POV Lia
Ainda recebo lampejos de memórias de quando Ashley possuía meu corpo e de quando estava na Prisão Sobrenatural. As sensações surgem inesperadamente e é como estar tranquila, presente no plano material e, de repente, ser sugada às lembranças da outra realidade. Sempre preciso de alguns segundos para processar o embaraço mental e fincar meus pensamentos na realidade. Esses momentos têm acontecido com menos frequência desde que cheguei na antiga mansão Kern, na floresta, mas ainda me causam desconforto quando acontecem.
Enquanto continuamos em silêncio, na esperança de chegar a uma conclusão do que Dhana quer ao nos ajudar, ignoro a estranha sensação de querer ser levada aos tormentos mentais. Tudo é diferente agora. Não tive a oportunidade de me impactar pela existência do mundo sobrenatural porque fui totalmente envolvida por ele sem chances de praticar a incredulidade. E não apenas isso: é como se todos os meus sentidos e vibrações tivessem sinto potencializadas desde que retornei à vida.
O que fiz, involuntariamente, pela Tiffany, assim como minha súbita intromissão no feitiço que Lewy e Ken fizeram para cessar a vida dos Caçadores, ainda me assusta e confunde. Não sei se deveria supostamente saber o que tudo isso significa, mas minha mente simplesmente não chega a qualquer justifica plausível para nada. Talvez, só talvez, percorrer os dois mundos tenha me dado habilidades que eu nunca imaginei serem possíveis. E definitivamente não faço ideia do que poderia ser capaz de fazer, mas honestamente nada é mais igual. Minha vida é outra e, por mais que eu não compreenda, a certeza disso me atinge tão forte quanto o fato dos nossos inimigos não estarem mais vivos.
Todo o meu corpo entra em sinal de alerta quando a porta da casa se abre e vários corpos a atravessam. Ken sobe desesperadamente para o andar de cima e nem precisa dizer nada para sabermos que foi verificar o progresso do Lewy. Lindsey e Klew entram primeiro. E como se esperasse por nossa reunião, Dhana entra com passos firmes. Sou a primeira a andar em sua direção, mas a mão do Alex me impede de prosseguir. Todos nós a encaramos com atenção ponderada e prontos para qualquer investida contra nós.
— Fico honrada por uma recepção tão calorosa. — A melodia que sua voz sai, acalma momentaneamente meus nervos quase em colapso, mas não sou tão facilmente ludibriada pela sua ternura. — Posso apostar que tudo isso é para saberem quem sou e o que quero na sua cidade, certo? — Ela não tem medo e, estranhamente, não parece despertar motivos para ataques da nossa parte.
— Tem que concordar que sua aparição foi muito oportuna para nos darmos bem e que ela também gera muitas dúvidas e desconfianças. — Digo pacientemente e pela primeira vez ela me encara. Sua expressão é serena, assim como seu corpo que vem na minha direção. — Temos muitas dúvidas e se puder respondê-las vamos encerrar isso tudo mais rápido do que começou. — Sentencio com a respiração acelerada.
Ela permite que seu corpo gire à medida que seus olhos buscam fitar todos presentes na sala. Trevis e Lyanna próximos à entrada do escritório; Lindsey e Klew ao lado da porta de entrada; Tiffany e Alex sentados no sofá maior e a mim, a poucos centímetros do seu corpo. Ela está complacente com toda a situação e não demonstra interesse em traçar uma fuga sorrateira.
— Você encontrou a mim e Luke antes mesmo de chegar à cidade. — Trevis comenta do outro canto da sala.
— E pareceu muito interessada em me ajudar a encontrar quem ameaçava minha família. — Luke complementa com a voz tranquila, muito diferente do que costuma agir em momentos assim.
— Tantas perguntas. — Ela suspira profundamente. — Agora que tudo chega realmente ao fim, não tenho problema em respondê-las. — É o que precisamos ouvir para fitá-la com ainda mais intensidade e expectativa. — Trevis, eu precisava saber o quão disposto você estava a ajudar sua filha. — Informa. — Ouvir uma estranha, quando não se sabe mais o que fazer, foi uma atitude perigosa, mas muito honrosa. Você realmente ama a Lyanna. Pude sentir toda a intensidade desse sentimento. — Não compreendo muito bem o que ela quer dizer, mas as palavras são certeiras no Trevis, que está com os olhos brilhantes. — Luke, não existia ameaçava alguma à sua família. Quer dizer, não alguma recente ou que tenha partido da sua própria família. — Diz cautelosamente. — Seus inimigos estão sempre ávidos por vingança, mas eu espalhei os boatos e convenci algumas pessoas a darem continuidade a eles. A forma que lidaram com tudo foi um completo fracasso, que sempre leva à mesma coisa: ruína e traições na sua família. E, como sempre, você é o precursor de todas as coisas ruins que acontecem.
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Me Apaixonei por um Vampiro (Caçadores Imortais)
VampireLivro 1: Me Apaixonei por um Vampiro (História Gay) Livro 2: Me Apaixonei por um Vampiro(Caçadores Imortais - História Gay) "Louis Dewes é o meu declínio e não posso mais continuar a percorrer esse declive, que é uma estrada completamente escura. Nã...