Capítulo 12 - Ibiza

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Luísa acordou com o Sol saindo forte pela janela e iluminando todo o quarto. Ainda sentia todo o cansaço da madrugada em todas as partes do seu corpo, se lembrava das mãos de Bernardo por todos os lugares e as sensações indescritíveis que foram causados pela aquela dança entre os corpos, estava maravilhosamente cansada e apaixonada. Mesmo acordada ela ainda demorou muito para abrir os olhos, aproveitou ao máximo que podia para descansar e renovar as energias gastas durante a madrugada. Ficou deitada de olhos fechados por muito tempo, apenas curtindo o leve vento que saia da janela e eternizava aquele momento. Luísa se virou para poder se encaixar no corpo enorme de Bernardo e poder sentir aquele cheiro maravilhoso de baunilha que saia dele. Queria deitar sua cabeça naquele peito forte e sentir o coração dele batendo, queria abrir os olhos e ter a visão maravilhosa daquele sorriso perfeito, mas do que tudo queria um beijo de bom dia para que o resto do dia inteiro fosse encantador como a madrugada. Mas, ao se virar, viu que o lado da cama dele já estava vazio e frio, ainda bagunçado, mas sem um sinal de que Bernardo estivera lá e dividira uma madrugada cheia de sentimentos confusos com Luísa.

Ela se virou e viu que no relógio do seu celular já marcavam 11 horas da manhã - o voo para Ibiza sairia de Madrid as 13:00 e eles precisavam estar no aeroporto com meia-hora de antecedência, já que o processo na Europa era bem diferente do Brasil -. No susto ao constatar que horas eram Luísa deu um pulo da cama e começou a arrumar tudo que tinha bagunçado em Madrid, jogou todas as roupas espalhadas na mala sem se preocupar em dobrar (iria se arrepender daquilo mais tarde), pegou o primeiro vestido que achou dobrado e limpo e levou para o banheiro. Tomou seu banho de meia hora e foi inevitável se lembrar de todos os detalhes daquela noite encantadora que tinha dividido com Bernardo, toda a intimidada que eles compartilharam, o jogo de movimentos dos corpos e a sensação maravilhosa de que estava com a pessoa certa, na hora certa, fazendo a coisa certa e no momento certo. Tudo com Bernardo parecia certo demais. Tinha sido perfeito e ela não poderia reclamar de nada, ele soube como deixa-la confortável e ainda mais louca de paixão por aquele sorriso e aquela mão que fazia milhares de carinho nela. Agora Luísa estava se sentindo bem, bonita e feliz consigo mesma; se sentia amada. Bernardo tinha esse feitiço em cima da garota, ele a fazia se sentir melhor e com uma mulher de verdade, não era uma menina perdida em cuidados excessivos para com os irmãos, mas sim uma mulher que estava fazendo tudo que gostava e muito feliz com suas novas realizações.

Assim que saiu do banho, Luísa guardou o resto das coisas que estavam jogadas pelo quarto e pelo banheiro dentro da mala e foi correndo, com dificuldade ao levar a mala pesada, para encontrar o resto do grupo no saguão do hotel. Viu no grupo do whatsapp que, mais uma vez, só faltava ela. O seu celular estava mudo e com bateria fraca, não tinha nenhuma notificação nova e nem uma mensagem daquela pessoa que ela torcia para ter mandado algo. Luísa deixou seu orgulho de lado e mandou uma mensagem para Bernardo perguntando se estava tudo bem – ela tinha certeza ele tinha saído mais cedo por conta da viagem, mas não custava nada ter dado um aviso, escrito um bilhetinho, mandado uma mensagem, ligado para o telefone do quarto, qualquer coisa estava valendo.

No saguão o grupo já se encontrava agoniado com a demora de Luísa. Júlio passava em todos os grupos de pessoas e explicava que eles não iam se atrasar porque na Europa era diferente. O grupo inteiro encarou Luísa com olhar de morte quando ela passou pela porta e viu todos já prontos, Bernardo, o diferente, não moveu um centímetro o rosto para Luísa, fingiu que nada tinha acontecido e que não tinha percebido que a única pessoa que faltava era ela, a garota que ele tinha passado a noite em claro e a encantando com seu feitiço. A menina até tentou não mostrar sua decepção e chateação ao perceber a indiferença dele para com a presença dela, mas não conseguiu: até uma pessoa que não a conhecia conseguia perceber o quão triste ela tinha ficado assim que pisara no Hall de entrada.

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