POV Ken
A chuva cai de forma lenta e numa fina camada quando destravo a porta principal da minha casa. Suspiro, com os olhos fechados. O peso que sinto acumulado dentro de mim é quase tão infinito quanto uma sequência de números. Imagens da postura de superioridade do James vêm à minha cabeça e posso imaginar os incontáveis tipos de problemas possíveis que ele vai me colocar.
Falando em problemas, estamos quase entrando numa crise financeira. Meus pais morreram, e apesar da nosso clínica médica, não tenho acesso às nossas contas bancárias, já que ainda sou menor de idade. Alice e eu estamos quase ficando sem nada, e não tenho qualificações profissionais, mas vou precisar ir em busca de emprego. Não posso deixar que minha irmã mais nova tenha a responsabilidade de nos sustentar.
Meu celular vibra:
— Senhor, Kern.
— O que quer? Acabamos de conversar, senhor Winchester.
— Não sei a razão de ter me feito fazer isso, mas tive que contatar algumas pessoas, e felizmente seu julgamento acontecerá dentro de uma semana.
— Pelo menos tem competência.
— Você não me conhece.
— Não preciso. — Disparo, saindo na vantagem.
— Para o seu bem, espero que não tenha participação na morte dos seus pais.
— Como se realmente fizesse alguma diferença para você.
— Nem tem consciência das terríveis coisas que acontecem numa prisão. Você é tão frágil que não duraria um dia lá.
— Eu sou o quê?
Detesto a ideia de ser visto como alguém frágil. Ele não sabe pelas coisas que estou passando e que já passei.
— Não me leve a mal. Tenho muita experiência, e sei o que os outros presos fariam com alguém com o rosto tão bonito quanto o seu.
Definitivamente, não sei se me sinto lisonjeado ou fico bravo.
— Quer saber, entre em contanto quando tiver a data exata.
— Ken... — Desligo antes de ouvir mais alguma bobagem.
Finalmente entro em casa, e encontro minha irmã dormindo no sofá, mas logo que ouve os ruídos dos meus passos, desperta de um sono lento e, aparentemente, profundo.
— E então? — Ela me fita ainda com os olhos meio sonolentos.
— Está tudo bem. — Entro na cozinha, na esperança de afastá-la o máximo, para não poder dizer que a qualquer momento posso ser preso.
— Ken, por favor, me conte a verdade.
— Estou dizendo.
— Não, não está. — Seu corpo vem aproximando-se do meu à medida que suas mãos alisam seus cabelos louros. — Quero saber toda a verdade. — Não posso garantir, mas sinto uma pesagem de tom mais forte quando enuncia a palavra verdade.
Será que ela está começando a lembrar-se do que aconteceu no cemitério? Ou ela nem sequer esqueceu o que se passou lá? Meus pulmões, com a simples passagem desses pensamentos, inflam e desinflam freneticamente.
— Eles não sabem o que vai acontecer. — Tento, mas não consigo manter um tom de voz estável. Alice, é uma das poucas pessoas que eu conheço, que saber ler muito bem sua linguagem corporal.
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Me Apaixonei por um Vampiro (Caçadores Imortais)
VampireLivro 1: Me Apaixonei por um Vampiro (História Gay) Livro 2: Me Apaixonei por um Vampiro(Caçadores Imortais - História Gay) "Louis Dewes é o meu declínio e não posso mais continuar a percorrer esse declive, que é uma estrada completamente escura. Nã...