêncio seprucal recair entre nós.  E bem que eu poderia ir embora fingindo que esse momento não aconteceu, mas meu coração é mole e eu sou curiosa, o que me fez optar por ficar e observar seus próximos passos, e também suas feições, me dando a certeza que o Nicolas vivo, corado e sadio de antes deu lugar a um homem pálido e cabisbaixo. Com certeza não  é  o mesmo Nicolas de antes. Está mais cansado, abatido e sem seus costumeiros sorrisos irônicos. Em baixo de seus olhos tem olheiras profundas e seus cabelos estão maiores.

Nicolas me encara, da um pequeno sorriso e pela primeira vez vejo seus olhos marejados. Apesar da minha vontade de abraça-lo e dizer que tudo vai ficar bem não o faço, apenas continuo o encarando.

- Eu vi o jeito que ele te olha. - Diz com a voz baixa.

Confusa pergunto:

- De quem você está falando?

- Mauro.

- Você o conhece?

- Eu investiguei a vida dele, afinal ele está interessado na minha garota.

- Eu não sou mais sua, pra falar a verdade acho que nunca fui Nicolas.

- Eu TE AMO PORRA, e a gente deveria estar junto, você deveria me perdoar e a gente iria pra bem longe daqui, montariamos uma família e seríamos felizes.

- Você sabe que isso não tem a menor chance de acontecer né? - Ele me encara de um jeito que faz todos os pelinhos do meu corpo se arrepiar de uma forma bem ruim.

Me levanto e chamo por Jujuba que vem correndo até mim ofegante. Nicolas se levanta também e antes de partir faz um carinho em minha bochecha. Mas antes de virar as costas e partir deixa um recado.

- Avisa pro Dotorzinho pra ele sair da jogada ou eu mesmo o tirarei. - Com essa declaração começa a caminhar pra longe de mim me fazendo soltar um suspiro de alívio.

Eu deveria sentir medo? Porque sinceramente eu estou com muito medo. Nem parece o cara por quem me apaixonei. Afasto esses pensamentos e volto pra casa, estou precisando de um bom banho e muita comida.

[...] Abro a porta do apartamento só pra dar de cara com vários buquês de rosas vermelhas, brancas e algumas amarelas bebê, minha cor favorita.
Deixo jujuba solta, aproveitar que estamos só  nós duas em casa e caminho até um buquê maior contendo um cartão em cima.

''Me perdoa vai? Eu te amo e faria tudo pra ter você de volta.
Eu preciso de ti porquê  sem você eu não sei qual é o verdadeiro sentido de ainda estar vivo. Eu te amo e sempre vou te amar lembre se disso.''

Não é preciso muito pra saber quem foi o autor disso aqui. Jogo o cartão no lixo e apesar de ter amado todas essas rosas não quero que nenhuma fique aqui. Quando Erick e Rafaell chegar eles saberão o que fazer com elas, pelo menos é o que espero. Subo pro meu quarto e me jogo na cama pensando no turbilhão de emoções que já passei nessa temporada de "férias" aqui no Brasil.

E se não fosse por Isabelly e Mauro já teria voltado pra casa dos meus pais faz tempo.

Mas não posso.

É como se tudo e ao mesmo tempo nada me prendesse aqui.

Resumidamente: Uma mera merda merdavel.

Me levanto e sigo para o banheiro tomar um belo de um banho pra ver se esqueço por alguns segundos todas essas coisas.

[...]

- Filha, seu pai e eu decidimos que amanhã mesmo estaremos embarcando pra visitar vocês.

- Tudo bem mamãe.

-O que foi minha filha?

- Nada, só estou cansada.

- Seei. Bom seu irmão quer falar contigo, então deixa eu passar logo pra ele antes que eu fique sem roupa de tanto que ele está puxando a minha saia. - Dou risada do seu jeito exagerado e percebo que herdei dela o meu.

- Mana to com saudades.

- Óh meu amor, eu também estou morrendo de saudades.

- Papai disse que vamos passar um tempão juntos, porque a gente vai demorar pra ir embora sabia?

- Sério? Nossa então eu vou adorar passar bastante tempo com meu ursinho.

- Mana não me chama assim que já sou HOMEM.

- Hmm, então me desculpe pequeno HOMEM.

- Não mana, eu sou um GRANDE HOMEM. PAPAI disse que daqui a pouco vou ficar do tamanho dos gêmeos.

- Claro que vai, mas vai demorar alguns anos.

- Eu não me importo de esperar! Mana você sabia que eu também sou tio? Juju é minha sobrinha também!? Papai que disse.

- Sim meu amor, você também já é tio! E vem cá você gosta disso?

- Gostoo muitooooo.

- Que bom, então daqui uns dias você vai conhecer sua sobrinha.

- Eu sei! Tchau mana, mamãe tá me chamando pra tomar banho depois a gente conversa, te amo tá?!

- Tudo bem meu amor, até depois, e eu também te amo. Não esquece de lavar atrás das orelhas em porquinho.

- Pode deixar mana. - Desligo o telefone e sorrio satisfeita por ter falado com meu pirralho.

Que já se considera um homem. Solto uma risada disso e caminho até a cozinha. Estou morrendo de fome e louca pra comer algo.
Passei um tempo fazendo comida e depois de tudo pronto sentei no balcão da cozinha e comecei a comer. Lavo a louça, arrumo a casa e depois de tudo no seu devido lugar e as flores em um canto afastado me deito no sofá e coloco em um canal de desenho. Paro um pouco pra pensar e percebo que não faço a menor ideia da onde minha cachorra se enfiou. Reviro os olhos e começo a assistir Bob Esponja, o desenho que não importa minha idade sempre vou assistir. E claro ensinar meus filhos a assistir também.

Em algum momento acabei caindo no sono e dormi tão bem, que é como se eu estivesse em nuvens.

Em algum momento acabei caindo no sono e dormi tão bem, que é como se eu estivesse em nuvens

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