Me Apaixonei por um Vampiro (Caçadores Imortais)

Capítulo 27

POV Louis

Horas antes...

      O rastro de corpos e sangue deixados na rua reviram até mesmo o meu estômago. Apesar de séculos de matança e destruição, minha mente entra em uma espécie de repugnação com a cena que enfeita as ruas da cidade. Livro o pensamento das imagens grotescas no segundo que atravesso a porta da minha casa.

      Paro alguns instantes porque sinto que algo definitivamente está errado. Sinto a presença do Luke, mas também tenho a certeza que há mais alguém na casa. Atrás de mim, fecho a porta com cautela, já que não quero chamar mais atenção ainda.

      Sigo a passos lentos, atento a qualquer investida surpresa contra mim. Não posso baixar a guardar agora. Preciso de informações do Luke sobre como neutralizar os Caçadores, mas temo que eles já estejam na casa, à minha espera.

      Paro meu corpo no centro da sala. O clima ainda está frio, mas noto pela janela que não há neve, apenas o mais limpo e iluminado céu. Em resposta ao frio que é insuportável até para mim, aqueço as mãos e pigarreio um pouco antes de subir o primeiro degrau da escada.

      A sensação de ser observado por alguém falta perfurar minha nunca em um único golpe. Meus passos são ainda mais lentos que o normal e forço minha cabeça a encarar o topo da escada e não olhar para trás. Preciso pegar o Luke e dar o fora daqui o mais rápido possível.

      Como um ponto luz que corta o Universo, um vulto passa no andar de baixo. Instantaneamente minha atenção é tomada e estou a procurá-lo com os olhos. Falta pouco para eu chegar ao andar de cima. Dois degraus, na verdade. Engulo em seco e retomo minha postura rígida e determinada a sair daqui quando mais nada acontece na sala.

      — Estávamos à sua espera, Louis. — Meus ouvidos recebem o som da sua voz antes que minha cabeça volte a olhar para o andar de cima, a dois degraus de distância. Meus olhos levam segundos para capturar a figura feminina à minha frente. — Não temos mais muito tempo. — Ela diz com a voz melódica e serena e é quase como estar em um jardim com as mais belas flores.

      — Quem diabos é você? — Pergunto exasperado logo após meu momento de refúgio e conforto. Seu corpo está tão perto do meu que poderia me empurrar com um simples toca de dedo.

      — Ela é a mais nova amiga do papai, Louis. — Luke responde por ela.

      É rápido. Sinto sua presença atrás de mim e sua mão segura meu ombro com força. Em um instante que não percebo, meu corpo é arremessado para trás, em direção uma das colunas que sustenta o andar de cima. Ela não cede ou racha, mas tenho certeza que alguns dos meus ossos foram quebrados.

      Levanto ainda tonto e encaro os dois. Ela desceu rápido os lances de escada e está a seu lado na sala, a encarar-me. Busco as possíveis saídas daqui porque sei que Luke não vai me deixar escapar depois do que fiz.

      — Me deixar sozinho aqui por todo esse tempo foi só maior erro, Louis. — Ele diz com a voz calma e brinca com cada sílaba. Sei que sua tentativa é instalar o pânico em mim. — Como disse, ainda precisa de mim mais do que seria capaz de admitir. — Com sarcasmo, ele lança a mim, mas é sua nova amiga que caminha na minha direção.

      — Luke, não seja tão maldoso. — Sua voz reverbera na minha mente por longos e saborosos segundos. Definitivamente, ela é encantadora, por isso tem a certeza de que é uma bruxa. E parece ajudá-lo por livre vontade. — Eu me chamo Dhana. — Ela estende sua mão, mas não a pego. — Tudo bem.