Percebi que não tínhamos saído do bairro chique em que a boate se localizava. Ele dirigiu por uns vinte minutos até parar em frente ao um prédio muito bonito por sinal. Estranho pois a única vez que passei por aqui, foi para fazer um trabalho da faculdade na casa de um amigo
– Onde estamos?
Pergunto já tirando o sinto enquanto ele desliga o carro e faz o mesmo. Não me responde e nem me olha, com certeza deve estar em modo William zangadinho. Rolo os olhos e nem espero ele abrir a porta pois sei que ele é muito orgulhoso, e ser cavalheiro em uma hora dessas seria mais que estranho.
Ele vai na frente enquanto eu vou atrás dando uns pulinho tirando a sapatilha que está muito apertada. Ele faz um sinal para um senhor, que penso eu, ser o porteiro. O portão do prédio chique se abre, ele entra ainda me deixando para trás. O senhor porteiro lhe dá uma boa noite e William responde educadamente. Tento dá um sorrisinho para o senhor que me devolve espontaneamente.
Pensei em ter ouvido ele murmurando algo dentro do elevador, mas acho que foi engano pois nem me olhar ele não se atreve. Também pensei que iriamos para sua casa, porém aqui estou eu, com um vestido colado, com meu pé cheio de bolhas por conta da sapatilha, meio tonta e com William fingindo que não existo.
Não me atrevo a perguntar nada, apenas segui-lo antes que eu seja morta pelo seu olhar de ira. Respiro fundo me encostando na parede do elevador atrás dele, e enquanto ele está com as duas mãos no bolso daqui posso ver seu maxilar pressionado. Ficamos calados o trajeto todo.
– De quem é esse apartamento?
Já dentro pergunto curiosa por ver o apartamento bonito e bem-arrumado. William não diz nada, apenas joga em uma mesinha no centro da sala suas chaves. Eu ainda na porta entro dando pequenos passos, como se até meu andar pudesse incomodá-lo mais. Ele vai direto pra cozinha que também não perde em ser bem organizada e moderna. Bebe água e depois disso para em minha frente, apenas me encarando como se eu fosse o maior de seus problemas.
– Dormiremos aqui hoje – em minha frente fala com os braços cruzados.
Já é a segunda vez que isso acontece. Dormir com William é o pior de tudo, por que, com certeza, acordarei com vergonha, ainda mais na casa de alguém que eu não conheço. Aparentemente começo a ter um desesperos já que nem Alex sabe onde estou. Nego com a cabeça e o vejo fechando os olhos massageando as têmporas parecendo cansado.
– De quem é esse apartamen...
– É meu, algum problema?
Me interrompe bruto e eu não digo nada, apenas nego com a cabeça e fico calada novamente. Não pensei que quando ele disse que iriamos pra sua casa, essa casa seria a que ele falava, não entendo o por que de duas, já que essa é, com certeza, mais bonita do que a dos seus avos.
Resolvo por fim desistir de ir embora, pois sei que ele não deixará. Ao menos tentarei ligar para Alex avisando que não estou na boate, não quero que ele fique desesperado ao perceber meu sumiço.
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PROPOSAL
RomanceDesde pequenos somos ensinados a não aceitar algo de estranhos ou sempre a nos afastar quando a "esmola" é boa, pois quando ela é demais, até o santo desconfia, não é mesmo? Foi justamente isso que Lauren pensou quando William, seu mais novo vizinho...