William.Fez um mês que venho diariamente na casa dos meus avós ver aquela criatura desastrada ir pra faculdade toda manhã. Quantos anos ela tem? Dez? Quem em pleno século vinte e um ainda vai de bicicleta pra faculdade? Isso é patético. Ela é patética.
Venho observando Lauren a um mês e acho que deveria estar bem chapado, ao ponto de concordar com essa mentira idiota. Veja bem, até que gosto de um desafio as vezes. Porem esse, esse passou dos limites.
À um mês meu pai e meus avós resolveram que iam ajudar a tal garota patética. Lauren que tem vinte e dois anos e ainda mora com a mãe. Não sei bem o que aconteceu, porém a situação delas é precária, já que estão atoladas em dividas e só a mãe trabalha.
O fato é que eu, William junior, um advogado de vinte e sete anos terei que gastar meu tempo com essa menina que não sabe o que fazer da vida.
Meu pai conheceu o pai dela, parece que eram grandes amigos. Até o senhor Philip sofrer um acidente que resultou em sua morte. Desde então eles mandaram eu ajudar, e já que não falaram como eu deveria entregar o dinheiro, eles não sabem que nessa história toda eu estou tentando voltar com Camila.
Ele me disse que Katherine é orgulhosa, e não aceitaria o dinheiro. Então eu resolvi juntar o útil ao necessario. Já que eu tinha terminado com Camila e não sabia como chegar em Lauren para dar o dinheiro e acabar logo com essa palhaçada, resolvi fazer uma proposta à ela. Me ajudar a reconquistar Camila e em troca eu pagaria. Que no caso é o dinheiro que meu pai quer dá à elas.
Estou tentando fazer esse plano dar certo a apenas uma semana. Ela termina a faculdade em alguns meses, tenho apenas três meses pra ter Camila de volta antes dela viajar pra Londres na qual irá morar, e dar a quantia que meu pai e meus avós mandaram entregar sem que elas saibam.
Meus avós se mudaram pra casa dos meus pais, então estou morando na casa que era deles, e essa minha mudança pra cá me ajudará bastante.
Estou no trabalho, e logo que cheguei mandei bruna, uma moça que trabalha aqui, entregar um vestido que escolhi para Lauren usar amanhã no jantar. Não quero que ela vá de qualquer jeito, até porque lá vão estar alguns empresários e amigos bem íntimos da família. Pelo menos ela até que é bonitinha. Penso rindo da roupa que ela usava no dia que estava andando sozinha em uma rua e eu lhe dei uma carona. Criança demais. Eu estava nervoso e queria logo fazer a proposta, mas simplismente ela saiu logo depois que aconselho-a a não andar sozinha por ai.
Isso que dá ser filha única, acham que podem fazer tudo, inclusive ser mal educada como foi naquele dia.
Conheço filhas unicas pois tenho uma irmã, karen. E ela nao liga pra nada que envolva a empresa do nosso pai. Porém agradeço aos céus por não ter ela aqui, porque se não estaria tudo uma bagunça.
Só concordei fazer isso por causa da amizade que meu pai tinha com o dela. E se não fosse por isso, eu acho que nem nos falaríamos. Ouço uma batida na porta e é meu pai entrando.
- Boa tarde filho.
- Boa tarde - falo sem olhá-lo apenas assinando alguns papeis que estão em minha mesa.
- E então?
- E então oque pai?
Olho pra ele que tirou os óculos e está com o polegar e o indicador massageando o nariz na parte de cima.
- Entregou o dinheiro a ela?
- Uma parte - ele fecha os olhos e suspira.
Ele se levanta do sofá e fica em minha frente abotoando seu terno, com aquele ar de superioridade que eu conheço bem.
- Apenas resolva o que lhe pedi, certo?
Se vira e sai da minha sala. Passo as mãos em meu rosto e suspiro fundo. Essa garota vai me trazer mais problemas do que eu imaginava. E tenho certeza que meus pais, principalmente meu pai e meus avós irão ter um ataque quando descobrirem que eu estou "namorando" ela.
...
Chego em casa exausto depois de resolver um caso que estava me consumindo a semanas. Me jogo no sofá afrochando minha gravata com uma mão e a outra mexo no celular.
Estou me levantando pra ir tomar um banho quando a campainha toca. Será que é de mais pedir um pouco de paz, senhor?Resmungo indo abrir a porta e dou de cara com Lauren na minha porta.
- Ah é você - deixo a porta aberta e lhe dou as costas indo me sentar novamente.
- Sim, sou eu - diz dando pequenos passos até a sala.
- E então, o que deseja? - falo tirando os sapatos e depois a camisa.
Oh ela corou. Sorrindo por dentro reviro os olhos por que sei o efeito que causo nas mulheres. Mas da lauren tenho apenas vontade de rir. Não é como se fossemos transar apenas por ela está me ajudando a fazer ciúmes em Camila, mas se rolar, não passará de um bônus dessa mentira toda.
- Por que me deu aquele cheque com aquela quantia absurda? - fala cruzando os braços.
- É o pagamento do nosso namoro - enfatizo a parte do namoro.
- Com aquele dinheiro eu poderia comprar uns dez vestidos daquele que mandou me entregar.
- Pense no vestido como um bônus, OK? - pego meu celular na qual tem uma mensagem do meu pai tocando novamente no assunto do dinheiro.
- Você não pode ficar me dando dinheiro assim. - reviro meus olhos jogando o celular em algum canto do sofá.
- Por que não? Esse não foi o combinado?
- Sim, mas não uma quantia daquela.
Sério que essa garota está recusando dinheiro quando se tem contas pra pagar?
- Não voltarei atrás, se não quiser pode rasgar, não me importo.
Falo rude de mais e acho que ela percebe que não quero falar no assunto. Não quero tratá-la mau, porém esse jeito dela está começando a me irritar. Ela apenas me encara.
- Está tudo bem? - pergunta em um tom calmo.
- Nada que seja do seu interesse - falo pegando meus sapatos.
- tudo bem então, não precisa ser um grosso.
- Você ainda não me viu sendo grosso - dou um sorriso debochando, ela se abraça e logo fica vermelha, porém dessa vez parece ser de raiva.
- Era só isso?- pergunto e ela fecha os olhos suspirando fundo.
- Só, idiota.
Se vira e sai. Ainda em pé jogo minha cabeça pra trás e respiro fundo. Essa coisa toda e nossa convivência não vai dá certo, e eu estou começando a achar que fiz a maior cagada da minha vida.
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PROPOSAL
RomanceDesde pequenos somos ensinados a não aceitar algo de estranhos ou sempre a nos afastar quando a "esmola" é boa, pois quando ela é demais, até o santo desconfia, não é mesmo? Foi justamente isso que Lauren pensou quando William, seu mais novo vizinho...