Capitulo 31

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– Aonde você estava? – pergunta zangado.

– Oi pra você também Alex.

Volto me deitando no sofá enquanto ele ainda está em pé na minha frente.

– Mandei várias mensagens e te liguei feito um louco – se senta colocando uma bolsa ao seu lado em uma poltrona rígido me olhando – pensei que tivesse acontecido algo de grave.

– Eu sei, me desculpa, eu tinha esquecido meu celular aqui – respondo desanimada.

– Você não veio pra casa.

– não, eu...

– Percebi, pois liguei pra titia e antes de eu começar a falar, ela veio perguntando onde estávamos.

– E o que você disse? – com medo de pensar que ele falou que eu tinha sumido me encolho no sofá.

– Respondi que você dormiria em minha casa e ela concordou.

Alex sabe que eu não sou do tipo que sai e não liga no dia seguinte por estar em qualquer lugar. Sempre informei minha mãe de qualquer coisa, ela me chama de careta mas sempre se preocupa, e se ao menos pensasse que eu estivera sumida, ela teria um ataque no coração. Ele ao contrario dela, fica com raiva e nervoso. Sei que é preocupação pois estávamos em uma boate e poderia ter acontecido várias coisas, e também sei que ele está no direito de ficar com raiva pois nem o avisei de minha saída e eu teria feito e ficado igual se fosse com ele.

– Obrigada.

– E então? – Pergunta com o rosto mais suave do que no começo.

– E então oque?

– Aonde você estava? – talvez ele já saiba da resposta, mas quer ouvir da minha boca.

– Na casa do William – olho pra ele e só me encara de volta.

– serio?

Pergunta surpreso e depois eu conto tudo do que aconteceu na boate, porém só não conto que dormir com uma camisa dele e junto com ele na mesma cama, pois sei que ele virá me pergunta se usamos camisinha se estou me sentindo bem. Ele parece mais tranquilo depois que falo tudo e seu rosto se suaviza mais ainda.

Também sempre contei tudo para Alex e vice versa. Confio muito e sei que nunca receberia uma crítica maldosa vindo dele. É bem mais fácil me verem com ciúmes dele do que ele de mim. Sim, há todo um zelo e carinho envolvido, tanto que fiquei um pouco estranha quando começou a namorar Julia, pensando que me abandonaria, mas não, ele nunca me abandonou. Sempre ficou do meu lado nos piores momentos, e é por isso que eu o amo como um irmão que eu nunca tive.

– Nossa, que história, isso tudo ontem à noite? – pergunta com o semblante mais tranquilo.

­– Sim.

– Que cara mais estranho.

– sim mas... – paro um pouco curiosa pra saber do por que dele e Júlia terem terminado – parando de falar de William. Por que você e Júlia terminaram?

Ele suspira pesado e sentado olha pro teto como se quisesse passar essa pergunta. Alex é um ótimo primo e amigo, mas quando se trata do próprio coração, as vezes ele não sabe demonstrar muito bem seus sentimentos. Os dois estavam a um bom tempo juntos e esse termino repentino é muito estranho.

– Vi algumas mensagens no celular dela.

– E o que tem? – Pergunto sentindo seu olhar triste.

– É que... fazia um tempo que ela... me traia.

Chego a ficar chocada com essa declaração, porém não digo nada. Sei que ele deve estar sofrendo, mas eu não sei se posso aconselhar algo já que meu histórico de relacionamentos não é lá aquelas coisas. Eu gostava bastante de Júlia, mas nunca pensei que talvez ela pudesse está traindo Alex. Os dois pareciam tão bem juntos, praticamente não via nada que pudesse interromper o relacionamento deles.

Ele disse que ela o traiu com Gregório, um rapaz da faculdade que estuda engenharia. Disse que já estava desconfiado e que resolveu segui-la quando a mesma disse que ia na casa de uma amiga, até pensou mesmo que ela se encontraria com a tal amiga, porem teve a certeza que era Gregório o motivo de ter saído de casa. Os dois se comportaram como um verdadeiro casal quando se encontraram em um café perto da casa dela. 

Tenho que admitir que por um tempo pensei que os dois até se casariam, mas não foi assim. Julia se mostrou ser da pior espécie traindo quem a amava e ficando com alguém que só a queria para passar tempo. E fico mais triste ainda quando realmente não encontro as palavras certas para consolar meu amigo. Suspiro e vou em sua direção, passando meu braço pelo seu ombro dou um beijo em sua bochecha e logo depois o abraço dizendo que eu sempre estarei aqui caso ele precise.

– bom, já que você está bem, tenho que ir.

– já? – pergunto ficando triste por ele ter que ir.

– Desculpe docinho, tenho que resolver algumas coisas.

– tudo bem então – Com um sorriso fraco ele se dirige até a porta.

– Alex, obrigada por ontem, mesmo depois...disso tudo.

– Vou cobrar mais noites como aquela.

Sorrir e antes de ir para seu carro me dá um beijo em minha testa. Dando um tchau vejo seu carro se afastar e dobrar a esquina da rua. Suspiro e entro me jogando novamente no sofá quando vejo a bolsa dele na poltrona em que estava sentado. Ouço a campainha tocar e tenho certeza que voltou pra pega-la.

– Distraído como sempre – falo enquanto abro a aporta e levo um susto daqueles quando vejo William  com os braços cruzados com o olhar de poucos amigos.

– Quero a resposta e minha carteira.

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