cap. 17

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Rubi Miller.

...

Meus olhos se encontravam com o espelho que estava diante de mim. Hoje estava mais claro que o normal, enquanto uma moça loira e alta estáva arrumando meus cabelos, fazendo hidratação e tudo a que se tem direito. Limpeza de pele, duas moças morenas e uniformizadas faziam minhas unhas... Eu estava me sentindo uma rainha. Mas no fundo estava furiosa pela atitude daquele infeliz! Dormi com raiva dele ontem. Sei que tenho que estar belíssima porque o multimilionário ridículo tem uma festa.

Ora se ele quisesse uma moça muito formosa ele que saísse com uma daqui. De onde ele vem, acha que porque eu cresci e vivi humildemente e ainda vivo, ele acha que sou uma inútil. Fiquei extremamente chatiada dele querer me arrumar tanto. Tive a impressão de que ele não gosta de mim como eu sou. Mas a verdade é que nem sei porque me importo com oque ele pensa. Eu já falei é vou falar sempre pro resto da minha vida eu não quero saber dele.  Poderíamos ter uma relação apenas de colegas, que estão indo a um evento juntos. E é isso oque eu vou fazer. Quem sabe até encontro um homem charmoso, e muito  mais bonito que ele para eu poder conversar. Um moço mais bonito eu não sei... O infeliz tem uma beleza que me arranca suspiros só de olhar pra ele. Mas um moço muito mais humilde e muito mais caridoso vai me servir.

Já havia acabado com tudo e Amélia não acreditava quando olhava para mim. Ela falava que eu era a moça mais bonita que ela já tinha visto. Que meu cabelo estava brilhoso não parava de me elogiar.  Saímos do salão e fui direto as compras, estava andando cheia de sacolas nas mãos, reparo que nunca haviam me olhado daquela forma, era muito gente me avaliando, medindo. Homens me comiam com os olhos, eu não sabia se me sentia bem, ou se me sentia mal.

Estava feliz, pela primeira vez na vida, eu nunca imaginei que teria um dia como esse, todas as minhas amigas de infância da quais não tenho mais amizade, sempre falavam que se casariam com um homem rico.

Tudo bem que estou longe de me casar, ainda mais com um homem rico e principalmente muito menos com Nathaniel.

Amélia disse que precisava e perfumes novos. E saltos. 

__ Realmente é necessário? Porque já gastamos muito, eu sei que ele quem pediu tudo isso mais ... Eu não sei se me sinto bem.

__ fique calma querida já compramos tudo para sua viagem. Agora vamos almoçar e ja vamos para casa. - disse Amélia seguindo em direção a um restaurante extremamente refinado. Eu estava feliz mas ao mesmo tempo desconfortável. Tudo aquilo era novo demais pra mim.

Depois que comi o prato mais caro da minha vida, confesso que estou satisfeita. Amélia estava no quarto me ajudando com as malas praticamente prontas. Eu já havia tomado banho, e estava vestida com a roupa que Nathaniel descreveu para podermos sair.

Estava de saltos preto, uma calça jeans preta e uma regatinha de ceda na cor rosa bebê bem claro, um colar longo com uma pedra vermelha na altura dos meus seios eu nunca tinha visto uma coisa assim na vida quem diria usar uma um dia. Amélia disse que o Nathaniel que trouxe para que eu usasse.

Confesso que era pra ser uma roupa casual. Mas teria que vender o sofá e a TV da minha casa para compra-la. Depois de pronta, bufo sentando-me na cama e me encarando no enorme espelho a minha frente. Eu nunca me vi tão bem vestida, tão cheirosa. Estáva mesmo parecendo com essas moças daqui.

Tenho sorte por conseguir pelo menos andar de salto.

Amélia entra no quarto avisando que Nathaniel já havia chegado e estava tudo pronto para a viagem. Levanto-me para pegar as minhas malas, mas ela me repreende, diz que os seguranças fariam esse trabalho. Eu realmente não estava acostumada a fazerem favores para mim. Eu sempre me virei sozinha, mas... Não neguei ajuda. Com esses saltos eu nao conseguiria descer um lance de escada se quer com esses saltos. Consigo andar mas fazer milagres já não tem como.

Sigo direto para a saída do quarto e Nathaniel estáva ao telefone e nem notou que eu estava descendo, paro em frente à um quadro bem grande que estava na sala, era uma pintura bastante antiga, mas parecia ter Cido bem trabalhosa. Assim que escuto que ele parou de falar ao telefone sinto o cheiro do seu perfume ao meu lado. Então viro para fita-lo.

E ali eu vi um olhar transbordando desejo. Ele me olhou igual quando havia me olhado naquele banco no dia do casamento. Eu juro que estou vermelha, roxa, amarela e azul. Mas não sou idiota. Ele queria me ver bem, pois estou ótima. Levanto o rosto em um modo que eu parasse de encara-lo e viro-me para o quadro novamente.

__ Você está linda Rubi. Confesso que me surpreendeu. Até demais.

__ obrigada.

__ Gostou do colar? - ele disse com um sorriso sacana de lado, como se tivesse esperançoso pela minha resposta.

__ Sim... Eu achei maravilhoso ele é lindo de verdade. Mas assim que eu voltar eu deixo tudo aqui, tudo bem?

__ Mandei fazer especialmente para você. Quero que aceite, não só ele como todas essas coisas. Ah e a propósito ele tem o seu nome.

__ Ele quem? - percebo que ele alarga ainda mais seu sorriso.

__ O colar.

__ Nathaniel.... Eu .... Eu não posso aceitar por Deus!! Isto é uma pedra de Rubi!? - tomo um susto e sinto uma eletricidade passar por minha garganta. Agora percebo o porquê as pessoas matam e morrem por dinheiro. A sensação de carregar uma Rubi no pescoço é indescritível.

Retiro o colar e entrego nas mãos dele.

__ Desculpe-me Nathaniel. Eu ... Eu realmente não posso aceitar é demais pra mim.

__ Sei que vai usa-lo. Por isso o guarda-rei. mas ele nunca vai deixar de ser seu. Agora vamos... Temos uma longa viagem pela frente. 

Seguimos a viagem tranquila no carro, até chegarmos ao aeroporto. Estava no banco de trás com Nathaniel e com uma privacidade única. O motorista não podia nos ver e nem ouvir. Sinto uma eletricidade percorrer por todo meu corpo. Eu não sei porque me sinto assim com ele. E eu não aceito sentir isso.

Reparo que a cada cinco minutos ele da uma observada em mim. Mas continuo com a cabeça encostada na janela.

Chegamos ao aeroporto, e já estava embassando no avião.

Eu nunca andei de avião. Estava com as pernas tremendo a ponto de não saber oque me mantinha em pé. Por Deus minhas mãos suavam de nervosismo.

__ Vai ficar tudo bem Rubi. Se acalme.
- Ele me da um sorriso terno, e tento pelo menos me mostrar calma, já que não posso me acalmar.

Subimos no avião, nós ficamos em um lugar que chamam de classe A. Onde tem menos pessoas e muito mais variedade de coisas . Sento-me ao lado do Nathaniel, estava com cintos, e o piloto anunciou a partida da viagem.

Dou uma última olhada pela janela, e um longo suspiro. Com o peito pesado de tanto medo. Mas confesso que essa foi a parte mais emocionante da minha vida . Até agora.





***





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