Meus olhos se abrem lentamente vendo alguns raios de sol atravessando as grandes cortinas cinzas do quarto de William. Me remexo sentindo algo ao meu redor, viro minha cabeça para ver o que é e me deparo com os largos e definidos braços dele em minha barriga como se estivéssemos dormindo desde o começo de conchinha. Me levanto tão depressa tentando me afastar que caio de bunda no chão, fazendo um barulho esquisito. William se levanta e me encara assustado.
– Você cai da cama, literalmente.
– Que horas são? – pergunto levantando rápido pois com certeza eu já deveria estar na faculdade.
– 9:50 .
– O que? Meu Deus, eu deveria ir, agora!
– Por que? – pergunta bocejando.
– Não interessa – saio do quarto e vou procurando meu vestido mas vejo William vindo logo atrás só de cueca, me seguindo por todo lado. Paro bruscamente e o encaro.
– O que foi? – pergunta
– Por que está me seguindo? – franjo o cenho. Ele vai até a cozinha e bebe um copo com água.
– falta hoje – diz sem se importar já sentado me olhando sério.
Ainda estática no meio da cozinha não falo nada. Eu não sei o que isso significa mas não ficarei perto dele, pelo menos não por hoje. Preciso de um tempo sozinha, distante dessa onda que só me empurra pra mais perto dele. Ontem à noite me chamou de vadia e não esquecerei tão fácil das coisas que fez na boate. Suspiro fundo e nego com a cabeça voltando a procurar meu vestido.
– Passe o dia comigo.
O tom da voz dele pode ter saído de qualquer jeito, menos em um tom de pedido. Continuo andando por todo canto procurando minha roupa, mas nada. Ainda estou com uma camisa dele e isso é o que está me deixando mais incomodada. Além do mais, minha mãe já foi pro trabalho uma hora dessas e deve estar puxando os cabelos preocupada comigo. Quando ele percebe que não responderei, vejo se levantar e entrar no quarto. Aliviada por não estar mais sobre seu olhar frio, continuo a procurar pois realmente não sei por onde deixei. Onde está? Meu anjinho pergunta e eu mais uma vez não encontro nada.
William volta alguns instantes depois com meu vestido não mão. Corro em sua direção para pega-lo mas ele suspende e me encara sério, dou alguns pulinhos pra pegar e mesmo assim não consigo tirar de sua mão.
– Passe o dia comigo – manda mais uma vez e eu bufo começando a ficar com raiva.
– Não quero – Digo enquanto ele está passando o vestido de uma mão para outra.
– Você vai gostar – sorri e eu penso o quanto ele parece cretino assim. Ontem me chamou de vadia e agora quer sair pra passar o dia comigo? Nem aqui, nem na china.
– Vadias não passam o dia com ninguém.
Respondo e vejo seu sorriso se esvair dando lugar a um olhar sério. Respira fundo com os olhos fechados e entra no quarto indo em direção a suíte com minha roupa ainda em suas mãos.
– Ei, me dá meu vestido – peço mais desesperada que o normal, porem ele não me dá bola.
– Irei tomar banho, depois que eu terminar quero sua resposta – entra no banheiro com meu vestido e sem me olhar se tranca dentro dele.
Fico parada em frente a porta trancada com a boca aberta pensando o que deu nele pra tá fazendo isso. Com a dor de cabeça começando a se formar, decreto que não ficarei aqui com ele o dia todo, pois não quero mais discutir com novamente. Saio do quarto e procuro sua carteira, deve ter dinheiro e logo pegarei um táxi indo pra casa. Acho que ele pensa que não sairei daqui assim, com sua camisa e ainda despenteada.
Depois de alguns segundos encontro a carteira em cima da mesinha no meio da sala e abro pra ver se tem algo. Três notas de cem, identidade, dois cartões com o contato de duas impressa e uma foto. Não atrevo a olhar pois a qualquer momento ele pode sair do banho. Saio do apartamento e por sorte um táxi passa e entro logo de imediato. Passo o endereço e depois de alguns minutos chego em casa. De primeira chego e tomo logo um banho tirando a camisa de William e pondo pra lavar, por que sei que ele vira atrás. Faço algo rápido pra comer e descanso no sofá.
São meio-dia ainda e suspirando com a dor de cabeça me machucando me acomodo mais no sofá vendo as milhares de mensagens e ligações de Alex. Logo ouço a campainha tocar e me arrepio toda pensando, que talvez seja William vindo com aquele papo louco de querer passar o dia comigo. Um pouco receosa indo abrir a porta, me surpreendo quando vejo Alex entrar.
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PROPOSAL
RomanceDesde pequenos somos ensinados a não aceitar algo de estranhos ou sempre a nos afastar quando a "esmola" é boa, pois quando ela é demais, até o santo desconfia, não é mesmo? Foi justamente isso que Lauren pensou quando William, seu mais novo vizinho...