Capítulo 2

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POV Ken

   A chuva cai de forma lenta e numa fina camada quando destravo a porta principal da minha casa. Suspiro, com os olhos fechados. O peso que sinto acumulado dentro de mim é quase tão infinito quanto uma sequência de números. Imagens da postura de superioridade do James vêm à minha cabeça e posso imaginar os incontáveis tipos de problemas possíveis que ele vai me colocar.

   Falando em problemas, estamos quase entrando numa crise financeira. Meus pais morreram, e apesar da nosso clínica médica, não tenho acesso às nossas contas bancárias, já que ainda sou menor de idade. Alice e eu estamos quase ficando sem nada, e não tenho qualificações profissionais, mas vou precisar ir em busca de emprego. Não posso deixar que minha irmã mais nova tenha a responsabilidade de nos sustentar.

   Meu celular vibra:

— Senhor, Kern.

— O que quer? Acabamos de conversar, senhor Winchester.

— Não sei a razão de ter me feito fazer isso, mas tive que contatar algumas pessoas, e felizmente seu julgamento acontecerá dentro de uma semana.

— Pelo menos tem competência.

— Você não me conhece.

— Não preciso. — Disparo, saindo na vantagem.

— Para o seu bem, espero que não tenha participação na morte dos seus pais.

— Como se realmente fizesse alguma diferença para você.

— Nem tem consciência das terríveis coisas que acontecem numa prisão. Você é tão frágil que não duraria um dia lá.

— Eu sou o quê?

  Detesto a ideia de ser visto como alguém frágil. Ele não sabe pelas coisas que estou passando e que já passei.

— Não me leve a mal. Tenho muita experiência, e sei o que os outros presos fariam com alguém com o rosto tão bonito quanto o seu.

Definitivamente, não sei se me sinto lisonjeado ou fico bravo.

— Quer saber, entre em contanto quando tiver a data exata.

— Ken... — Desligo antes de ouvir mais alguma bobagem.

   Finalmente entro em casa, e encontro minha irmã dormindo no sofá, mas logo que ouve os ruídos dos meus passos, desperta de um sono lento e, aparentemente, profundo.

— E então? — Ela me fita ainda com os olhos meio sonolentos.

— Está tudo bem. — Entro na cozinha, na esperança de afastá-la o máximo, para não poder dizer que a qualquer momento posso ser preso.

— Ken, por favor, me conte a verdade.

— Estou dizendo.

— Não, não está. — Seu corpo vem aproximando-se do meu à medida que suas mãos alisam seus cabelos louros. — Quero saber toda a verdade. — Não posso garantir, mas sinto uma pesagem de tom mais forte quando enuncia a palavra verdade.

   Será que ela está começando a lembrar-se do que aconteceu no cemitério? Ou ela nem sequer esqueceu o que se passou lá? Meus pulmões, com a simples passagem desses pensamentos, inflam e desinflam freneticamente.

— Eles não sabem o que vai acontecer. — Tento, mas não consigo manter um tom de voz estável. Alice, é uma das poucas pessoas que eu conheço, que saber ler muito bem sua linguagem corporal.

Me Apaixonei por um Vampiro (Caçadores Imortais)Onde histórias criam vida. Descubra agora