• Capítulo 29 •

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- Boa noite família. - Digo quando todos percebem minha presença.

Mauro se levanta e me abraça. Tão rápido quanto encostou em mim se afastou, olho pra ele sem entender e ele me encara bravo.

- O que foi? - Pergunto confusa.

- Nada, você deve estar cansada, não é mesmo? Passou um bom tempo na rua sabe se lá com quem. Então acho melhor eu voltar outro dia. - Quando ele começou a caminhar em direção a porta, Rafaell gritou:

- Mauro fica mais um pouco cara. - Mauro se vira pra ele e da um sorriso sem graça, me olha e seu sorriso morre na hora.

Mas que diabos eu fiz?

- Que tal a gente subir e conversar, mau mau? - Seus olhos se suavizam um pouco diante de meu apelido novo e concorda com a cabeça.

Ele se senta na cadeira da escrivania e eu vou pro banho.

Saio do chuveiro e depois de me secar, coloco um shorts amarelo e uma regata branca, calço um chinelo pra não sujar meus pés e saio do banheiro. Mauro ja não está mais sentado na verdade está deitado na minha cama dormindo.

Reviro meus olhos pois nem demorei tanto.

Como ele é médico deve estar cansado. Isso me faz lembrar que preciso voltar a fazer algo. Vou pra cozinha e as meninas preparam a comida enquanto os meninos assistem jogo de futebol junto da pequena Julia.

-Achei que não ia descer mais. - Mostro a língua pra Isa e Helena começa a rir.

Bom a gente mal conversa, mas apesar disso sei que ela é bem legal, até porque Isabelly sempre que pode da um jeito de conversar com ela. Helena é meio tímida ainda com a gente, então fico com medo de estar incomodando ela, por isso nem puxo muita conversa.

- Eu ainda não entendi sua relação com ele. - A voz dela corta o silêncio que pairava na cozinha.

Eu suspiro e paro de cortar os tomates.

Me encosto na pia e começo a falar:

- Ele é meu amigo, me ajudou bastante quando terminei com Nicolas. Sei lá, nunca tinha pensado que aquele desconhecido que se juntou comigo naquela sombra da praia de Copacabana, iria se torna uma das pessoas mais especiais da minha vida. - Termino de dizer e sorrio para ela que me encara com os olhos brilhantes, até Isabelly me encarava do mesmo jeito, no fim acabei corando e caímos na risada.

- Ele não te vê só como uma amiga, isso é um fato. - Isabelly diz e Helena concorda com a cabeça.

- É pode até ser, mas ainda sinto uma coisinha bem pequena por Nicolas, então enquanto esse sentimento não morrer por inteiro não quero passar do nível de amizade com ele entendem?

- Sim. - Dizem em uníssono.

Dou risada e volto aos tomates.

Depois da janta pronta fiquei um pouco com a julinha, para seus pais comerem e bom depois que todos terminaram eu subi com a mesma no colo e fui chamar Mauro pra jantar comigo.

- Acorda dorminhoco. - Cutuco ele meio desajeitada e opto por colocar minha princesinha na cama enquanto tento acordar essa pedra.

- Ei, Mau Mau acorda, não tô afim de comer comida fria. - Digo brava.

Ele abre os olhos e boceja, vira pro lado e da de cara com julinha o encarando com seus grandes olhos cinzas. Ela passa a mão babada na bochecha dele e o mesmo ri, ele começa a brincar com ela e eu apenas observo feliz por saber que ele se dá bem com crianças.

- Imagine a nossa filha? - Ele diz quando se levanta e pega a bebê no colo, um imenso sorriso se forma em seus lábios e eu sorrio também.

- Se puxar você vai ser linda. - Às vezes a convicção de suas palavras me deixam confusa.

- Não pense muito anjo, tudo acontece no seu tempo e o nosso ainda vai chegar. - Com um pequeno sorriso me entrega a bebê e entra no banheiro.

Está decidido eu vou fazer o que ele falou, não pensar muito.

Mas aí lembro que ele estava muito estranho quando me abraçou e quase correu pra ir embora, sem falar que parecia bravo quando se desgrudou de mim. Quando ele saí do banheiro coloco julinha na cama e pergunto:

- Por que ficou bravo aquela hora?

- Porque você estava com cheiro masculino, anjo. - Acho que na hora que abracei Nicolas, seu perfume ficou em mim.

Conto pra ele sobre tudo e bom sua reação é meio inesperada afinal eu realmente não esperava receber dele um beijo de tirar o fôlego e confundir todos os meus sentidos.

Quando nos separamos ele sorri e diz:

- Vamos descer antes que a comida esfrie.

Ele pega julinha e bom eu os sigo calada sem saber o dizer ou fazer.

A gente jantou em silêncio e ele não parou de me olhar nem por um segundo. Depois que acabamos de comer a gente lavou a louça, enquanto ele contava suas piadas, que apesar de idiotas eram bem engraçadas.

No fim ele teve que ir embora, pois recebeu uma ligação do hospital.

- Espera aí que te levo até o elevador. - Depois de enxugar minhas mãos no guardanapo, o acompanhei. Mauro que não é bobo não perdeu tempo, me encurralou na parede e disse olhando dentro dos meus olhos:

- Adorei o nosso primeiro beijo de muitos, só quero que saiba que eu não consigo engolir essa história de vocês dois serem amigos, ele não merece nada que venha de você e eu quero deixar bem claro que vou lutar com unhas e dentes pra mostrar para aquele cara que você é minha. A lei da vida é "Não deu valor perdeu", e eu vou dar o verdadeiro valor que você merece anjo.

Diante de todas aquelas palavras fiquei sem saber o que falar. E bem ele nem se incomodou com meu silêncio, me deu um selinho e em seguida outro de seus beijos marcantes. E depois de prometer tentar passar a tarde em casa pra gente passear, ele foi embora. Entrei e fui pro meu quarto, aonde acabei dormindo abraçada com o travesseiro que continha seu cheiro.

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