PROPOSAL

Capitulo 29

William.

Cheguei na casa temporária um pouco mais tarde do que o previsto, já que tinha passado em meu apartamento pra pegar algumas coisas, no embalo aproveitei pra tomar logo um banho e me vestir por lá mesmo.

A rua esta calma e a lua brilha intensamente para um dia de quinta feira. Logo vejo a casa de Lauren e as luzes estão quase todas apagadas, a não ser por uma no andar de cima que não é do quarto dela.

Ainda dentro do carro envio uma mensagem dizendo que estou do lado de fora esperando, porém não recebo nenhuma resposta. Estranho, ainda não são nem meia noite e ela já está dormindo? Envio outra e espero alguns minuto até que a resposta chegue, mas felizmente não recebo uma.

Dou a volta no carro e sigo em direção ao meu apartamento pois dormirei lá hoje. No caminho de volta penso no que Karen me falou no almoço. Lauren meiga e sincera enquanto Camila é uma loba em pele de cordeiro. Suspiro decepcionado por ela pensar isso de Camila e gostar mais de Lauren, pra ser sincero é o que está acontecendo ultimamente, todo mundo gostando de Lauren e falando coisas cruéis a respeito de Camila.

Depois de alguns minutos passo em frente à boate mais frequentada da região, buzino pro segurança que me conhece e ele apenas balança a cabeça em sinal que me viu, as vezes é bom fazer amizade com gente assim por que depois não preciso espera uma fila de quase dez metros pra entrar. Chego na frente do prédio e saio do carro e vejo alguns vizinhos saindo animados.

- E ai William como vai? - um que eu não lembro o nome fala comigo.

- De boa e você? - aperto sua mão e vejo que são três deles no lado de fora do prédio.

- Estamos indo lá na boate, quer vim com a gente?

- Não sei não, hoje foi um dia cansativo - falo relutante.

- Qual é parceiro? Tem que aproveitar em? - diz dando um tapinha no meu ombro - vem!

Suspiro cansando e me dou por vencido indo na direção deles. Passamos direto pelo segurança que só fez nos dá passagem ao som das pessoas que estavam esperando, vaiando do lado de fora. Já dentro, o negócio estava diferente e fazia um tempo em que eu não vinha por aqui.

Uma multidão praticamente se chocava sem se importar ao som das frenéticas batidas da música eletrônica que o Dj comandava. O som estava tão alto ao ponto de poder sentir meu peito vibrar a cada batida da música.

Passar alguns minutos alguém me ofereceu uma bebida mas recusei, eu não demoraria muito por ali pois amanhã ainda era sexta e teria que trabalhar. Porém o resto da minha calma e paciência se foram por água abaixo, quando num momento em que eu estava analisando o local, vi em minha frente a mais ou menos dez metros de distância, a cena que eu nunca pensei que presenciaria.

Lauren estava com um vestido mais justo que o normal, com uma sapatinha horrível e o pior, estava se agarrando com um cara. Quem visse a cena diria que por um momento pensaria que eles estavam preste a transar na frente das outras pessoas. Com a fúria já se formando, vou na direção deles controlando a respiração e fechando os punhos.

- Mas que porra tá acontecendo aqui?

Pergunto separando os dois com mais raiva do que o previsto e o que eu vejo, é Lauren com os olhos quase saltando do rosto com tanta surpresa. A puxo em direção a saida, mas ela apenas me ignora e bate o pé como se fosse uma criança birrenta.

O cara alto com ombros largos que ela estava beijando, fecha os punhos como se a qualquer momento fosse me bater, ele se mete no meio e eu apenas o empurro pedindo para que se afastasse.

Começo a puxa-la novamente puto da vida por ela está em um lugar desse, a uma horas dessas e ainda por cima beijando um filho da puta. Estou tentando ao máximo me controlar pra não partir a cara desse desgraçado, e aguentando ela dar um show de rebeldia, a puxo novamente quando o cara da mais um passo.

Mas meu autocontrole vai pro ralo e dou um soca na cara dele sem pensar duas vezes. Lauren por outro lado está espantada e começa a espernear mais ainda quando a coloco em meus ombros indo em direção a saída pra leva-la pro meu carro.

Agora, depois de brigarmos e de ter quase ter chamado ela de vadia, a vejo chorar e me amaldiçoo por me sentir estranho em relação a isso. Nunca vi uma mulher chorar, nem Camila, nem Karen, nenhuma. E vê-la assim, com os olhos cheios de lagrimas penso se não passei dos limites.

Lauren entra no quarto meio tremula e logo me sento no sofá olhando pra qualquer coisa em minha frente. Ela diz que está sem fome e entra no meu quarto e daqui posso ouvir os soluços do seu choro. Apoio a cabeça abaixada nas mãos e suspiro com o peito pesado.

Nunca fui assim, nem com Camila quando as vezes saiamos para algumas baladas e via que alguns caras davam encima dela, nunca fiz o que eu tinha feito essa noite, não foi essa a educação que recebi.

Tinha o conhecimento desde o começo que aquilo era arriscado para ambos, porém não queria saber, já tinha começado tudo aquilo até esse ponto e não voltaria atrás. Está certo que não tinha intimidade com Lauren a ponto de proibi-la de fazer qualquer coisa, mas vê-la ali, com aquele desgraçado, percebi que as coisas estão mudando. O sentimento da pior ira e posse tomou conta do meu corpo, e eu não sei o porquê disso.

Balanço a cabeça depois de uma hora sentado no sofá da sala, penso em toda essa confusão que ainda não tinha nem um mês e já estava me causando problemas.

Levanto e vou em direção a grande janela do meu apartamento e direciono meu olhar para a rua. Está tudo calmo, como sempre. Esse foi o motivo de ter vindo morar por aqui, a calma que esse lugar oferece. Porém a partir do momento em que Lauren entrou em minha vida, a mesma está mais agitada que o normal.

Me viro percebendo que não escuto nada vindo do quarto, mas a verdade é que estou aliviado por pensar que ela já dormiu. Tiro os sapatos e a camisa e me sento novamente verificando se tem alguma notificação de Camila. Nada. Bufo jogando o celular em algum lugar da mesinha. Irei tomar um banho e deitar, pois a exaustão está dominando meu corpo e minha mente ainda está processando tudo que aconteceu.

Depois de quase meia hora no banho, visto uma cueca box preta e vou para meu quarto mesmo sabendo que ela estará deitada em minha cama. Entro e a luz está apagada, ela está deitada com as mãos embaixo da cabeça, com os olhos inchados e com o cobertor até a cintura, cobrindo as pernas. Ando até o outro lado e me deito de frente, olhando para sua costa. Suspiro novamente e passo meus dedos de leve em sua pele branca seguindo da nuca até o meio da costa.

- Complicada.

Sussurro admitindo antes de me entregar ao sono junto com o cansaço.

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