Empurro a porta para tentar fechá-la, mas ele mete o pé e me impede. Bufo contrariada, e forço mais uma vez com mais força. Quero que ele vá embora, ficar sozinha é oque eu preciso pra pensar em algumas coisas.
- O que esta fazendo aqui? - pergunto empurrando com mais força a porta.
- Vim pegar o que é meu - tenho vontade de socar a cara dele quando depois disso ouço ele sorrindo.
- Não sou sua.
- Tava falando da minha carteira.
Estavamos em um tipo de cabo de guerra com a porta. Olhei pra ele com ela semi aberta e o vi sorrindo. Não um sorriso forçado ou irônico, mas sim um sorriso divertido, como se estivesse amando me ver daquele jeito.
- Vá embora.
- Me deixe entrar - empurra com mais forca.
- Não.
- Então, o que você acha de eu ligar pra sua mãe.
- O que? Por que? - pergunto com um certo desispero em minha voz.
- Ela não vai gostar nem um pouco de saber que você finge ser minha namorada.
Abro a porta brutalmente onde ele vem com tudo e quase cai de joelhos em minha frente. Subo correndo as escadas e entro no meu quarto procurando a maldita carteira. Pego e desço novamente, e o vejo sentado no sofá com as pernas cruzadas.
- Agora vai - jogo a carteira em seu colo e ele se assusta.
- Só se você sair agora comigo.
- Já disse que não, qual é o seu problema em?
Digo me sentando comecando a ficar cansada daquele joguinho dele. Ele por outro lado pega o telefone e procura alguma coisa. Aperta em algo e leva o celular até a orelha.
- Alô?... Estou atrapalhando dona Katherine?... Quê isso... Não... só queria dizer algo muito importante sobre a Lauren...
Fico pálida quando percebo que ele esta falando com minha mãe e mais que rapido saio correndo em sua direção. Pego o ceular e aperto várias vezes no botao de desligar até ve-lo sorrindo.
- Tá bom, você venceu. Aonde vamos?
Ele nao diz nada apenas me encara e sai porta a fora. Rolo os olhos e o sigo. Já dentro do carro ele ficou perguntando se eu não tinha uma roupa mais "decente", já que eu estava com um short jeans um pouco esfarrapado nas pontas e uma blusa com a manga até os cotovelos, eu disse que não pois ele que queria que eu fosse, e eu não trocaria de roupa só pra agradá-lo. Passar quinze minutos chegamos no zoológico da cidade. Olho confusa pra ele que ainda está em silêncio.
- Nao sabia que gostava de animais - falei tirando o cinto.
- E não gosto.
- E então por que estamos aqui?
- E você não gosta?
Saio do carro e ele já esta andando em minha frente. Vejo algumas pessoas com seus filhos pequenos com balões e outros com suas namoradas e etc. Observo tudo ao meu redor, pois faz um tempo que nao venho por aqui, nesses ultimos tempos tenho me privado de muitas coisas e o zoológico foi uma dessas coisas.
- Toma.
William estende uma das mãos com uma casquinha de morango em minha direção. O encaro com o cenho franzido e ele me entrega de qualquer jeito que quase cai da minha mão. Mais em nossa frente ele paga nossas entradas e logo vejo uma multidão lá dentro. Pessoas rindo e conversando como se hoje não fosse mais um dia de trabalho rotineiro. Me surpreendo com a quantidade de gente aqui, pois hoje é sexta e a maioria que está aqui deveria estar trabalhando e tudo mais.
Andamos e fomos parar na frente dos macacos. William apenas encarava um filhote na costa de sua mãe. Mais em nossa frente tinha um macho que encarava William sem pudor nenhum. Ele veio em sua direção e os dois ficaram se olhando. Eles estavam mais em uma competição de quem fica sem piscar. Eu tava pra rir quando ele me puxa pela mão e nos afastamos do macho encarador.
-Acho que ele gostou de você - digo sorrindo e o vejo dando um sorrisinho de canto.
- Por que me trouxe aqui?
-Pensei que você gostaria - responde dando de ombros.
-E desde quando você liga pro que eu gosto?
Pergunto, e bom, já que estamos aqui, por que não aproveitar? Confesso que não iria fazer nada em casa mesmo. Então por que não aproveitar mesmo que tenha um chato de galocha ao meu lado? Talvez eu possa saber mais sobre ele. Talvez eu até possa amolecer a pedra de gelo que ele chama de coração.
Talvez.
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PROPOSAL
RomanceDesde pequenos somos ensinados a não aceitar algo de estranhos ou sempre a nos afastar quando a "esmola" é boa, pois quando ela é demais, até o santo desconfia, não é mesmo? Foi justamente isso que Lauren pensou quando William, seu mais novo vizinho...