Capítulo 14

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POV Ken

A batida frenética da música acompanha o ritmo incessante do brilho das luzes coloridas espalhadas pelo salão de festa da escola. O mar de pessoas limita meu campo de visão, tornando possível que tudo que eu consiga ver sejam cabeças agitadas ao som das mixagens repetitivas. Inconscientemente, me pego à procura de James. Ele deve estar à espreita, esperando o momento oportuno para aparecer.

Os dedos do Miguel entrelaçam-se nos meus com mais força, deixando-me atônito e à procura do que possa ter o deixado agitado a ponto não perceber que está prestes a esmagar minha mão. Busco seus olhos só que, ao mesmo tempo em que percebo o desconforto que emanam deles, vislumbro traços finos de raiva.

— Miguel, está machucando-me. — Com a mão livre da pressão do seu aperto, toco seu ombro, chamando sua atenção.

— O quê? — As palavras saem balbuciadas e noto que seus sentidos estão aflorados demais para que tenha noção do que fala ou faz.

— Você está apertado meus dedos. — Repito e sinto, gradativamente, meus dedos frouxarem. A dor cessa em segundos e posso dar um pequeno sorriso a ele, para que não se preocupe com o que estava fazendo.

— Eu sinto muito mesmo. — Pede num tom que, se não fosse desesperador, seria cômico.

— Está tudo bem. Eu estou bem. — Afirmo confiantemente, deixando claro que não foi nada demais. — O que está havendo?

— Louis está aqui. — Para minha surpresa, admite sem relutância. — Por que ele teve que vir?

— Eu não sei. — Pronuncio, mesmo sabendo que precisamos de toda ajuda que tivermos.

— Fica difícil conquistá-lo quando a única pessoa que pode fazer com que tudo dê errado está aqui também. — À medida que fala, vasculho o ambiente procurando por Louis.

Após poucos segundos, vejo-o junto com Lyanna, próximo às caixas de músicas. Minha surpresa por vê-los juntos só não é maior que o frio que corre por minha espinha quando James vem na minha direção, com um enorme sorriso no rosto.

— Não precisa se preocupar com o Louis. — Digo e viro para encarar Miguel, mas ele não está mais ao meu lado.

Minhas pernas falham quando meu cérebro pede para sair daqui o mais depressa que puder, antes que James finalmente chegue a seu destino: eu. Não tenho uma ideia exata do que dizer ou fazer quando ele começar a me afrontar com suas insinuações e provocações descabidas. O que passa pela minha cabeça, com toda a certeza, é que não posso deixar transparecer que sei um pouco sobre seu passado e o que anda fazendo por aqui. Tenho a vantagem de saber algo que ele não sabe que sei. Isso deve algo bom. Sinceramente, eu necessito que seja.

— Curtindo a festa? — Sua voz rouca e áspera soa mais alto que a música destruidora de tímpanos à minha volta.

— Estava. — Minto. Lembro-me de quando vir a festas era tudo que importava para mim. — Por que se deu o trabalho de vir até mim? — Questiono, procurando uma saída, mas não há ninguém perto o suficiente para me tirar dessa conversa desagradável.

— Está brincando? O que seria da minha noite se não viesse provocá-lo um pouco?

— Aí está. — Digo, pegando a bebida que oferece. — É tudo que sempre planejou, não é? — Olho para o copo em minha mão e decido não tomar.

— É apenas refrigerante. — Tira minha dúvida, mas ignoro seu comentário.

— Não falo sobre o fato de você sempre querer me embebedar e me ver perder a linha. — Respiro fundo, buscando controle. — Me provocar, desde o começo, foi seu objetivo, não é mesmo? É isso que faz para passar o tempo?

Me Apaixonei por um Vampiro (Caçadores Imortais)Onde histórias criam vida. Descubra agora