A camponesa

cap. 10

Nathaniel Uckermann

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Estava afogado em meus trabalhos pelo notebook. Ja havia ligado para a minha empresa passando as coordenadas para minhas assistentes sobre tudo referente a novo modelo de colares. Resolvi fazer com pedras de Rubi, porquê? Não sei. Talvez aquela camponesa intrigante tenha me dado uma certa inspiração.

Havia passado o dia todo participando de reuniões pelo Skype, somente as que podia. Mas logo terei de voltar para o trono. A parte boa de ser o Dono é que posso ter esse recurso. Mas logo em menos de um mês terei de ir a Espanha para finalizar novos contratos.

Jhenny estava com uma carranca para mim, reparei que deve ser por conta de Rubi está hospedada na mansão do meu avô. Já cansei de dizer a ela sobre nós dois, que Sou um homem livre e odeio sentir-me sufocado.

O dia havia se estendido e eu estava em uma das redes com meu computador e celular, resolvendo algumas questões, e então logo a Rubi sai para a varanda com um vestido rosa um tanto justo, e um rabo de cavalo. Na linguagem das mulheres ela estaria fofa. Mas na minha cabeça passou um turbilhão de sentimentos obscenos pela garota.
Reparei que ela estava saindo para algum lugar, desvio meu olhar dela e continuo minhas tarefas que já estavam no fim.

Entro para dentro e vou até a cozinha, peço a uma das empregadas que prepararem um lanche para mim. E  avisei que esperaria na sala. Estava afim de assistir algum filme para me destrair. Saio da cozinha e vou para a sala, sento-me no sofá macio que me aconchega. Começo a imaginar que poderia fazer algo casual na casa do meu avô. Já que estava de viagem. Pagaria uma boa gorjeta para os empregados e tudo que acontecer ali, ficaria ali. Então ja começo a arquitetar algo para fazer em minha mente.

Me levanto impaciente pela demora do lanche e vou em direção aos corredores, Jhenny estava se arrumando quando entro em um dos quartos.

__ Não que seja da minha conta. Mas aonde você vai? - ela me Olha e logo em seguida pega sua bolsa.

__ Eu preciso dar uma volta. Quero comprar algumas coisas. Vou pedir pra que um dos seus seguranças me leve até a cidade.

__ Sinto muito. Dei folga a eles. Só tem o Thomas.

__ Pode ser ele mesmo.

__ Acho que não. Caso precise dele para fazer alguma coisa ele não estará aqui.

__ Em duas horas eu volto. Você sobrevive. - ela se vira para me. Beijar antes de abrir a porta novamente e eu me esquivo dela.

__ Nathaniel depois precisamos conversar, antes de viajar para esse lugar, a gente transava. E agora você me rejeita.

__ Quantas vezes eu vou ter que te explicar que não temos nada Jhennyfer? Ja tivemos, mas eu não quero mais. Você se sujeita a ficar aqui por um motivo desconhecido. - falo encarando seu rosto que fica vermelho de raiva instantaneamente.

Não posso ceder. Ela está vendo o meu desinteresse nela. Isso está óbvio e ela se recusa a se separar de mim. E então eu percebo que sim, é pelo meu império. Ela acha que me engana, mas não. Conheço exatamente esses tipos de socialite, dinheiro, jóias , festas, viajem. Eu posso fornecer tudo isso é muito mais. Apenas por noites de prazer. E Jhennyfer entende muito bem isso. 

__ Amanhã mesmo então eu vou. Mas não negue que você quer aquela imunda. - Ah , então o motivo dela ainda não ter ido é por causa dela....

__ Você é tão segura de sí. Porque se incomodar com uma imunda?  - pergunto a ela com um sorriso sarcástico no rosto.

__ Você é um idiota. Não se dá conta de que isso tudo é um jogo para ter seu império aos pés dela? Ela não tem nada a lhe oferecer.

__ Sabe quantas mulheres queriam ter a beleza dela? - pergunto ainda provocando-a. Faço isso pois sei que ela estava comigo pelo mesmo motivo que julgava que Rubi teria.

__ Ela não vai ficar com você. Eu nao vou permitir isso. Entendeu? Eu amo você e você é meu.

Por um instante fiquei pasmo com a revelação dela para mim. Eu amo você?  Que diabos aquela mulher tava falando pra mim? Ela ama é meu dinheiro e beleza. Apenas fico parado sem dizer ao menos uma palavra em resposta. Será que é uma louca? Será que ela fará mal a Rubi? Que porra ela tem na cabeça? Fico revoltado no mesmo instante.

__ Você quer se sujeitar a essa humilhação? Espero que tenha em mente que nós escolhemos nosso caminho. Depois é só torcer para poder lidar com a força que o destino tem. - Naquele instante ela pega sua bolsa e da uma risada para mim.

__ você é muito superficial. Eu estou de saída não tenho paciência para falar com você.

__ Ótimo. - então ela se vira e bate a porta. Saio do quarto logo em seguida e vou até a sala. Meu lanche já estava em cima da mesa, Assisto um filme de terror enquanto eu como.

O filme já havia acabado e percebo que Já era um pouco tarde e então reparo que não vi a Rubi voltar. Talvez tenha voltado enquanto estava no quarto tendo uma conversa agradável com a socialite louca e ameaçadora.

Me levanto e vou em direção a uma das empregadas que estava atendendo uma ligação, a espero terminar e  pergunto.

__ Onde fica o quarto em que a camponesinha está instalada? - Ela me Olha com muita desconfiança, com certeza estaria pensando que queria fazer algo com ela.

__ É a terceira porta a direita senhor.

- não digo nada e então vou rumo ao corredor. Entro na terceira porta a direita, e então já noto de cara que é seu quarto. Apenas um dia e ela já impregnou o lugar com seu cheiro.

Olho especificamente a gaveta que deduzi ser a de calcinhas. Dou um sorriso malicioso e então me retiro do quarto. Ela não havia chegado. Então vou em direção a porta, fico sentado ali por longos minutos. Provavelmente a uma hora. Ascendi um cigarro, Começo a ficar um tanto preocupado e então uma das empregadas sai do lado de fora para despejar algo na lixeira e  pergunto  a ela aonde a moça teria ido, ela  disse que não sabia, que não tinha se quer a visto sair.

Volto a me sentar na rede. A idiota nem se quer tem celular. Então me dou conta de quando foi que comecei a me importar? Ela devia estar se esfregando com algum peão. O rápido pensamento me deixou incomodado. Começa a chover, oque ja era de se esperar pois estava extremamente calor a dias e não chovia, logo algumas pessoas que avistava de longe saiam correndo para dentro de suas casas e tudo ficou um breu. Apenas a chuva consumia o local.

Reparei que não choveu...  não pelo menos desde que cheguei aqui.

Ligo para Jhenny peço pra que durma em um hotel por conta da chuva fortíssima. Ela claro já falando merda pra mim então desligo na sua cara. Na verdade precisava de Thomas, iria com ele atrás dela... Atrás da Rubi. Mas antes que eu pudesse ligar para ele, eu avistei uma mulher chorando, caminhava mancando, seu vestido estava um pouco rasgado e seu rosto continha sangue. Estava insopada da chuva.

Meu coração parou no mesmo instante. Eu não sentia oxigênio. Parecia que eu havia mergulhado em um mar profundo, perdi toda a gravidade.

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